11 Novembro 2007
Estado, fé cristã, e a tal “homofobia”
Edson Camargo
Com tanta libertinagem e relativismos de toda ordem legitimados culturalmente, não vejo porque tanto medo da tal “homofobia”, palavra que, em seu sentido estrito, significa “medo do igual”, “medo do semelhante”, ou “medo do mesmo”. Sabe-se que tal rótulo foi inventado só para ser aplicado a qualquer pessoa que faça a mínima objeção às pretensões dos gayzistas, mas como a grande mídia prontamente aderiu à “causa”, tem até evangélico dito “esclarecido” (esses que lêem a Ultimato, sabe?) taxando uns e outros de “homofóbico” por aí.
Acesso o portal Terra, o UOL, o Globo.com ou de qualquer outra grande rede de comunicação ou jornal e lá estão as páginas destinadas ao público GLBT, sempre com o beatiful people por perto, repetindo os slogans do “movimento”. Afinal, pega bem, soa moderninho, tolerante e “conscientiza” as pessoas. Aí fico sabendo das gordas verbas que a ONGs que “defendem os direitos” desse pessoal recebe. Vejo a sanha com que querem aprovar o inconstitucionalíssimo projeto de lei conhecido como PLC 122/2006, que simplesmente criminalizará a fé cristã e colocará a Bíblia de uma vez por todas no Index Librorum Prohibitorum da esquerda e da “razão de estado”. Fica fácil de ver quem são os verdadeiros preconceituosos nesse rolo todo.
Sem o cristianismo, que sempre afirmou a responsabilidade do indivíduo em relação a seus atos — que a salvação é pessoal, que cada homem dará conta de si, e apenas de si diante de Deus, sendo um dia julgado por suas obras, e não pelas de outrem —, todo esse anseio por liberdade e todo o estamento jurídico atual que visa defender a dignidade e os direitos de cada pessoa, sobretudo ao direito de viver de acordo com suas próprias convicções, não teria legitimidade nenhuma. Sem a fé cristã, a liberdade azul dos iluministas simplesmente não existiria. Não há lei positiva sem um alicerce num código moral absoluto, que só poderia derivar de um Legislador Absoluto. Infelizmente, tal questão é por demais metafísica para os que reduzem suas convicções aos arranjinhos retóricos mais badalados da semana.
O problema começa quando se encara o estado como legislador absoluto. Aí começa o “divida e reine” dos políticos e burocratas. O poder temporal quer sempre ser maior, pois a natureza humana é viciada em poder e quanto mais determinados setores da sociedade lutarem entre si, maiores prerrogativas o poder estatal atribuirá a si mesmo. Afinal, dirão os burocratas, ali estão eles para manter a lei e a ordem. O que até é verdade. Mas difícil será vê-los admitir que seus deveres não vão muito além disso. A notória polarização e recrudescimento do debate sobre o projeto de lei 122/2006, com “religiosos” de um lado e a facção GLBT de outro, já é a primeira vitória do estado: não apenas sobre ambos os grupos, mas sobre toda uma sociedade ávida por liberdade e que é atualmente sufocada por intervenções estatais das mais violentas. “Ah, mas não é isso que eu percebo, Edson”. Pois é, e é justamente isso que faz o totalitarismo tão forte atualmente. Não percebemos, nos acostumamos e o consideramos a coisa mais normal e “democrática” do mundo.
Nem preciso dizer que aprovada a lei, o problema só irá se agravar. Piadas sobre boiolas, sapatas e afins surgem em qualquer conversa de forma tão espontânea que ninguém se dá conta que trata-se de um tipo específico de gracejo que logo poderá estar sobre a mira da lei. Já os “crimes de ódio” contra gays, hoje, no Brasil, são raríssimos. Se não fossem, veríamos notícias todos os dias na tevê, porque o caso de amor entre a mídia de massa e a nomenklatura gayzista está aí, a olhos vistos. E, convenhamos, ninguém sai do restaurante, do café ou da loja só porque entrou meia-dúzia de rapazes com o timbrezinho da voz um pouco “mole” de mais. Aprovado o projeto 122/2006, o povão, que nada entende de lei, na dúvida, vai preferir ir para outro estabelecimento. “Vai que a gente fala alguma coisa que as bibas não gostem”. Talvez assim a militância gayzista veja que o tiro sai pela culatra. E é muita ingenuidade, para um miúda parcela da população, querer ver sua “causa” sendo “respeitada” por meio de uma lei que criminaliza católicos, evangélicos, judeus e muçulmanos de uma só vez, num país em que é praticamente impossível não ter um parente ou amigo que professe uma dessas crenças. Gente, vamos parar de frescura!
O que falo para o militante gay é o seguinte: “se você quer ser gay, o problema é seu. Mas não me obrigue a pensar que sua condição é tão natural quanto a heterossexual. Sem heteros, não haveria gays. Não haveria mais humanidade. Sem gays... bem, sem gays, deixo por conta da sua imaginação”. Logo, a heterossexualidade e a homossexualidade não podem estar em pé de igualdade juridicamente. Contudo, acredito que a condição pecadora da humanidade vai além da questão sexual. E falo para o cristão: “se você está mais preocupado em recriminar o gay do que em afirmar que há um caminho melhor para ele, você, como ele, terá um dia de prestar contas a Deus”. Mas é justamente isso que o gay militante quer impedir o cristão de fazer, por meio desse projeto de lei absurdo. E o que restará, então: as mútuas tentativas de criminalização. “Guerra de todos contra todos”, ao melhor estilo hobbesiano. Não vejo, portanto, melhor alternativa para a turma GLBT “engajada” do que sossegar o facho. Até porque tudo indica, e aí está o exemplo dos líderes gayzistas Luiz Mott e Denílson Lopes com seus artigos e palestras, que, legalizado o estatuto superior da opção homossexual perante a fisiologia heterossexual do ser humano, o próximo passo será legalizar a pedofilia. Com “respeitados” professores defendendo sexo entre homens e meninos, alguém vai ter coragem de enviar seus filhos à escola?
Enfim, vivemos tempos duros. Mas um dia, constituição nenhuma terá algum valor. Só a imutável, eterna e absoluta lei do Criador de todas as coisas. De nada adiantarão passeatas e chiliquinhos.
Fonte: Profeta Urbano
Divulgação: www.juliosevero.com