Hilary White
ROMA, Itália, 9 de fevereiro de 2010 (Notícias Pró-Família) — A Igreja Católica está sofrendo um dos mais perigosos erros filosóficos do mundo moderno — o da falsa compaixão, diz Michel Schooyans, uma das principais mentes filosóficas da Europa.
Num novo documento, Schooyans escreve que a corrupção da compaixão criou um clima em que é anátema condenar a matança de crianças por meio do aborto e, mais recentemente, por meio do infanticídio pós-natal. Levou também, diz ele, à abolição da definição tradicional do casamento; a propagação da AIDS através da doutrina do “sexo seguro”; e a um ressurgimento das políticas eugênicas mortais do início do século XX. (Leia o documento completo aqui.)
“A pseudo-compaixão”, escreve Schooyans, “leva à heresia e divisão dentro da Igreja, pois incita os fiéis a se desviarem de um elemento não negociável da doutrina da Igreja: o dever de respeitar a vida inocente.
“A pseudo-compaixão reforça o movimento para com a ‘tirania do relativismo’, observável em alguns padres e/ou teólogos”.
Os meios de comunicação, de acordo com a propaganda da indústria do aborto, diz Schooyans, invariavelmente invocam a compaixão quando mostram o aborto como necessário para a mulher, e até mesmo para a criança.
“Se antes do nascimento, uma criança é declarada como sofrendo de grave má-formação, argumentarão que, se a gravidez prosseguir, a criança terá uma vida que não será digna de viver; o aborto então será recomendado por compaixão, por piedade”. No fim, escreve ele: “A criança será assassinada por compaixão”.
Essa falsa compaixão, diz ele, é invocada em favor de mães que querem abortar crianças que se tornariam um “peso”, e em favor da sociedade em geral que, é o que dizem, não deve ser sobrecarregada com “indesejadas” crianças deficientes “cuja manutenção é custosa, mas inútil”.
Monsenhor Michel Schooyans é professor emérito da Universidade Católica de Louvain e importante especialista em antropologia, filosofia política, bioética e demografia. Como membro vitalício da Pontifícia Academia pela Vida (PAV), Schooyans estava entre as vozes mais destacadas que pediram a retratação de um artigo escrito pelo presidente do PAV, o Arcebispo Salvatore Fisichella, publicado no ano passado. O artigo parecia desculpar o aborto de bebês gêmeos em Recife, Brasil, na base da compaixão.
O ultimo artigo de Schooyans, “The Pitfalls of Compassion” (As Ciladas da Compaixão), tem como alvo o artigo de Fisichella, que foi publicado no jornal do Vaticano L’Osservatore Romano, a pedido do Secretário de Estado do Vaticano, e que condenou fortemente a ação do Arcebispo brasileiro José Cardoso Sobrinho, que havia publicamente avisado um grupo de médicos de que eles enfrentavam excomunhão automática por abortarem os gêmeos brasileiros.
Em seu artigo, Fisichella defendeu os médicos que cometeram o aborto na base da compaixão. “Escolhas como essa”, escreveu ele, “embora com casos diferentes, se repetem a cada dia nas unidades de terapia intensiva e na consciência do médico que se acha só no ato de ter de decidir o que é melhor a fazer”.
“Ninguém, porém, chega a uma decisão dessa natureza de um modo descuidado. É injusto e ofensivo até cogitar essa possibilidade”, escreveu o arcebispo.
Schooyans responde a Fisichella especificamente, dizendo que “dá também para estender” esse falso senso de compaixão “aos médicos aborteiros”.
“Executar um aborto é para eles — se diz — uma ‘decisão difícil de fazer’ e um ato que eles realizam puramente em obediência à sua consciência. Temos pois de simpatizar com os médicos que, por exemplo, ‘pelo bem’ da criança ou sua mãe, tomam a decisão ‘corajosa’ de ir em frente com um aborto. Longe de culpar tais pessoas, temos de apoiá-las psicologica e moralmente e conceder-lhes a devida proteção legal”.
