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14 de jan. de 2013

LIÇÃO 3 A LONGA SECA SOBRE ISRAEL



Três ótimos textos para aumentar o conteúdo da EBD

LIÇÃO 3    A LONGA SECA SOBRE ISRAEL

INTRODUÇÃO

I. O PORQUÊ DA SECA
II. OS EFEITOS DA SECA
III. A PROVISÃO DIVINA NA SECA
IV. AS LIÇÕES DEIXADAS PELA SECA

CONCLUSÃO

CONSEQUENCIAS DO PECADO

Por
Bruce R. Marino

O estudo das consequências do pecado devem considerar a culpa e o castigo. Há vários tipos de culpa (heb. ’asham, Gn 26.10; gr. enochos, Tg 2.10). A culpa individual ou pessoal pode ser distinguida da comunitária, que pesa sobre as sociedades. A culpa objetiva refere-se à transgressão real, quer posta em prática pelo culpado, quer não. A culpa subjetiva refere-se à sensação de culpa numa pessoa, que pode ser sincera e levar ao arrependimento (Sl 51; At 2.40-47; cf. Jo 16.7-11). Pode, também, ser insincera (com a aparência externa de sinceridade), mas ou desconhece a realidade do pecado (e só corresponde quando apanhada em flagrante e exposta a vergonha e castigada, etc) ou evidencia uma mera mudança temporária e externa, sem uma reorientação real, duradoura e interna (por exemplo, Faraó). A culpa subjetiva pode ser puramente psicológica na sua origem e provocar muitas aflições sem, porém, fundamentar-se em qualquer pecado real (1 Jo 3.19,20). 

A penalidade, ou castigo, é o resultado justo do pecado, infligido por uma autoridade aos pecadores e fundamentado na culpa destes. O castigo natural refere-se ao mal natural (indiretamente da parte de Deus) incorrido por atos pecaminosos (como a doença venérea provocadas pelos pecados sexuais e a deterioração física e mental provocada pelo abuso de substâncias). O castigo positivo é infligido sobrenatural e diretamente por Deus. O pecador é fulminado, etc.

[...] Os resultados do pecado são muitos e complexos. Podem ser considerados em termos de quem e o que é afetado por ele.

O pecado tem seu efeito sobre Deus. Embora sua justiça e sua onipotência não sejam prejudicadas pelo pecado, as Escrituras dão testemunho de seu ódio por ele (Sl 11.15; Rm 1.18), de sua paciência para com os pecadores (Êx 34.6; 2 Pe 3.9), de sua busca pela humanidade perdida (Is 1.18; 1 Jo 4.9-10,19), de sua mágoa por causa do pecado (Os 11.8), de sua lamentação pelos perdidos (Mt 23.37; Lc 13.34) e de seu sacrifício em favor da salvação da humanidade (Rm 5.8; 1 Jo 4.14; Ap 13.8). De todas as revelações bíblicas a respeito do pecado, estas talvez sejam as mais humilhantes.

Todas as interações de uma sociedade humana outrora pura estão pervertidas pelo pecado. As Escrituras protestam, repetidas vezes, contra as injustiças praticadas pelos pecadores contra os “inocentes” (Pv 4.16; sociais, Tg 2.9; econômicas, Tg 5.1-4; físicas, Sl 11.5; etc.).

O mundo físico também sofre os efeitos do pecado. A decadência natural do pecado contribui para os problemas da saúde e do meio ambiente.

Os efeitos mais variados do pecado podem ser notados na mais complexa criação de Deus: a pessoa humana. Ironicamente, o pecado traz benefícios (segundo as aparências). O pecado pode até mesmo produzir uma alegria transitória (Sl 10.1-11; Hb 11.25,26). O pecado também produz pensamentos enganosos, segundo os quais o mal parece bem. Como consequência, as pessoas mentem e distorcem a verdade (Gn 4.9; Is 5.20; Mt 7.3-5), negando o pecado pessoal (Is 29.13 [...]) e até mesmo a Deus (Rm 1.20; Tt 1.16). Em última análise, o engano do que parece ser bom revela-se como mau. A culpa, a insegurança, o tumulto, o medo do juízo e coisas semelhantes acompanham a iniquidade (Sl 38.3,4; Is 57.20,21; Rm 2.8,9; 8.15; Hb 2.15; 10.27).  

