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15 de mar. de 2010

Lula, o intrometido

Lula, o intrometido

Cuba, Israel e o negro abandonado

Julio Severo

Não, a ditadura de Fidel Castro jamais considerou Lula um intrometido. Aliás, em sua recente visita a Cuba, Lula preferiu não defender um negro que, depois de anos de injustificada prisão e tortura, morreu também de greve de fome. Lula não teve dó nem piedade dele. Afinal, ele era culpado de um crime horrível: discordar do paraíso comunista cubano. Já viu crime pior que esse?


Além disso, foi um erro — na opinião modesta de Lula — o homem apelar para uma greve de fome, deixando de comer a miserável ração que o governo bondosamente fornece. O certo era ele ficar vivo para continuar sofrendo torturas. No passado, Cuba usava muito o paredón de fuzilamento, mas provavelmente com a escassez de balas, torturas sejam mais econômicas. Por pior que possa parecer, o cubano grevista foi apenas uma das dezenas de milhares de inocentes aniquilados pelo governo cubano, que só quer o “bem” de seu próprio povo.


É evidente que, se Lula não fosse socialista, a mídia socialista jamais perdoaria: “Lula racista! Falso defensor dos direitos humanos!” Mas a amizade dele com Fidel Castro e Hugo Chavez garante perdão imediato e automático e vista grossa da imprensa, que também não se importa com negros e outros que perecem sob governos comunistas.


Os negros e outras minorias são muito úteis para a ideologia socialista, mas são descartáveis quando se revoltam contra a escravidão que os governos socialistas impõem sobre suas populações. É por isso que Lula tomou a decisão de não interferir nos “assuntos internos” de Cuba.
O caso do infeliz negro cubano não comoveu os ativistas brasileiros de direitos dos negros, nem os levou a vociferar queixas contra o alegado supremo benfeitor de sua causa na presidência do Brasil. Afinal, Lula tem o compromisso fervoroso de apoiar a causa comunista de Fidel e a causa dos militantes negros, desde que não interfiram na causa suprema — “Venha o reino de Karl Marx. Seja feita a vontade dele!”


Na visão socialista utópica de Lula, Fidel Castro e seu governo são vítimas da tirania da livre expressão de cidadãos cubanos que recusam enxergar os benefícios de uma vida subjugada debaixo da coleira socialista. Opressão verdadeira é o governo sofrer a resistência de um povo ignorante contra o “direito soberano” do Estado de controlar os cidadãos a ferro e fogo. Para Lula, esse é o pior tipo de opressão. Portanto, e daí se ele achasse que a morte do negro na bolorenta prisão comunista é a morte de mais um “opressor” contra as maravilhosas forças libertadoras do Estado laico?


No que depender de Lula e Fidel, todo cidadão anti-socialismo deveria fazer greve de fome permanente, sem direito a intervalo.


Admirador inegável da agenda gay, Lula teria apenas uma palavra parafraseada de Oscar Wilde para negros, cristãos e outros oprimidos pelo paraíso de Fidel: “A melhor maneira de vencer o comunismo de Fidel é entregando-se a ele!”
Lula aplicaria essa palavra a muitos outros exemplos.
Contudo, ele jamais faria isso com Israel.


O governo brasileiro, que tem votado sistematicamente contra Israel no Conselho de Segurança da ONU desde que Lula assumiu a presidência em 2003, nunca condenou as gravíssimas violações de direitos humanos do Sudão, Cuba, Irã, Coreia do Norte, etc., onde centenas de milhares de cristãos têm sido torturados e mortos. Filosofia de Lula: Para os amigos, tudo. Para os “inimigos”, nada.


Se o pobre negro fosse palestino e tivesse sido vítima de Israel, Lula certamente apelaria para reações mais drásticas. (“Ei, companheiro Ahmadinejad, por que tanta demora? Você vai ou não fabricar a bomba?”)
Certamente, Lula nunca ficaria calado sobre a morte do negro. Mas como o pobre coitado “escolheu” ser vítima do amigo cubano de Lula, a única solução era mesmo a morte de fome.
Agora, Lula está visitando Israel e os palestinos nos territórios judaicos ocupados por eles. Ah, finalmente, o homem reconheceu — depois de quase uma década visitando os países inimigos de Israel sem tocar um dedo do pé na terra de Abraão, Isaque e Jacó — que precisa também viajar pelo menos uma vez a Israel.


