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17 de fev. de 2010

Desde Roe versus Wade, os EUA são uma “nação sob juízo”

Desde Roe versus Wade, os EUA são uma “nação sob juízo”

Peter J. Smith

Washington, D.C., EUA, 27 de janeiro de 2010 (Notícias Pró-Família) — Robert George, filósofo e acadêmico de direito na Universidade Princeton, disse para os líderes pró-vida em evento da Marcha pela Vida na sexta-feira que as infames decisões do Supremo Tribunal em 1973 que legalizaram o aborto desencadearam “uma luta pela alma da nação” e que enquanto essas decisões permanecerem, os Estados Unidos são uma “nação sob juízo”.

Dando o discurso principal, George disse para o grupo reunido no salão de bailes do Hotel Grand Hyatt em Washington, D.C., que quando “sete juízes criaram uma licença para matar bebês em gestação” por meio de Roe versus Wade e seu caso acompanhante Doe versus Bolton, eles inconscientemente desencadearam uma reviravolta sísmica do Estado de direito nos Estados Unidos. A própria injustiça de Roe e Doe, declarou George, minou a autoridade moral da lei na sociedade americana e constituiu “uma usurpação ultrajante” dos direitos constitucionais do povo “de moldar a lei e as políticas públicas” por meio do governo representativo: as assembléias legislativas e o Congresso.

“Se a Constituição puder ser lida para implicar qualquer coisa sobre o aborto, é que os seres humanos em gestação têm, como todas as outras pessoas, direito à ‘igual proteção das leis’”, afirmou George. Mas em vez disso, o Supremo Tribunal violou o sentido claro da Constituição produzindo um “generalizado ‘direito à privacidade’” da própria cláusula na 14ª Emenda que declara: “nenhum estado privará pessoa alguma de sua vida, liberdade ou propriedade sem o devido processo da lei”.

Longe de ver as consequências da adulteração judicial da Constituição, os juízes de Roe “pareciam displicentemente presumir que o aborto seria facilmente integrado na estrutura da vida social e política dos EUA”.
Mas longe da visão de aborto legal do Supremo Tribunal como “uma política compassiva e evoluída” que aliviará os fardos das mulheres e da sociedade, essas decisões cobraram um enorme preço humano nos EUA, declarou George. Trinta e seis anos mais tarde, Roe e Doe fizeram até agora “cinqüenta milhões de vítimas em gestação — cada uma um ser humano distinto, singular e precioso” com mães traumatizadas pelo aborto como suas “vítimas secundárias”, que têm de batalhar com danos físicos, psicológicos e emocionais do aborto.
As mulheres em geral se saem piores, não melhores, como conseqüência da decisão, disse ele. George apontou para a onda de “conduta masculina irresponsável — até mesmo predatória —”, o aumento — não diminuição — de nascimentos fora do matrimônio. “A ilegitimidade subiu assustadoramente na era do aborto”, disse ele.

Mas acima disso, George observou que Roe e Doe “corromperam médicos e enfermeiras transformando homens e mulheres que curam em assassinos”, e desencadearam experiências com embriões ao ponto em que o Estado de Nova Jérsei está permitindo a “horrenda e apavorante prática de cultivo fetal”.

Uma consequência adicional da decisão foi a polarização da vida política americana. Os democratas pró-vida deixaram um partido que outrora defendia, mas então abandonou, seus valores fundamentais, e juntaram-se ao Partido Republicano, já que Ronald Reagan mantinha uma sólida plataforma pró-vida. George disse para o grupo que ele se considera um dos “democratas descontentes” levados para fora do Partido Democrático por “força de consciência” devido ao fato de que esse partido adotou a defesa do aborto.

Contudo, George lembrou a sua audiência que os juízes de Roe não esperavam que suas decisões estimulassem o movimento pró-vida, e levassem à criação de novas amizades e alianças. Ele observou que a nascente liderança pró-vida, outrora “majoritariamente católica”, viu as igrejas evangélicas se tornarem “totalmente ativadas” na luta pró-vida, levando a “uma aliança católico-evangélica sem precedentes” numa vasta dimensão de questões sociais.
“É essa aliança que está na brecha hoje na luta contra a clonagem e pesquisas biomédicas que destroem embriões”, disse George.

Infelizmente, ele comentou que um pequeno grupo de católicos e evangélicos vem tentando persuadir outros católicos e evangélicos a apoiar o presidente Obama argumentando que ele é “realmente pró-vida” e que as políticas dele reduzirão o número de abortos. George ridicularizou essa afirmação como “ilusória”, declarando que todas as políticas que Obama quer revogar — “a Emenda Hyde, a Política da Cidade do México, as limitações no financiamento às pesquisas que destroem embriões, leis de consentimento informado, estatutos de notificação dos pais” — estimularão a indústria do aborto e aumentarão a contagem de morte pré-natal em pelo menos 300 mil vidas por ano.

“Graças a Deus, o conflito por causa do aborto não produziu, e não produzirá, uma guerra civil. No entanto, não devemos nos esquecer de que somos um povo sob juízo. Somos chamados a prestar contas pelo pecado nacional do aborto”, disse George, que observou que o presidente Abraham Lincoln cria que a Guerra Civil era o juízo de Deus para os Estados Unidos que estavam tolerando a escravidão.

Ele exortou os líderes pró-vida, até mesmo aqueles que não têm envolvimento político, a orar pelo fim do aborto, lembrando-lhes que o dever deles é “tentar”, e o resultado no final pertence a Deus.

“Até mesmo nesta escura hora de nosso movimento, vamos aqui decidir em elevado grau apressar o dia em que esta nação, sob Deus, será verdadeiramente, totalmente e finalmente dedicada à máxima de que todos fomos criados iguais”.

Traduzido por Julio Severo: http://www.juliosevero.com/

Veja também este artigo original em inglês: http://www.lifesitenews.com/ldn/2010/jan/10012710.html

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