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25 de jun. de 2008

PLC 122/06: Governo Lula tenta anular impacto das ligações feitas ao Senado

25 Junho 2008

PLC 122/06: Governo Lula tenta anular impacto das ligações feitas ao Senado
Depois de classificar de doentes perversos todos os que se opõem, pelos mais diferentes motivos, ao PLC 122/06, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou clara não só a posição favorável do seu governo ao projeto, mas também declarou que fará tudo o que for possível para que a chamada “homofobia” seja criminalizada.

Pelo visto, não basta incriminar de antemão quem pensa diferente do governo. É preciso manipular dados, desprezar a opinião pública, iludi-la e transformar a máquina estatal em instrumento de conquista de “corações e mentes”. Bem, no caso dos ativistas gays, “corações, mentes”… e algo mais.

Governo desesperado com reação popular
Uma avalanche de ligações para o serviço de atendimento “Alô Senado” rejeitando o PLC 122/06, durante um ano, deixou governo Lula e militantes homossexuais desesperados, levando a direção do Senado a fazer um levantamento nacional pelo seu instituto de pesquisa, o DataSenado, para tentar minimizar a mobilização daqueles que procuram, de forma democrática, se fazer ouvir pelos senadores da República.

Nos últimos 12 meses, o Alô Senado recebeu 140 mil ligações de pessoas se manifestando sobre esse assunto, número recorde nos últimos cinco anos. Do total de ligações e mensagens eletrônicas enviadas, 73% se manifestaram contrários ao projeto de lei e só 13% defenderam. Essa movimentação democrática do público aconteceu depois que o projeto, que já foi aprovado na Câmara, chegou ao Senado.

Pesquisa do governo versus mobilização popular
Contudo, o levantamento feito pelo DataSenado entre apenas 1.122 pessoas, nos dias 6 e 16 de junho ― exatamente depois da Parada do Orgulho Gay que pedia a criminalização da homofobia (no dia 25/05) ― mostra o contrário: 70% dos entrevistados concordaram com a aprovação da lei que pune atos de discriminação ou preconceito contra os homossexuais

No entanto, a pesquisa do DataSenado evitou mostrar aos entrevistados os aspectos polêmicos do projeto. As duas únicas perguntas foram: “Você tomou conhecimento do projeto? Você concorda ou discorda que a discriminação seja crime?”

Com tal questionamento raso e vago sobre o PLC 122/06, não é de surpreender o resultado: 69% dos entrevistados disseram que tinham conhecimento do projeto e 30% desconheciam a proposta.

Importante lembrar que, dentro da realidade do povo, tomar conhecimento é a mesma coisa que ouvir falar. Se a pesquisa fosse séria e não tendenciosa, não teria receio algum de indagar os entrevistados sobre apenas alguns pontos básicos do teor do projeto. Tal indagação não foi feita, a fim de não anular a tentativa de o próprio governo anular a mobilização popular contra o PLC 122.

Mídia anticristã divulga e dá ênfase à pesquisa governamental
A imprensa anticristã, é claro, optou por ficar com a pesquisa do DataSenado, que é mais confortável aos seus próprios valores e aos valores do governo Lula. Segundo reportagem do jornal “O Globo”, “havia um temor dos próprios senadores de que o resultado da votação do projeto pudesse ser influenciado por uma pressão de caráter religioso. Por isso, a decisão de fazer um levantamento com amostragem nacional. O DataSenado já existe desde 2005 e faz pesquisas para orientar os parlamentares sobre a opinião da população sobre temas determinados.”

“Estava havendo uma irracionalidade no debate. Havia uma forte pressão religiosa sobre o tema. Por isso, é importante esse tipo de pesquisa para ajudar a revelar como pensa a sociedade brasileira sobre o assunto”, defendeu a líder do PT no Senado, Ideli Salvati (SC), que luta pela aprovação do PLC 122/06.

Se o Senado tivesse recebido uma avalanche de ligações homossexuais aprovando o projeto, Salvati e outros petistas pró-homossexualismo ― inclusive o próprio Lula ― aplaudiriam e chamariam de “racionalidade”, “expressão democrática” e outros termos elogiosos. Mas quando a manifestação popular se baseia nos sentimentos cristãos da vasta maioria da população brasileira, aí apela-se para um evidente preconceito anticristão, classificando cruelmente de “irracionalidade” as opiniões da maioria.

A única posição que o governo Lula aceitará do povo com relação aos projetos pró-homossexualismo é aceitação. Tudo o mais será considerado “irracionalidade” e “doença perversa”, termo que Lula criou para se referir aos que não aceitam o homossexualismo. Se isso não é preconceito praticado pelo governo contra os cristãos, então o que é?

Pesquisa governamental feita sob encomenda
Por “pura coincidência”, o levantamento do DataSenado foi divulgado na semana da manifestação programada por líderes evangélicos em frente do Congresso Nacional. Ao contrário dos entrevistados da pesquisa do DataSenado, a manifestação envolve a participação de pessoas que conhecem bem os perigos do PLC 122/06.

O “Alô Senado” foi criado para ouvir a população brasileira sobre os projetos de lei que estão sendo discutidos entre os senadores. Quem telefona para lá já tem um conhecimento mínimo sobre o assunto e se manifesta justamente porque sabe das conseqüências que uma lei terá sobre o seu dia-a-dia.

Entretanto, o governo Lula, incomodado com os resultados democráticos do “Alô Senado”, preferiu apelar para pesquisas que lhe fossem mais favoráveis.

A pesquisa do DataSenado, feita sob encomenda de pressões políticas e ideológicas, representa a continuidade de esforços que, começando na Câmara dos Deputados quando o PLC 122/06 foi votado e aprovado sem que a grande maioria dos deputados soubesse e pudesse participar, mostram que os militantes homossexuais e seus parceiros políticos estão dispostos a qualquer manobra para trair e passar por cima da democracia que eles tanto defendem.

Adaptado e ampliado por Julio Severo a partir de texto da jornalista Tsuli Narimatsu da Missão Portas Abertas. Colaboração: jornalista Edson Camargo.

Fonte: www.juliosevero.com

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