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21 de nov. de 2011

Maçonaria: Meu Pacto de Morte

Maçonaria:
Meu Pacto de Morte


Pr Airton Evangelista da Costa



Foi há mais de quarenta anos. No decorrer de rituais, jurei que estaria disposto a ser degolado (grau de Aprendiz Maçom), a ter meu coração arrancado (grau de Companheiro) e minhas entranhas rasgadas (Mestre Maçom), se não cumprisse pela vida a fora o compromisso assumido de ser fiel à Fraternidade e guardar seus segredos.

Jesus disse que não devemos jurar nem pelo céu, nem pela terra, nem por nossa cabeça, mas que seja nosso não, não, e sim, sim (Mt 5.34-37; cf. Tg 5.12).

Com vinte e sete anos, entrei na Maçonaria por curiosidade, para conhecer verdades espirituais e filosóficas; aumentar meu círculo de amigos e me sentir mais seguro.

Talvez tenha sido a primeira vez que li o Salmo 133: “Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união”. É o que é lido na abertura dos trabalhos. “Sobre o `altar sagrado´ dos maçons é colocada uma “Bíblia”, um “Alcorão”, ou outro livro santo chamados de “Volume da Lei Sagrada”. Mas se os membros da Loja forem todos judeus, a Bíblia conterá apenas o Antigo Testamento. Na Maçonaria, a Bíblia é mais um apetrecho dentre outros símbolos, como o esquadro e o ramo de acácia.

Aqui começam as divergências entre Maçonaria e Cristianismo. De que irmãos a Palavra está falando? De irmãos maçônicos ou irmãos em Cristo? Na minha ignorância, entendia que a Bíblia me recomendava viver em união com os demais maçons. Depois compreendi que os verdadeiros irmãos são os que comungam da mesma fé cristã (Jo 1.12). Portanto, sob juramente, eu estava em estreita comunhão com pecadores confessos. Jurei defendê-los em qualquer circunstância.

A Maçonaria não faz restrições a quem queira ingressar nos seus quadros, desde que não seja ateu. Ela exige a crença na existência de um Ser Supremo, a quem o homem tem de prestar contas e de quem depende. Portanto, espíritas e feiticeiros podem ser maçons. Basta que acredite no “Grande Arquiteto do Universo”, o deus maçônico. Na minha cidade havia um influente maçom feiticeiro quer acreditava no Ser Supremo. Estive pessoalmente no seu terreiro, nos meus tempos de ignorância.

Os pactos feitos nos graus de aprendiz, companheiro e mestre – os únicos por que passei - talvez pareçam para alguns maçons um ritual simbólico, sem muita importância. Mas não é. A boca fala do que está cheio o coração (Lc 6.45). Há implicações e ressonâncias no mundo espiritual. Não cabe querer comparar a Maçonaria a uma empresa privada, em favor da qual se tenha que guardar alguns segredos profissionais. Não. A Maçonaria é uma religião. Tem seu deus, seus ritos, seus símbolos, códigos secretos e credo. E o cristão não pode servir a dois senhores, ter duas religiões.

No dia marcado para minha iniciação, fui visitado por dois maçons. Ao entrar no veículo, colocaram-me uma venda nos olhos. Antes de entrar na Loja, circulei alguns minutos pelas ruas da cidade. Permaneci assim, na escuridão, por mais ou menos duas horas. A venda foi retirada apenas por alguns momentos, para que eu assinasse alguns papéis e reafirmasse o desejo de ser maçom.

Chegou o momento. Entrei no salão. Conduziram-me pela mão para que eu circulasse de um lado para outro, passando por caminhos estreitos, tropeçando nas cadeiras. Quando tiraram a venda, dezenas de maçons apontavam para mim com suas espadas. O simbolismo traduzia que eu passara das trevas para a luz, e que os novos irmãos estariam prontos a me defender em qualquer situação.