Não é uma visita de cortesia, embora Shimon Perez, o presidente de Israel, seja tão socialista quanto ele. Na verdade, o homem do PT espera obter de alguma forma a posição de “mediador” da paz entre israelenses e palestinos. Ele quer, em resumo, um papel importante nas pressões internacionais que querem forçar os judeus a entregar para os árabes palestinos metade da terra que Deus deu em promessa a Abraão, Isaque e Jacó.


Ei, não comecem a julgar Lula. Ele faz isso porque não crê em Deus e suas promessas. Existe o livre arbítrio, não é? Todos têm direito de combater o que Deus promete. Lula está apenas exercendo seu direito laico de intromissão nos assuntos internos de Israel. Além disso, ele quer apenas mudar a balança brasileira, onde multidões de evangélicos brasileiros visitam Israel todos os anos como gesto de apoio ao povo judeu.
A visita de Lula representa o lado mais sombrio do Brasil. Ele estará representando os brasileiros que não aceitam de forma alguma a aliança de Deus com o povo judeu.


Eu não sei bem o que pode acontecer com um homem que se coloca como intrometido bem no meio de uma questão que Deus já deixou plenamente resolvida. A terra de Israel já foi dada. Ponto final — de Deus, não do homem. Se Lula quer dar terras aos palestinos, ele que dê suas propriedades pessoais.


Entretanto, sei o que poderia ter acontecido se Lula tivesse usado seu talento de intromissão entre Fidel Castro e um pobre súdito cubano de pele escura. Mas ninguém defendeu o homem, que morreu de forma horrível. Lula estava lá, em seu confortável camarote presidencial, assistindo, de pipoca e coca-cola (eufemismo para cachaça) na mão, os últimos minutos do espetáculo de um solitário cidadão cubano contra a tirania comunista. No final: final infeliz — para o negro cubano. Pelo menos, Lula pôde aproveitar a pipoca e a coca-cola.


No caso de Israel, a pretensão de Lula de ser um “mediador da paz” entre israelenses e palestinos é apenas um eufemismo para “intrometido”, termo que segundo o Dicionário Aurélio significa “Que se mete no que não lhe diz respeito; metediço, metido, adiantado, indiscreto; abelhudo, intrometidiço”.


Diante dos ditadores, a intromissão necessária de Lula desaparece enquanto os oprimidos morrem. Centenas de milhares de cristãos torturados e mortos no Sudão, Cuba, Irã, Coreia do Norte parecem não ter nenhum efeito na consciência (ou falta de consciência) de Lula.
Diante de Deus e suas promessas, Lula ergue o nariz e diz: “Ninguém vai me impedir de entrar nessa! Eu faço o que eu quero e viajo aonde quero com o dinheiro dos meus súditos!”


Na agenda de viagens de Lula este ano, também está uma visitinha ao presidente do Irã, o companheiro Ahmadinejad, que vive prometendo destruir Israel e acabar com os judeus.
Será que Lula conseguiria pensar em visitar Ahmadinejad ou chamá-lo de amigo se o líder islâmico tivesse prometido destruir os ditadores Fidel Castro e Hugo Chavez?
Chavez é amigo de Ahmadinejad, e ambos têm amizade com Lula. Ambos também apóiam grupos terroristas contra Israel.


No entanto, vamos ver quem vai vencer no final.

Só temo pelo Brasil, pois embora Lula tenha todo direito de fazer papel de companheiro do Hamã moderno contra os judeus e sua terra, uma nação inteira pode sofrer as conseqüências das decisões de um homem beberrão e irresponsável.

Versão em inglês deste artigo: Lula, the meddler

Fonte: www.juliosevero.com

Divulgação: pensamentosnaweb

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