Texto extraído da obra “Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal”, edita pela CPAD.
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Pr. Altair Germano

LIÇÃO 3    A LONGA SECA SOBRE ISRAEL

O Pai celestial tem diversas maneiras de disciplinar os seus filhos. No antigo Testamento, uma delas era provocando longos períodos de seca sobre a nação de Israel. As advertências sobre este método disciplinar podem ser lidas em alguns textos bíblicos:
Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do SENHOR, teu Deus, não cuidando em cumprir todos os seus mandamentos e os seus estatutos que, hoje, te ordeno, então, virão todas estas maldições sobre ti e te alcançarão: […] Os teus céus sobre a tua cabeça serão de bronze; e a terra debaixo de ti será de ferro. Por chuva da tua terra, o SENHOR te dará pó e cinza; dos céus, descerá sobre ti, até que sejas destruído. (Dt 28.15,23-24)
Se eu cerrar os céus de modo que não haja chuva, ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra, ou se enviar a peste entre o meu povo; se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra. (2 Cr 7.13-14)
A falta de chuva resultaria em crise econômica, que acabaria por tratar do orgulho, da arrogância e da idolatria nacional, que chegava a creditar sua prosperidade aos falsos deuses.
A SOBERANIA DE DEUS SOBRE A NATUREZA 
O Pai celestial é soberano sobre toda a criação. Lembremo-nos do conceito de soberania divina:
“Soberania não é uma propriedade da natureza divina, mas uma prerrogativa oriunda das perfeições do Ser Supremo. Se Deus é Espírito, e portanto uma pessoa infinita, eterna e imutável em suas perfeições, o Criador e preservador do universo, a soberania absoluta é um direito seu. A infinita sabedoria, bondade e poder, com o direito de posse que pertence a Deus no tocante às suas criaturas, são o fundamento imutável de seu domínio (cf. Sl 115.3; Dn 4.35; 1 Cr 29.11; Ez 18.4; Is 45.9; Mt 20.15; Ef 1.11; Rm 11.36) “ (CHARLES HODGE).
“O termo soberania, denota uma situação em que uma pessoa, com base em sua dignidade e autoridade, exerce o poder supremo, sobre qualquer área, em sua província, que esteja sob sua jurisdição. Um “soberano” pois, exerce plena autonomia e desconhece imunidades rivais. Quando aplicado a Deus, o termo indica o total domínio do Senhor sobre sua vasta criação. Como soberano que é, Deus exerce de modo absoluto a sua vontade, sem ter que prestar contas a qualquer vontade finita. Conforme se dá com outras idéias teológicas, o termo não figura nas páginas da Bíblia, embora o conceito seja reiterado por inúmeras vezes. Para tanto, as Escrituras apelam par a metáfora de “governante e súditos […] (Dn 4.25; 1 Tm 1.17)” . (R. N. CHAMPLIN).
“Autoridade inquestionável que Deus exerce sobre todas as coisas criadas, quer na terra, quer nos céus, dispondo de tudo de acordo com os seus conselhos e desígnios. A soberania divina está baseada em sua onipotência, onipresença e onisciência. Deus é absoluto e necessário - todos precisamos dele para existir; sem Ele, não há vida nem movimento”. (CLAUDIONOR DE ANDRADE).
Ainda para Hodge:
- A soberania de Deus é universal. Ela se estende sobre todas as suas criaturas, das mais elevadas às mais inferiores; - Ela é absoluta. Não se podem pôr limites à sua autoridade. Ele faz seu beneplácito nos exércitos do céu e entre os habitantes da terra; - Ela é imutável. Não pode ser ignorada ou rejeitada. Ela obriga todas as criaturas, tão inexoravelmente quanto as leis físicas obrigam o universo material.
A soberania de Deus sobre os fenômenos naturais é manifesta nas passagens abaixo:
A terra estava corrompida à vista de Deus e cheia de violência. Viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque todo ser vivente havia corrompido o seu caminho na terra. Então, disse Deus a Noé: Resolvi dar cabo de toda carne, porque a terra está cheia da violência dos homens; eis que os farei perecer juntamente com a terra. […]Porque estou para derramar águas em dilúvio sobre a terra para consumir toda carne em que há fôlego de vida debaixo dos céus; tudo o que há na terra perecerá.(Gn 6.11-13,17)