A luz maçônica não melhorou em nada a minha vida espiritual. Encontrei a Luz verdadeira trinta anos depois, quando fiz uma confissão pública de entrega da minha vida ao Senhor Jesus. Devo esclarecer que antes mesmo da minha conversão, deixei de freqüentar a Maçonaria. Fiquei nela não mais do que uns dois anos. De fato, saí das trevas em que me encontrava. Com a mesma a boca com que jurei fidelidade à Maçonaria, confessei a Jesus Cristo, aceitando-O como meu Senhor e Salvador pessoal (Rm 10.9). Os pactos anteriores foram quebrados. Nasci de novo.

A prática maçônica - ritos, simbolos e doutrina – é incompatível com a prática cristã. É o que me proponho a examinar.

A Maçonaria é conceituada como uma religião: “Todos (maçons) concordam em declarar que ela é um sistema ético, mediante cuja prática os seus membros podem progredir em seu interesse espiritual, subindo a escada teológica da Loja na terra para a Loja no céu” (01). Vejam: “Seguir a escada teológica da Loja” para entrar no céu. O Caminho do cristão é outro (Jo 14.6). Não há como servir à Loja e servir a Cristo ao mesmo tempo. O cristão precisa permanecer fiel a Jesus (Jo 15.4-5).

A salvação na Maçonaria dá-se pelas obras: “O Olho-que-Tudo- Vê (Deus)... contempla os recessos mais íntimos do coração humano, e irá recompensar- nos conforme as nossas obras”. As obras são necessárias à vida eterna na “Loja Celestial” (02).

A doutrina maçônica nega a salvação pela graciosa provisão de Deus através de Jesus Cristo (Ef 1.2-9).

A teologia maçônica “ensina claramente durante o grau do Arco Real (Rito de York), quando diz a cada candidato que o nome perdido de Deus será agora revelado a ele. O nome dado é Jabulom. Este é um termo composto, juntando Jeová com dois deuses pagãos – Baal, a entidade maligna dos cananeus (Jr 19.5; Jz 3.7; 10.6), e o deus egípcio Osíris” (03).

“Autoridades maçônicas como Coil e o Ritual e Monitor Maçônico Padrão admitem que “Bul” ou “Bel” se refere à divindade cananéia ou assíria Baal, e que “On” se reporta à divindade egípcia Osíris. Wagner revela o objetivo maçônico nessa trindade pagã:

“Neste nome composto é feita uma tentativa de mostrar, mediante uma coordenação de nomes divinos... a unidade, identidade e harmonia das idéias hebraicas, assírias e egípcias sobre deus, e a harmonia da religião do Arco Real com essas religiões antigas. Esta “unidade de Deus” maçônica é peculiar. A doutrina ensina que os nomes diferentes dos deuses, como Brahma, Jeová, Baal, Bel, Om, On, etc. denotam o princípio gerador, e que todas as religiões são essencialmente as mesmas em sujas idéias do divino” (04).

A Bíblia diz: “Não terás outros deuses diante de mim... Não as adorarás, nem lhes darás culto...” (Ex 20.3,5). Leiam a advertência bíblica: “Desprezaram todos os mandamentos do Senhor... e serviram a Baal” (2 Rs 17.16). A unidade do Deus bíblico está no Pai, e no Filho e no Espírito Santo.

A doutrina maçônica diz que o candidato passou “este longo tempo na escuridão e agora busca ser levado para a luz”. Está no Ritual do primeiro grau. Como um filho de Deus, nova criatura em Cristo Jesus , pode aceitar tal doutrina? Somos “a luz do mundo e o sal da terra” (Mt 5.13-14). Vejam:

“Pois outrora éreis trevas, porém agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz” (Ef 5.8). Ao se tornar maçom, o cristão declara que estava nas trevas.

