Vereadores do PSOL, delegado e juiz aparecem em lista de doadores dos Black Blocs. Todos de esquerda, é claro!
Por Gabriel Castro e Pâmela Oliveira. Volto depois. E como!
Pois é…
Apareceu a lista de patriotas que colaboram com os black blocs. Lá estão
os vereadores Jefferson Moura e Renato Cinco, ambos do PSOL. Mas não
só. Há também um delegado, o sr. Orlando Zaccone, uma figura conhecida
deste blog. Já chego a ele. Não só: na lista também está um juiz de
direito, de quem já se ouviu falar aqui: João Damasceno — que nega a
contribuição. A VEJA.com teve acesso à planilha de contabilidade de um
dos eventos patrocinados pelos black blocs — este, excepcionalmente, não
teve pancadaria. Adivinhem quem aparece tanto arrecadando a grana junto
aos doadores como gastando o dinheiro… Elisa de Quadros, a buliçosa
“Sininho”. Doar dinheiro para quem quer que seja é ilegal? Em si, não!
Depende do que se vai fazer com ele. E a gente sabe o que fazem os black
blocs.
A
revelação da lista de doadores para a realização de um dos eventos
reforça a denúncia feita pelo advogado Jonas Tadeu, que defende os
assassinos do cinegrafista Santiago Andrade. Em entrevista à rádio Jovem
Pan na manhã desta quarta, ele afirmou que políticos e partidos estavam
dando mesadas a manifestantes. Também põe numa nova perspectiva a
afirmação de Tadeu de que Sininho o procurou, em nome do deputado
Marcelo Freixo (PSOL-RJ), oferecendo criminalistas para defender os
homens que mataram Santiago.
A parceria
política entre PSOL e black blocs não é exatamente uma novidade. Os
dois grupos atuaram juntos na estúpida greve dos professores do Rio. O
sindicato chegou a publicar uma nota em que assumia a parceria. Agora,
vemos políticos do partido dando dinheiro para os mascarados. Freixo
ainda tentou ameaçar a imprensa com Justiça para ver se ela mudava de
assunto. Não adiantou.
Zaccone
estar nessa lista não me surpreende. Este delegado de polícia tem
realmente um juízo muito singular sobre o mundo. No começo de maio, ele
participou em Brasília de um seminário (leia post a respeito) em defesa da descriminação das drogas, financiado pelo governo Dilma, em que deu a seguinte declaração:
“Nós conseguimos avançar no debate no que diz respeito ao consumo de
drogas, a descriminalização da conduta do usuário (…) E eu não tenho,
como policial, outra maneira de observar esse fenômeno sem ser, né?,
atuando em favor, né?, da legalização da produção, do comércio e do
consumo de todas as drogas”. Você entenderam. Ele disse
que, como delegado, atua em favor da legalização da produção, do
comércio e do consumo. Atenção! Nem a Holanda, que tem a legislação mais
tolerante do mundo com os entorpecentes, aceita a legalização da
produção e do comércio. Parece-me razoável que apareça doando dinheiro
aos black blocs.
Outra figura conhecida deste blog é o juiz João Damasceno. Escrevi um post sobre
ele no dia 30 de outubro. Ele parece num vídeo, ao lado de algumas
estrelas da TV Globo, convocando a população do Rio para um protesto. No
vídeo em questão, uma atriz, que não pertence ao elenco global, defende
abertamente a tática black bloc. Disse ela em defesa dos vândalos: “E
eu também acho que tem de parar para pensar o que é que está sendo
destruído. São casas de pessoas? Não! São lugares simbólicos”.
Damasceno,
que pertence ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, é membro de uma
associação esquerdista chamada “Juízes para a democracia”, uma entidade
que, certa feita, publicou uma nota em defesa de pessoas que invadiram e
depredaram a Reitoria no USP. No texto, a tal associação diz que algumas pessoas estão, sim, acima da lei. Quais pessoas? Os militantes de esquerda!
Eis aí. Em
sociedade, não existe nem combustão nem geração espontânea. Atos,
causas, eventos são sempre motivados. Na democracia, qualquer atividade
que tenha custo sempre é financiada. A questão é saber o que se está
financiando: o aperfeiçoamento da democracia ou o terror.