Saía o sol sobre a terra, quando Ló entrou em Zoar. Então, fez o SENHOR chover enxofre e fogo, da parte do SENHOR, sobre Sodoma e Gomorra. E subverteu aquelas cidades, e toda a campina, e todos os moradores das cidades, e o que nascia na terra.(Gn 19.23-25)
Disse o SENHOR a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem. E tu, levanta o teu bordão, estende a mão sobre o mar e divide-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco. […] Então, o Anjo de Deus, que ia adiante do exército de Israel, se retirou e passou para trás deles; também a coluna de nuvem se retirou de diante deles, e se pôs atrás deles, e ia entre o campo dos egípcios e o campo de Israel; a nuvem era escuridade para aqueles e para este esclarecia a noite; de maneira que, em toda a noite, este e aqueles não puderam aproximar-se. Então, Moisés estendeu a mão sobre o mar, e o SENHOR, por um forte vento oriental que soprou toda aquela noite, fez retirar-se o mar, que se tornou terra seca, e as águas foram divididas. Os filhos de Israel entraram pelo meio do mar em seco; e as águas lhes foram qual muro à sua direita e à sua esquerda. Os egípcios que os perseguiam entraram atrás deles, todos os cavalos de Faraó, os seus carros e os seus cavalarianos, até ao meio do mar. Na vigília da manhã, o SENHOR, na coluna de fogo e de nuvem, viu o acampamento dos egípcios e alvorotou o acampamento dos egípcios; emperrou-lhes as rodas dos carros e fê-los andar dificultosamente. Então, disseram os egípcios: Fujamos da presença de Israel, porque o SENHOR peleja por eles contra os egípcios. Disse o SENHOR a Moisés: Estende a mão sobre o mar, para que as águas se voltem sobre os egípcios, sobre os seus carros e sobre os seus cavalarianos. Então, Moisés estendeu a mão sobre o mar, e o mar, ao romper da manhã, retomou a sua força; os egípcios, ao fugirem, foram de encontro a ele, e o SENHOR derribou os egípcios no meio do mar. E, voltando as águas, cobriram os carros e os cavalarianos de todo o exército de Faraó, que os haviam seguido no mar; nem ainda um deles ficou. Mas os filhos de Israel caminhavam a pé enxuto pelo meio do mar; e as águas lhes eram quais muros, à sua direita e à sua esquerda. Assim, o SENHOR livrou Israel, naquele dia, da mão dos egípcios; e Israel viu os egípcios mortos na praia do mar. (Êx 14.15-16, 19-30)
Afinal, chegaram a Mara; todavia, não puderam beber as águas de Mara, porque eram amargas; por isso, chamou-se-lhe Mara. E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber? Então, Moisés clamou ao SENHOR, e o SENHOR lhe mostrou uma árvore; lançou-a Moisés nas águas, e as águas se tornaram doces. Deu-lhes ali estatutos e uma ordenação, e ali os provou, (Êx 15.23-25)
Tendo partido o povo das suas tendas, para passar o Jordão, levando os sacerdotes a arca da Aliança diante do povo; e, quando os que levavam a arca chegaram até ao Jordão, e os seus pés se molharam na borda das águas (porque o Jordão transbordava sobre todas as suas ribanceiras, todos os dias da sega), pararam-se as águas que vinham de cima; levantaram-se num montão, mui longe da cidade de Adã, que fica ao lado de Sartã; e as que desciam ao mar da Arabá, que é o mar Salgado, foram de todo cortadas; então, passou o povo defronte de Jericó. Porém os sacerdotes que levavam a arca da Aliança do SENHOR pararam firmes no meio do Jordão, e todo o Israel passou a pé enxuto, atravessando o Jordão. (Js 3.14-17)
Então, Josué falou ao SENHOR, no dia em que o SENHOR entregou os amorreus nas mãos dos filhos de Israel; e disse na presença dos israelitas: Sol, detém-te em Gibeão, e tu, lua, no vale de Aijalom. E o sol se deteve, e a lua parou até que o povo se vingou de seus inimigos. Não está isto escrito no Livro dos Justos? O sol, pois, se deteve no meio do céu e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro. Não houve dia semelhante a este, nem antes nem depois dele, tendo o SENHOR, assim, atendido à voz de um homem; porque o SENHOR pelejava por Israel. (Js 10.12-14)