Prossegue a teologia maçônica:

“A maçonaria aceita e ensina que com tudo e acima de tudo está Deus, mas não essencialmente o Deus cristão trino. O maçom pode chamá-lo (Deus) como quiser, pensar nEle segundo o seu desejo; considera-lo uma lei impessoal ou pessoal e antropomórfica; a maçonaria não se importa com isso... Deus, Grande Arquiteto do Universo, Grande Artífice, Grão-Mestre da Grande Loja do Céu, Jeová, Alá, Buda, Brahma, Vishnu, Siva, ou Grande Geômetra...” (05)

A Maçonaria, como vimos, nega a divindade de Jesus Cristo e do Espírito Santo. Aliás, o Senhor Jesus nem sequer é mencionado nos rituais. O importante Ritual Maçônico chamado de Ritual da Quinta-Feira Santa do capítulo Rosa-Cruzes declara oficialmente: “Nos reunimos neste dia para celebrar a morte de Jesus, não como inspirado ou divino, pois não nos cabe decidir sobre isso” (06). Bastaria isso para que o verdadeiro crente levante a sua voz desassombrada e diga “NÃO, não aceito. Se os senhores não decidem, eu já decidi servir ao Deus verdadeiro, não a uma composição de deuses pagãos”. Por isso, Cristianismo e Maçonaria são irreconciliáveis.

O que representa a Bíblia para os maçons? “A opinião maçônica predominante é que a Bíblia não passa de um símbolo da Vontade, Lei ou Revelação divina, e não que o seu conteúdo seja a Lei Divina, inspirada ou revelada. Até agora, nenhuma autoridade responsável afirmou que o maçom deve crer na Bíblia ou em qualquer parte dela” (06). E mais: “Os livros sagrados de outras crenças são igualmente válidas para o maçom” (07).

O apóstolo Paulo disse que “toda Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça” (2 Tm 3.16).

Muitos, como eu, se tornam maçons antes de conhecer a Cristo. Agora, como cristãos, precisam renunciar à fé maçônica e quebrar o juramento feito. Vejam:

“Quando alguma pessoa jurar, pronunciando temerariamente com os seus lábios, para fazer o mal, ou para fazer o bem, em tudo o que o homem pronuncia temerariamente com juramente, e lhe for oculto, e o souber depois, culpado será numa destas coisas. Será, pois, que, culpado sendo numa destas coisas, confessará aquilo em que pecou” (Lv 5.4-5; cf. Pv 28.13; Tg 5.16; 1 Jo 1.9).

Referências:

01) Enciclopédia Revisada da Maçonaria (Revised Encyclopedia of Freemasonry) de Albert G. Mackey, cf. “Os Fatos Sobre a Maçonaria”, de John Ankerberg e John Weldon, 1995, p. 12).

02) Ritual dos três primeiros graus; Ritual e Monitor Maçônico. “Os Fatos...” p.22.

03) “Os Fatos...”, p. 27).

04) Ibidem, p.51.

05) “The Idea of God in Masonry” (A Idéia de Deus na Maçonaria), citado na revista maçônica The New Age (A Nova Era), nas pgs. 269ss, citado em “Os Fatos...”, pg. 53).

06) Enciclopédia Maçônica de Coil (Coil´sMasonic Encyclopedia, citada em “Os Fatos...”, p. 59.

07) A Revised Encyclopedia of Feemasonry (Enciclopédia Revisada da Maçonaria), de Mackey, cf. “Os Fatos...”, p. 59-60.




www.palavradaverdade.com

13.12.06






Todas as citações bíblicas são da ACF (Almeida Corrigida Fiel, da SBTB). As ACF e ARC (ARC idealmente até 1894, no máximo até a edição IBB-1948, não a SBB-1995) são as únicas Bíblias impressas que o crente deve usar, pois são boas herdeiras da Bíblia da Reforma (Almeida 1681/1753), fielmente traduzida somente da Palavra de Deus infalivelmente preservada (e finalmente impressa, na Reforma, como o Textus Receptus).




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