Schooyans ilustra a ameaça que essa “compaixão fraudulenta” representa para a vida humana recontando vários casos em que se justificou o assassinato. Um desses casos ocorreu em Liège, Bélgica, em que uma mãe foi inocentada, para o aplauso da multidão, de assassinar seu filho deficiente. Essa atitude, ele diz, “traz à mente o caso de Recife” em que, “em vez de expressarem compaixão para com as vítimas inocentes e crianças, estendeu-se ‘compaixão’ àqueles que infligiram imensos danos a essas vítimas” — os aborteiros.
O escândalo que veio a ser conhecido como o “Caso de Recife” foi resolvido só depois de meses de pedidos ao Arcebispo Fisichella pela liderança pró-vida do mundo para que seu artigo fosse corrigido ou houvesse retratação. Esses pedidos foram ignorados até que finalmente um grupo de membros do PAV se encontrou pessoalmente com o Papa Bento 16 pedindo que o assunto fosse tratado. Logo após essa reunião, L’Osservatore Romano publicou um esclarecimento extenso, feito pela Congregação da Doutrina da Fé, reiterando nos termos mais fortes a absoluta condenação da Igreja Católica ao aborto.
Alguns membros do PAV escreveram para LifeSiteNews expressando suas preocupações sérias de que a liderança da Academia tenha causado “um clima de desconforto”. O Arcebispo Fisichella continua recusando se retratar ou corrigir suas declarações. Apesar disso, ele permanece firme como presidente do PAV. Uma reunião a portas fechadas dos membros do PAV será realizada nesta semana em meio a especulações de que seu futuro está em questão após o escândalo.
Schooyans finaliza com uma especulação sobre as possíveis conseqüências para o clero que se entrega à “pseudo-compaixão” em casos que envolvem o aborto. Considerando o requisito da Lei Canônica de que deve-se recusar a Eucaristia a um leigo que apóia o aborto, até mesmo sob pretexto de “compaixão, pergunta ele: “A Lei Canônica impõe medidas de suspensão, na base dupla de escândalo e heresia, ao clero que publicamente expressa pseudo-compaixão para aborteiros?”
Num novo documento, Schooyans escreve que a corrupção da compaixão criou um clima em que é anátema condenar a matança de crianças por meio do aborto e, mais recentemente, por meio do infanticídio pós-natal. Levou também, diz ele, à abolição da definição tradicional do casamento; a propagação da AIDS através da doutrina do “sexo seguro”; e a um ressurgimento das políticas eugênicas mortais do início do século XX. (Leia o documento completo aqui.)
“A pseudo-compaixão”, escreve Schooyans, “leva à heresia e divisão dentro da Igreja, pois incita os fiéis a se desviarem de um elemento não negociável da doutrina da Igreja: o dever de respeitar a vida inocente.
“A pseudo-compaixão reforça o movimento para com a ‘tirania do relativismo’, observável em alguns padres e/ou teólogos”.
Os meios de comunicação, de acordo com a propaganda da indústria do aborto, diz Schooyans, invariavelmente invocam a compaixão quando mostram o aborto como necessário para a mulher, e até mesmo para a criança.
“Se antes do nascimento, uma criança é declarada como sofrendo de grave má-formação, argumentarão que, se a gravidez prosseguir, a criança terá uma vida que não será digna de viver; o aborto então será recomendado por compaixão, por piedade”. No fim, escreve ele: “A criança será assassinada por compaixão”.
Essa falsa compaixão, diz ele, é invocada em favor de mães que querem abortar crianças que se tornariam um “peso”, e em favor da sociedade em geral que, é o que dizem, não deve ser sobrecarregada com “indesejadas” crianças deficientes “cuja manutenção é custosa, mas inútil”.
Monsenhor Michel Schooyans é professor emérito da Universidade Católica de Louvain e importante especialista em antropologia, filosofia política, bioética e demografia. Como membro vitalício da Pontifícia Academia pela Vida (PAV), Schooyans estava entre as vozes mais destacadas que pediram a retratação de um artigo escrito pelo presidente do PAV, o Arcebispo Salvatore Fisichella, publicado no ano passado. O artigo parecia desculpar o aborto de bebês gêmeos em Recife, Brasil, na base da compaixão.
