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4 de out. de 2007

Site Teologia Pentencostal de Gutierres Siqueira
É comum no meio de pentecostais ou neopentecostais contemporâneos, o relato de arrebatamentos e subidas ao céu, como descidas ao inferno. Essa prática carece de respaldo bíblico, pois todo protestante deveria lembrar que a Bíblia é a única regra de fé e prática do cristão.Os defensores desse modismo baseiam em dois personagens bíblicos, Paulo e João, que foram arrebatados até ao céu. Em 2 Co 12.1-6, Paulo relata a sua experiência em um arrebatamento, onde ele ouviu “palavras inefáveis”, ou seja, revelações que deram origem a boa parte das epístolas canônicas. O propósito do arrebatamento de Paulo foi receber as revelações das verdades neotestamentárias. Da mesma forma, o apóstolo João foi arrebatado(Ap 1.10), para receber as revelações que hoje é conhecida como o livro do Apocalipse (Gr. Apokalupsis, revelação). Esses dois exemplos são especiais, pois esses apóstolos foram arrebatados para receber verdades canônicas, sendo assim, não são justificativa para os arrebatados modernos, pois ninguém pode nessa era produzir novas verdades bíblicas, pois o cânon bíblico está fechado.Há vários exemplos de pessoas que foram “arrebatadas”, que trouxeram prejuízo, com os seus falsos ensinamentos. Quem não se lembra do pastor que foi no inferno, e o diabo disse que a calça jeans era do inferno, assim como a maquiagem e outros adornos. Quantos pessoas não aceitaram isso como verdade bíblica! Há outro pastor que foi no céu e com uma reunião com a Trindade, Deus Pai falou a esse “apóstolo”, que ele seria o último canal de avivamento na terra. Esse “apóstolo” chegou a conversar com Paulo e João, quanta aberração! Não seria isso um “espiritismo gospel”, pois Paulo e João estão mortos. Cabe a observação do pr. Ciro Zibordi, que escreve: “Ao contrário de alguns pregadores que também dizem ter visitado o céu, Paulo não se gloriou por causa dessa experiência sobrenatural”.¹ A maioria desses “arrebatados” se colocam como os únicos ungidos, cheirando soberba e arrogância.O livro de Atos não relata arrebatamentos de crentes, como uma manifestação do Espírito Santo. Esse modismo leva muitos a buscarem novidades de revelações celestiais e desprezam a divina e sublime revelação, que é a Sagrada Escritura. Deus ainda fala por meio de revelações(dom da palavra do conhecimento), visões, profecias e proclamações da Palavra. Mas cabe uma observação, pois assim como a pregação da Palavra deve passar pelo exame cuidadoso, baseado na verdade escriturística; a profecia, visões e revelações devem passar pelo exame bíblico. Essa manifestações não devem criar novas doutrinas, mas somente reafirmar as verdades bíblicas.Muitos, baseiam sua convicção doutrinária encima de experiências pessoais, são vítimas de um cruel empirismo, em que o alicerce doutrinário de suas congregações são rasos e fracos. Como lembra o teólogo pentecostal Esequias Soares:A emoção caiu, também, com a natureza humana no Éden e, por isso, a fé não pode ser fundamentada na experiência humana...As experiências pessoais são marcas importantes na vida dos pentecostais, cremos em um Deus que se comunica com seus filhos por sonhos, visões, profecias, mas essas experiências são para edificação pessoal e não para estabelecer doutrinas. O cristianismo autêntico não deve ir além das Escrituras Sagradas. A Bíblia é a única autoridade para a vida do cristão.²Tudo aquilo que Deus faz tem um propósito, que aos homens estão revelados ou não, mas qual seria o propósito dos arrebatamentos modernos, quando a igreja tem a Palavra de Deus na pregação e a manifestação dos dons espirituais? O que aconteceu com Paulo e João, foram fatos exclusivos de sua época e do colegiado apostólico, para que hoje pudesse haver a Palavra escrita. Fica a recomendação de Paulo, o apóstolo: “aprendais a não ir além do que está escrito”(1 Co 4.6b).
Referências bibliográficas:1- ZIBORDI, Ciro. Evangelhos que Paulo Jamais Pregaria. 2 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. p 27.2- SOARES, Esequias. Heresias e Modismos. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. p 310.

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