Responde-me, SENHOR, responde-me, para que este povo saiba que tu, SENHOR, és Deus e que a ti fizeste retroceder o coração deles. Então, caiu fogo do SENHOR, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e a terra, e ainda lambeu a água que estava no rego. O que vendo todo o povo, caiu de rosto em terra e disse: O SENHOR é Deus! O SENHOR é Deus! (1 Rs 18.37-39)
Respondeu Elias e disse-lhe: Se eu sou homem de Deus, desça fogo do céu e te consuma a ti e aos teus cinquenta. Então, fogo de Deus desceu do céu e o consumiu a ele e aos seus cinquenta. (2 Rs 1.12)
Então, Elias tomou o seu manto, enrolou-o e feriu as águas, as quais se dividiram para os dois lados; e passaram ambos em seco. (2 Rs 2.8)
Tomou o manto que Elias lhe deixara cair, feriu as águas e disse: Onde está o SENHOR, Deus de Elias? Quando feriu ele as águas, elas se dividiram para um e outro lado, e Eliseu passou. (2 Rs 2.14)
Sucedeu que, enquanto um deles derribava um tronco, o machado caiu na água; ele gritou e disse: Ai! Meu senhor! Porque era emprestado. Perguntou o homem de Deus: Onde caiu? Mostrou-lhe ele o lugar. Então, Eliseu cortou um pau, e lançou-o ali, e fez flutuar o ferro, (2 Rs 6.5-6)
E Jesus estava na popa, dormindo sobre o travesseiro; eles o despertaram e lhe disseram: Mestre, não te importa que pereçamos? E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Acalma-te, emudece! O vento se aquietou, e fez-se grande bonança. Então, lhes disse: Por que sois assim tímidos?! Como é que não tendes fé? E eles, possuídos de grande temor, diziam uns aos outros: Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem? (Mc 4.38-41)
Por volta da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus, e os demais companheiros de prisão escutavam. De repente, sobreveio tamanho terremoto, que sacudiu os alicerces da prisão; abriram-se todas as portas, e soltaram-se as cadeias de todos. (At 16.25-26)
Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com instância, para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses, não choveu. (Tg 5.17)
A estes eventos, dentre outros, poderiam ser acrescentados as pragas no Egito e o juízo de Deus em Apocalipse. Como pode ser observado, o Senhor se instrumentaliza dos fenômenos naturais para disciplinar ou para abençoar os seus filhos.
A DISCIPLINA QUE VEM DE DEUS 
Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue e estais esquecidos da exortação que, como a filhos, discorre convosco: Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado;    porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige? Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos. Além disso, tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam, e os respeitávamos; não havemos de estar em muito maior submissão ao Pai espiritual e, então, viveremos? Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade.    Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça. Por isso, restabelecei as mãos descaídas e os joelhos trôpegos; e fazei caminhos retos para os pés, para que não se extravie o que é manco; antes, seja curado. (Hb 12.4-13)
Os princípios da disciplina que vem de Deus estão explícitos no texto acima, e deixam claro que:
- A disciplina é motivada pelo amor que o Pai tem por nós (v. 6); - A disciplina é uma prova de nossa filiação espiritual (v. 7 e 8); - A disciplina produz vida (v. 9); - A disciplina nos torna participantes da santidade do Pai celestial (v. 10); - A disciplina não produz de imediato alegria, mas depois é produtora de vida correta e de paz (v. 11); - A disciplina é fonte de motivação e força para os fracos e cansados (v. 12); - A disciplina promove a construção de caminhos retos, uma nova direção e de cura para os mancos (v. 13)
Em toda a Escritura, a disciplina do Senhor cooperou na transformação e restauração de pessoas, povos e nações.
Períodos de duradouras secas, enquanto disciplina de Deus, são vivenciados em todas as áreas de nossas vidas, para que tempos de prosperidade plena sejam por nós desfrutados para a glória de Deus!
Como o salmista, poderemos então dizer:
Tens feito bem ao teu servo, SENHOR, segundo a tua palavra. […] Antes de ser afligido, andava errado, mas agora guardo a tua palavra. […] Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos. (Sl 119.65, 67, 71)