O ultimo artigo de Schooyans, “The Pitfalls of Compassion” (As Ciladas da Compaixão), tem como alvo o artigo de Fisichella, que foi publicado no jornal do Vaticano L’Osservatore Romano, a pedido do Secretário de Estado do Vaticano, e que condenou fortemente a ação do Arcebispo brasileiro José Cardoso Sobrinho, que havia publicamente avisado um grupo de médicos de que eles enfrentavam excomunhão automática por abortarem os gêmeos brasileiros.
Em seu artigo, Fisichella defendeu os médicos que cometeram o aborto na base da compaixão. “Escolhas como essa”, escreveu ele, “embora com casos diferentes, se repetem a cada dia nas unidades de terapia intensiva e na consciência do médico que se acha só no ato de ter de decidir o que é melhor a fazer”.
“Ninguém, porém, chega a uma decisão dessa natureza de um modo descuidado. É injusto e ofensivo até cogitar essa possibilidade”, escreveu o arcebispo.
Schooyans responde a Fisichella especificamente, dizendo que “dá também para estender” esse falso senso de compaixão “aos médicos aborteiros”.
“Executar um aborto é para eles — se diz — uma ‘decisão difícil de fazer’ e um ato que eles realizam puramente em obediência à sua consciência. Temos pois de simpatizar com os médicos que, por exemplo, ‘pelo bem’ da criança ou sua mãe, tomam a decisão ‘corajosa’ de ir em frente com um aborto. Longe de culpar tais pessoas, temos de apoiá-las psicologica e moralmente e conceder-lhes a devida proteção legal”.
Schooyans ilustra a ameaça que essa “compaixão fraudulenta” representa para a vida humana recontando vários casos em que se justificou o assassinato. Um desses casos ocorreu em Liège, Bélgica, em que uma mãe foi inocentada, para o aplauso da multidão, de assassinar seu filho deficiente. Essa atitude, ele diz, “traz à mente o caso de Recife” em que, “em vez de expressarem compaixão para com as vítimas inocentes e crianças, estendeu-se ‘compaixão’ àqueles que infligiram imensos danos a essas vítimas” — os aborteiros.
O escândalo que veio a ser conhecido como o “Caso de Recife” foi resolvido só depois de meses de pedidos ao Arcebispo Fisichella pela liderança pró-vida do mundo para que seu artigo fosse corrigido ou houvesse retratação. Esses pedidos foram ignorados até que finalmente um grupo de membros do PAV se encontrou pessoalmente com o Papa Bento 16 pedindo que o assunto fosse tratado. Logo após essa reunião, L’Osservatore Romano publicou um esclarecimento extenso, feito pela Congregação da Doutrina da Fé, reiterando nos termos mais fortes a absoluta condenação da Igreja Católica ao aborto.
Alguns membros do PAV escreveram para LifeSiteNews expressando suas preocupações sérias de que a liderança da Academia tenha causado “um clima de desconforto”. O Arcebispo Fisichella continua recusando se retratar ou corrigir suas declarações. Apesar disso, ele permanece firme como presidente do PAV. Uma reunião a portas fechadas dos membros do PAV será realizada nesta semana em meio a especulações de que seu futuro está em questão após o escândalo.
Schooyans finaliza com uma especulação sobre as possíveis conseqüências para o clero que se entrega à “pseudo-compaixão” em casos que envolvem o aborto. Considerando o requisito da Lei Canônica de que deve-se recusar a Eucaristia a um leigo que apóia o aborto, até mesmo sob pretexto de “compaixão, pergunta ele: “A Lei Canônica impõe medidas de suspensão, na base dupla de escândalo e heresia, ao clero que publicamente expressa pseudo-compaixão para aborteiros?”
Lei o texto integral do artigo de Michel Schooyans “The Pitfalls of Compassion”
Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com
Divulgação: pensamentosnaweb
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