Lição Bíblica nº 5 Dia 03 de fevereiro de 2013
VÍDEO DO COMENTARISTA DA LIÇÃO
LIÇÃO 5
UM HOMEM DE DEUS EM DEPRESSÃO
INTRODUÇÃO
I. ELIAS – UM HOMEM COMO OS OUTROS
II. AS CAUSAS DOS CONFLITOS DE ELIAS
III – AS CONSEQUÊNCIAS DOS CONFLITOS
IV – O SOCORRO DIVINO
CONCLUSÃO
ORIGEM E NATUREZA DA ENFERMIDADE
Por
Vernon Purdy
Onde o sofrimento humano teve sua
origem? Já fazia parte do plano de Deus, ou foi resultado de alguma coisa que
contradizia a intenção divina para com a criação? A Bíblia, no sentido global,
ensina a segunda posição. Não se quer dizer com isto que Deus não antevia a
possibilidade do sofrimento. Muito pelo contrário. A Bíblia expressa claramente
que Ele o levara em conta: Jesus Cristo é o Cordeiro “que foi morto desde a
fundação do mundo” (Ap 13.8). Deus não foi tomado de surpresa.
A questão que se nos apresenta, de
máxima importância, é se foi o próprio Deus quem determinou que houvesse o
sofrimento humano. A Bíblia deixa claro que não. O sofrimento humano é
consequencia da queda de Adão, não da vontade de Deus. Deus condena a maldade
humana. Adão, nosso representante no Jardim, trouxe a condenação a todos nós,
ato que não surgiu da volição de Deus, mas da vontade do homem. O desejo de
Deus é certamente abençoar a sua criação, e não prejudicá-la (Gn 12.3; Tg
1.17).
Essa última verdade bíblica
indica, então, a origem do sofrimento humano: nossa condição de caídos no
pecado. A culpa recai sobre Adão e seus descendentes, e não sobre Deus. James
Crenshaw indica que, no Antigo Testamento, a questão não era teodiceia [gr. Theós, “Deus” e dikê, “justiça”] – ou como podemos afirmar que Deus é justo –, mas
“antropodiceia” [do grego antropos, “homem”
e dikê, “justiça”] – como podemos
justificar os seres humanos.
A Queda foi o resultado da
rebelião de Adão, catastrófica em seus resultados e cósmica nas suas
proporções. O mundo, no seu estado edênico, desconhecia o sofrimento humano. E,
nos novos céus e nova Terra de Deus, o sofrimento tampouco subsistirá. O
sofrimento é fundamentalmente contrário à vontade de Deus.
Alguns talvez argumentem que o
sofrimento não existiria se não fosse da vontade de Deus. Há duas respostas
para refutar esse argumento. A primeira é que o sofrimento existe sob os
auspícios do reino justo de Deus, que o tolera mesmo sem ter sido elaborado ou
desejado por Ele. A segunda é que existem neste mundo muitas coisas, tais como
o próprio pecado, também provisoriamente toleradas por Deus.
Porém, assim como a Bíblia
informa que virá o tempo em que o pecado será vencido para sempre, prediz
também o tempo em que o sofrimento humano não mais existirá (Ap 21.4). O fato
da existência do pecado e do sofrimento não indica serem da vontade de Deus.
Embora Deus tenha optado por permitir a existência do pecado e da enfermidade,
ambos são contradições fundamentais à intenção divina para com a criação. O
mundo e tudo quanto nele existia era, segundo o testemunho mais antigo das
Escrituras, “muito bom” (Gn 1.31). Não há fundamento bíblico para se supor que
o desejo de Deus fosse o de uma criação contorcendo-se pelas dores da Queda.
Tais agonias foram provocadas pelo ser humano, e Deus foi ao extremo para
corrigir esse estado, por meio de um plano de redenção.
O domínio dos poderes das trevas
também afeta a realidade presente do sofrimento. Herman Ridderbos diz que “não
somente o pecado, mas também o sofrimento, a opressão, a ansiedade e a
adversidade pertencem ao domínio de Satanás” (ver 1 Co 5.5; 2Co 12.7; 1 Ts
2,18; 1Tm 1.20). A experiência presente do universo criado deve-se não à
vontade de Deus, mas “ao fato de o cosmo ser o mundo virado contra Deus”.
Embora não devamos nos basear em
documentos extrabíblicos como fonte de doutrina, alguns demonstram com muita
clareza que o próprio Judaísmo sustentava ser o sofrimento humano consequencia
da rebelião do homem, e não da vontade divina: “Embora as coisas tenham sido
criadas na sua plenitude, foram corrompidas quando o primeiro homem pecou, e
não voltarão à sua condição ideal antes da vinda de Ben Perez [o Messias]” [Enst Kasemann, Commentary on Romans, trad. e
ed. Geoffrey W. Bromiley (Grand Rapids: Wm. B.
Eerdmans, 1980), 233. “Gênesis Rabbah” 12.6, Midrash Rabbah, Rabbi H. Freeman,
trad.]. Este
texto demonstra claramente as expectativas messiânicas do povo judaico nos
tempos de Jesus. Não admira que seus milagres suscitassem tanta emoção e
admiração. Eram os sinais do Messias, que restauraria o mundo caído, bem como
os seus habitantes. Os milagres de cura, operados por Jesus, revelam que o
desejo de Deus é restaurar, tanto física quanto espiritualmente, a humanidade
arruinada.
Texto extraído da “Teologia Sistemática: Uma Perspectiva
Pentecostal”, editada pela CPAD.
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