Uma planilha obtida pelo site de VEJA revela, pela primeira vez, nomes de políticos e autoridades do Rio de Janeiro que doaram dinheiro ao grupo Black Bloc, responsável por protagonizar cenas de depredação e vandalismo em manifestações pelo país. A lista cita dois vereadores do PSOL, um delegado de polícia e um juiz. O repasse de dinheiro por políticos e autoridades não configura ilegalidade. Porém, as doações são um caminho para identificar o elo entre políticos e os mascarados que aparecem na linha de frente quando os protestos degeneram em tumulto e confusão. Um dos mais recentes chegou ao extremo de provocar a morte do cinegrafista Santiago Andrade.
A
contabilidade da planilha a que VEJA.com teve acesso se refere a um ato
realizado pelo grupo no dia 24 de dezembro, batizado “Mais amor, menos
capital”. A manifestação – convocada como um ato cultural – não terminou
em vandalismo, como outras organizadas pelo mesmo grupo. Mas a lista de
doadores sugere ligações entre autoridades e militantes. A tabela foi
repassada por Elisa Quadros, conhecida como Sininho, em um grupo fechado
do Facebook. Neste documento, aparecem os nomes dos vereadores
Jefferson Moura (PSOL) e Renato Cinco (PSOL), apontados como doadores de
400 reais e 300 reais, respectivamente. O juiz João Damasceno aparece
como doador de 100 reais, e o delegado Orlando Zaccone, de 200 reais.
Damasceno é
um antigo apoiador das manifestações de rua. Ele chegou a gravar um
vídeo em apoio aos protestos, apesar da violência causada pelo grupo que
se veste de preto e promove depredações. O delegado Orlando Zaccone tem
um perfil pouco convencional para delegados, e é conhecido crítico da
atuação da própria polícia. Na planilha, além de Sininho, outros nomes
aparecem como arrecadadores: Paula, Rosi, Julinho e Pâmela. Também há
menções de colaborações do grupo cracker Anonymous, que divulga
manifestações na internet e invade sites. Quando a menções a doações de
vereadores começaram a surgir nas redes sociais, Sininho se irritou.
“Eles deram dinheiro, sim, e não foi nenhum segredo, teve reuniões e
isso foi discutido e questionado”, escreveu ela. “Eles doaram como civis
e não políticos.”
Mais um
detalhe: a discussão ocorreu na página do Facebook chamada de “Censura
Negada”. Um dos administradores das postagens é identificado no mundo
virtual como Dik ou Dikvigari Vignole. O nome dele no mundo real: Caio
de Silva de Souza. É o jovem que disparou o rojão que matou o
cinegrafista Santiago Andrade.
Respostas
A assessoria de Jefferson Moura admitiu que a doação mencionada na planilha partiu de funcionários do gabinete do parlamentar – e que o vereador já estava de recesso quando os militantes pediram as doações. Mas informou que o parlamentar provavelmente doaria o dinheiro se estivesse presente.
A assessoria de Jefferson Moura admitiu que a doação mencionada na planilha partiu de funcionários do gabinete do parlamentar – e que o vereador já estava de recesso quando os militantes pediram as doações. Mas informou que o parlamentar provavelmente doaria o dinheiro se estivesse presente.
O delegado
Zaccone confirmou ao site de VEJA ter doado 200 reais. Ele disse ter
recebido um telefonema de Sininho, até então uma desconhecida para ele,
propondo que participasse de um debate no evento “Ceia dos Excluídos”,
em 23 de dezembro do ano passado. Como delegado de polícia, ele deveria
apresentar sua visão sobre direito de manifestação, Copa do Mundo e
cerceamento de liberdade. Segundo ele, advogados e representantes de
movimentos sociais integravam o grupo. “Achei interessante falar na
Cinelândia. Já dei palestras em universidades e me interesso pelo tema”,
disse.
“Fiz a
doação para um evento cultural e vi para o que estava doando. Quando a
Sininho ligou, explicou que estava buscando aproximação com instituições
e pessoas que não visse o movimento com olhar criminalizante. A doação
foi para o ‘Ocupa Câmara’, não foi para o Black Bloc. Não tenho nada a
omitir em relação a isso. A Constituição garante o direito de se fazer
tudo que não é proibido em lei. E, no Brasil não é proibido fazer doação
para evento com distribuição de alimento”, afirmou. “Sou policial. Como
vou financiar ou contribuir com pessoas que entram em conflito com
policiais?”, disse.
O juiz
Damasceno negou ter contribuído financeiramente “para qualquer
manifestação ou entidade da sociedade civil que as convoque”. A
assessoria do vereador Renato Cinco informou que está fora do Rio e não
foi localizado.
Divulgação: www.jorgenilson.com
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