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LIÇÃO 3    A LONGA SECA SOBRE ISRAEL

Texto Áureo: II Cr. 7.14 - Leitura Bíblica: I Rs. 18.1-8
Prof. José Roberto A. Barbosa

INTRODUÇÃO
Como medida disciplinar, O Senhor, através do profeta Elias, determinou um período de longa estiagem sobre Israel. Na lição de hoje estudaremos a respeito desse momento crítico para a nação israelita e suas consequências. Ao final, refletiremos a respeito das situações de estiagem, das catástrofes naturais como um todo, à luz do contexto bíblico-teológico.
1. A SECA SOBRE ISRAEL
Baal era adorado entre os cananeus, e posteriormente, pelos próprios israelitas como deus da fertilidade (I Rs. 16.30-33). Por isso Elias profetizou que Deus enviaria um período de seca sobre a nação a fim de que o povo reconhecesse que somente o Senhor era Deus. A profecia de Elias se cumpriu cabalmente nos dias do rei Acabe (I Rs. 17.1,2; 18.1,2) e é mencionada no Novo Testamento (Tg. 5.17). O objetivo daquela seca foi fazer com que o povo refletisse a respeito da sua condição espiritual. Ele estava dividido entre dois pensamentos (I Rs; 18.21,37). Mas durante o período da estiagem Deus preservou a vida do profeta Elias, providenciando-lhe alimento necessário para sobrevivência (I Rs. 17.1-7). Inicialmente o Senhor orientou o profeta para que saísse do lugar no qual Seu juízo se realizaria (I Rs. 17.3). Em seguida Ele ordenou que o profeta se escondesse junto ao ribeiro de Querite (I Rs. 17.3). Aqueles foram dias difíceis para os profetas do Senhor, pois eles eram perseguidos e mortos por Acabe e Jezabel. Mas dentro do palácio havia alguém sensível às injustiças realizadas por aquele casal. Obadias ocupava ali uma posição-chave, pois encontrava maneiras para preservar a vidas dos servos de Deus. O texto bíblico diz que ele “temia muito ao Senhor”, por isso os escondia, opondo-se aos intentos apóstatas da monarquia (I Rs. 18.4). Não são poucos os cristãos que se encontram em igual condição, vivem debaixo de governos tiranos, mesmo assim se arriscam em prol da justiça. Na história da igreja nos deparamos com pessoa, como Corrie ten Boom, que se arriscou para salvar a vida de vários judeus durante a Segunda Guerra, ocultando-os das forças nazistas.
2. AS CONSEQUÊNCIAS DA SECA SOBRE ISRAEL
A seca resultou em fome, mas ao invés de se preocupar com as necessidades do povo, Acabe estava voltado apenas para seus pertences. Ao invés de encontrar soluções para amenizar a fome extrema em Samaria (I Rs. 18.2), o monarca buscava meios para preservar suas posses (I Rs. 18.4-6). Naquele contexto de apostasia um homem, Obadias, reconheceu a autoridade espiritual de Elias. Mesmo assustado, o servo de Acabe temeu ao profeta do Senhor, e este, por sua vez, se prontificou a salvar a sua vida (I Rs. 18.14,15). Elias apresentou-se a Acabe, mas o rei não quis reconhecer o seu pecado, antes culpou o profeta pela seca, dizendo ser o mensageiro