LIÇÕES BÍBLICAS - DIA 10 de março de 2013
HÁ UM MILAGRE EM SUA CASA
LIÇÃO 10
HÁ UM MILAGRE EM SUA CASA
INTRODUÇÃO
I – A
MOTIVAÇÃO DO MILAGRE
II – A DINÂMICA DO MILAGRE
III – OS
INSTRUMENTOS DO MILAGRE
IV – O OBJEIVO
DO MILAGRE
CONCLUSÃO
MILAGRES:
O PRESSUPOSTO SOBRENATURAL
INTRODUÇÃO AOS MILAGRES
A teologia
evangélica está edificada sobre o sobrenatural. O nascimento virginal de
Cristo, o seu ministério cheio de milagres, a sua ressurreição física dos
mortos e a sua ascensão corpórea ao céu são apenas alguns numerosos milagres
essenciais para o Cristianismo bíblico. O sobrenatural é um pressuposto tão
importante para a teologia ortodoxa que, sem ele, o Cristianismo histórico
ruiria. Para citar o apóstolo Paulo: “E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a
nossa pregação, e também é vã a vossa fé. E assim somos também considerados
como falsas testemunhas de Deus [...] E, se Cristo não ressuscitou, é vã a
vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E também os que dormiram em
Cristo estão perdidos” (1 Co 15.14-18).
Antes que
um milagre possa ser identificado, sem entrarmos no mérito da verificação da
veracidade deste milagre – o que, obviamente, deve ser feito –, ele precisa ser
definido; não existe modo de descobrir um milagre a menos que saibamos o que
procuramos. Os teólogos têm definido os milagres de duas maneiras diferentes.
DUAS DEFNINIÇÕES DE MILAGRE
Historicamente,
os milagres têm sido definidos em sentido rígido ou moderado. Seguindo a linha
de Agostinho (354-430), alguns descrevem o milagre como sendo “um prodígio
[que] não é contrário à natureza, mas contrário ao nosso conhecimento da
natureza” (CG, 21.8).
O problema
com esta visão moderada dos milagres é que o evento pode não ser, de forma
alguma, sobrenatural; ele pode simplesmente se tratar de um evento natural para
o qual o observador, até aquele instante, desconhece qualquer tipo de
explicação natural. Isto significa que todas as anomalias naturais,
incluindo-se aqui os meteoros, os terremotos, os vulcões e os eclipses, foram,
em alguma época, considerados milagres pelas pessoas – e continuam a ser para
algumas. Seguramente, este tipo de milagres não apresenta qualquer valor
apologético, do tipo que se atribui aos milagres bíblicos (Mt 12.39,40; Mc
2.10,11; Jo 3.2; At 2.22; Hb 2.3,4; 2 Co 12.12).
Outros,
seguindo a linha de Tomás de Aquino, definem o milagre no sentido rígido, como
sendo um evento que vai além dos poderes da natureza e que somente poderia ser
produzido por uma força sobrenatural (Deus) (SGG, Livro 3). Como vimos, os
milagres só podem ser identificados com atos de Deus se utilizarmos esta
definição rígida, já que no sentido moderado não há como distinguí-los dos
acontecimentos incomuns da natureza. Além
disso, os milagres somente apresentam valor apologético quando os vemos no
sentido rígido, já que, nesta definição, eles ocorrem por intervenção
sobrenatural direta. Neste sentido, o
milagre é uma intervenção divina no mundo natural. Como disse o ateísta
Antony Flew: “Um milagre é algo que jamais teria acontecido se a natureza, por
si só, fosse deixada para operar pelos seus próprios mecanismos” (Flew, “M”,
in: Edwards, ed., EP, 346). A lei
natural descreve as regularidades causadas de forma natural; um milagre se
trata de uma singularidade causada de forma sobrenatural.
A DISTINÇÃO ENTRE MILAGRE E A LEI NATURAL
A fim de
explicar o que se quer dizer com um ato sobrenatural, precisamos de uma
compreensão inicial do que significa a lei natural. A lei natural é entendida
como forma normal, ordenada e geral através da qual o mundo opera. Em
contraste, um milagre – na sua definição mais básica – é uma forma incomum,
irregular e específica através da qual Deus age nos limites deste nosso mundo.
Os milagres
são sobrenaturais, mas não antinaturais. Como declarou o famoso físico Sir
George Stokes: “Pode ser que o evento o qual chamamos de milagre tenha ocorrido
não pela suspensão das leis de operação normal, mas pela superadição de algo
que, normalmente, não entra em operação” (ISBE, 2063). Em outras palavras,
quando um milagre ocorre, não se trata de uma violação ou contradição das leis
naturais de causa e efeito, mas sim um novo
efeito produzido pela introdução de uma causa sobrenatural.
Texto
extraído da obra “Teologia Sistemática:
Introdução à Teologia, A Bíblia, Deus, a Criação”, editada pela CPAD.
VÍDEO DO PRÓXIMO TRIMESTRE
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