Dave Welch
Por milhares de anos, profetas, sacerdotes e pastores serviram como voz de prestação de contas espiritual, moral, cultural e governamental diante das leis e soberania de Deus. Os líderes evangélicos durante a era colonial dos Estados Unidos eram conhecidos como o “Regimento Negro” e eram temidos pelos britânicos por seu papel no nascimento do fogo da liberdade. Pastores como Lyman Beecher, Charles Finney e centenas de outros entre seus colegas de ministério provocaram as chamas dos movimentos pela abolição da escravidão, pela proibição de bebidas alcoólicas e bares de prostituição e pela justiça racial.
Poderíamos fazer uma lista de muitos nomes e situações de pastores que assumiram a responsabilidade pela condição de seu rebanho, sua comunidade e sua nação. Contudo, há mais ou menos 100 anos começou um novo “gnosticismo”, uma antiga heresia declarando que só o que é espiritual tem valor e que as todas as coisas físicas são malignas.
O historiador cristão Timothy Paul Jones descreve a distinção que expõe a mentira do gnosticismo: “Como cristãos, a salvação não é um retiro espiritual do mundo físico. É uma renovação que une e restaura ambas as esferas”. Nossa salvação traz esperança de redenção para todos os aspectos da criação física e da ordem criada.
Desde o primeiro século cristão, o mandato cultural dado por Deus para seus administradores em Gênesis foi aceito para significar que tudo na terra está debaixo da soberania de Deus, debaixo de nossa administração e, portanto, “nossa responsabilidade”. À medida que ensinamentos falsos se infiltraram no século passado, a igreja entrou num período em que fez separação entre o sagrado e o secular, uma separação que escancarou a porta para muitos tipos de males.
No livro “The Late, Great Evangelical Church” [A Outrora Grande Igreja Evangélica], de autoria de C. Vaughn Doner, um teólogo nacionalmente renomado, e do especialista bíblico Dr. Jay Grimstead, os autores declaram: “A ausência de credos deliberados no Protestantismo americano… sua ignorância dos ensinos das Escrituras, sua preocupação com o milenialismo, seu preconceito anti-sacramental e anti-eclesiástico são todos indicadores de uma cosmovisão essencialmente gnóstica”.
Isso realmente importa enquanto “pregamos Jesus crucificado e ressurreto”?
Pela graça de Deus, há muitos pastores e teólogos que diriam que o Cristianismo é muito mais do que só pregar a mensagem da salvação, fazer estudos da Bíblia e aguardar o arrebatamento. Entre eles estava o legendário evangelista do primeiro Grande Despertamento, Charles G. Finney, que escreveu no livro “The Decay of Conscience” [A Deterioração da Consciência] em 1873:
“Irmãos, nossa pregação produzirá seus frutos legítimos. Se a imoralidade prevalecer na nação, a culpa é em grande parte nossa. Se está havendo uma deterioração da consciência, o púlpito é responsável por isso. Se a imprensa pública não possui discernimento moral, o púlpito é responsável por isso. Se a igreja está depravada e mundana, o púlpito é responsável por isso. Se o mundo está perdendo seu interesse no Cristianismo, o púlpito é responsável por isso. Se Satanás governa nos lugares onde se criam leis, o púlpito é responsável por isso. Se a política se tornou tão corrupta que os próprios fundamentos do governo estão prontos para se desfazer, o púlpito é responsável por isso. Não ignoremos esse fato, meus queridos irmãos, mas meditemos nisso, e sejamos plenamente despertos para a nossa responsabilidade com relação ao estado moral desta nação”.
O nascimento e crescimento de muitos ministérios de reforma social com base em Cristo como Prison Fellowship, Samaritan’s Purse e milhares de outros em décadas recentes é certamente positivo. Esses ministérios têm produzido explosões reais de trabalhos a nível de rua para servir grandes necessidades no nome de Cristo. A maioria dos pastores evangélicos agora aceita a premissa de que devemos cuidar dos sofredores e necessitados tanto na igreja quanto na comunidade — embora dê para fazer muito mais.
Em que estado nos veremos se realmente aceitarmos, dissecarmos e aplicarmos a declaração do Rev. Finney, e medirmos nossa nação nas categorias de:
* A imoralidade prevalecendo no país;
* A deterioração da consciência — mentes reprovadas;
* Falta de discrição moral pública — relativismo moral;
* Igreja depravada (mundana);
* Interesse decrescente no Cristianismo bíblico entre os que estão dentro e fora das igrejas:
* Satanás dominando nas esferas legislativas;
* Políticos corruptos ameaçando os fundamentos do governo.
Estamos doentes, e os púlpitos são em grande parte culpados. Não é com certeza porque temos falta nos púlpitos de grandes homens, personalidades e empreendedores. Qual, então, é a raiz do problema?
Os pastores precisam voltar ao chamado de fazer discípulos e ensinar as pessoas “tudo o que lhes tenho mandado” (Mateus 28:18-20) a frente da igreja como sempre. Pregue a Palavra de Deus direta, em vez de contar estórias temperadas com alguns versículos. Isso esvaziará alguns bancos? Sem dúvida. Isso tornará você mais popular e um ídolo? Muito provavelmente, não. Isso restaurará o poder de Deus à igreja e trará cura ao nosso país? Assim sempre foi.
Estamos num ponto em que milhares de pastores nos Estados Unidos precisam aceitar o desafio e avaliar com sinceridade se estamos aceitando o mandato pleno em todas as áreas mostradas acima e prover a liderança “ofensiva” que a igreja tão desesperadamente precisa. O custo de não agir assim já pode ser medido em vidas estraçalhadas e uma nação fraca.
Nosso Deus requer mais e nosso povo merece o melhor. Por isso, vamos fazer nossa parte!
Traduzido e adaptado por Julio Severo: www.juliosevero.com
Fonte: WND
Nenhum comentário:
Postar um comentário