do Senhor um perturbador (I Rs. 18.17). Elias confrontou Acabe e Jezabel, denunciando que a causa da estiagem não era ele, muito menos o Senhor, mas a desobediência por eles patrocinada (I Rs. 18.18). Há governantes que agem de igual modo nos dias atuais, eles não mostram sensibilidade pela situação do povo diante das catástrofes naturais. Há inclusive aqueles que querem tirar proveito político em tais situações. Como Acabe e Jezabel, subtraem os recursos públicos, desviando-os para negócios particulares. A miséria, decorrente de desastres, se transforma em negócio, por meio do qual vidas humanas são sacrificadas. Aqueles que denunciam tal postura antiética são rotulados de perturbadores. Mas entre tais governos corruptos e insensíveis existem aqueles que, assim como Obadias, evitam que as pessoas são injustiçadas, ainda que corram riscos.
3. SECAS, ENCHENTES E DESASTRES NATURAIS
Não podemos generalizar, argumentando que todas as secas, enchentes e desastres naturais são julgamentos divinos. Não podemos esquecer que a queda do homem teve efeitos sobre a natureza (Rm. 8.18-22). Jesus reconheceu que os seres humanos estão debaixo das condições adversas resultantes de catástrofes naturais (Mt. 7.24-27). Não é correto tentar encontrar uma relação de causa e efeito em todas as situações de desastres naturais. Ainda que não compreendamos a causa dos desastres, devemos aprender, com Jeremias, a sentir a dor das pessoas (Lm. 2.19). Ninguém deve ter a pretensão de achar que conhece todos os desígnios de Deus (Is. 55.8,9). No Antigo Testamento Deus governava a nação judaica diretamente, por isso o Senhor usava a natureza para recompensar ou julgar o povo (II Cr. 7.13,14). Essa realidade não pode ser diretamente aplicada ao contexto do Novo Testamento. Cristo se fez maldição ao ser pregado no madeiro (Gl. 3.13). Os desastres naturais ocuparão espaço punitivo no plano escatológico, no período da Tribulação (Mt. 24.27-30; Ap. 6.12-17). A resposta do cristão diante de secas e enchentes é a de lamentação (Lm. 1.12,13,16), chorando com os que choram (Rm. 12.15). Elias recebeu a revelação direta do Senhor, informando às autoridades, naquele tempo, que a seca havia sido resultante da apostasia. Não podemos, neste tempo, aplicar aquela realidade para situações particulares.
CONCLUSÃO
O pecado traz desastres para o ser humano, o maior deles é o distanciamento de Deus, o Criador (Rm. 3.23). Essa é a morte espiritual, que pode, posteriormente, caso as pessoas não se arrependam, se transformar em morte eterna (Ap. 20.14). O julgamento de Deus, em Cristo, acontecerá no futuro, no Trono Branco (Ap. 20.11-15). Secas e enchentes acontecem hoje, mas porque a natureza geme, em decorrência do pecado do ser humano (Rm. 8.22). Como cristãos, não devemos julgar povos e nações diante das catástrofes, antes lamentar, e ajuda-los na necessidade (II Co. 8.9-12).



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