Lições Bíblicas CPAD Jovens e Adultos
Lição 10: O Ministério de Mestre ou Doutor
Data: 8 de Junho de 2014
2º Trimestre de 2014
Título: Dons
Espirituais e Ministeriais — Servindo a Deus e aos homens com poder
extraordinário
Comentarista: Elinaldo
Renovato de Lima
TEXTO ÁUREO
“De modo que,
tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: [...] se é ensinar, haja
dedicação ao ensino” (Rm 12.6,7).
VERDADE PRÁTICA
Os vocacionados por
Deus para o ministério do ensino são por Ele chamados para edicar a Igreja de
Cristo.
HINOS SUGERIDOS
141,
258, 429.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - At 13.1
Doutores na igreja
Terça - 1Co 12.29
Nem todos são doutores
Quarta - 1Tm 1.6,7
Doutores sem entendimento
Quinta - 2Tm 4.3
Falsos doutores
Sexta - Tg 3.1
A responsabilidade do mestre
Sábado - Mt 4.23-25
Jesus, o mestre por excelência
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
Mateus 7.28,29; Atos 13.1; Romanos 12.6,7; Tiago
3.1.
Mateus 7
28 - E aconteceu que, concluindo Jesus este
discurso, a multidão se admirou da sua doutrina,
29 - porquanto os ensinava com autoridade e não
como os escribas.
Atos 13
1 - Na
igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber:
Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado
com Herodes, o tetrarca, e Saulo.
Romanos 12
6 - De
modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: se é profecia,
seja ela segundo a medida da fé;
7 - se
é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino;
Tiago 3
1 - Meus
irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro
juízo.
INTERAÇÃO
Nunca
foi tão necessário, como hoje, a igreja investir na figura do mestre cristão.
Quando o crente é ensinado a estudar a Bíblia para compreender o mundo e a
cultura bíblica, relacioná-la com o mundo do século XXI e aplicá-la à vida das
pessoas de maneira competente, o risco de sofrermos o engano é amenizado. Para
quem pensa ser prejudicial à vida espiritual estudar a Bíblia com seriedade,
deveria pensar na elaboração das traduções bíblicas, por exemplo, disponíveis
no Brasil. Se não houvesse homens e mulheres levantados por Deus e versados na
erudição (línguas hebraica, grega, aramaica, egípcia e outras; a cultura
oriental; a arqueologia para se achar manuscritos dos mais antigos possíveis),
por certo, não teríamos a Bíblia traduzida em nosso idioma. Por isso, valorize
quem se esmera por conhecer mais as Escrituras.
OBJETIVOS
Após esta aula, o
aluno deverá estar apto a:
· Aprender que Jesus, o mestre da Galileia, é mestre
por excelência.
· Identificar a ordem de Jesus aos seus discípulos
para ensinar a igreja do primeiro século.
· Saber da importância do dom ministerial de
ensinador na igreja local.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Prezado professor,
no terceiro tópico da lição o autor afirma: “Em nosso país, a leitura é um
problema cultural. Se as pessoas leem pouco, a igreja pouco lerá”. Partindo do
princípio que essa afirmação é um fato verdadeiro no contexto cultural
brasileiro, selecione um texto que achar pertinente e leve para a sala de aula.
No final da lição, proponha a turma uma roda de leitura. Esta atividade
objetiva estimular o hábito de leitura. Então, distribua o texto ora escolhido
e peça a um ou dois alunos para lerem. Ao término, discuta o texto com os
alunos. Conclua dizendo como pode ser prazeroso e construtivo cultivar o hábito
de ler.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Doutor ou Mestre: Pessoa que manifesta sapiência.
O ministério do
ensino da Palavra é primordial para a igreja exercer o discernimento no que
tange ao tempo em que vive (culturas, teologia, filosofias etc.). Tão
importante é a função do mestre na igreja que as Escrituras declaram o quanto
ele deve esforçar-se intelectualmente para exercer tão nobre tarefa (Rm 12.7;
1Tm 4.13). É uma tarefa importante e indispensável que exige muito de quem a
desempenha.
I. JESUS, O MESTRE POR EXCELÊNCIA
1.
O mestre da Galileia. Doutor incomparável, “percorria
Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do
Reino [...]” (Mt 4.23). No ministério terreno, seus sermões, ensinos e
discursos eram inflamados pelo amor às pessoas. Diferente dos escribas, Ele
ensinava como quem tinha autoridade (Mt 7.28,29). A verdade emanava da pessoa
de Jesus! Os que o ouviam só tinham duas opções: amá-lo ou odiá-lo. Era
impossível ouvi-lo e ficar indiferente. Jesus transtornava a consciência do
acomodado e aquietava o coração do perturbado.
2.
O mestre divino. Em visita a Jesus, um mestre da
Lei chamado Nicodemos, educado nas melhores escolas religiosas de Israel e
grande conhecedor das Escrituras hebraicas, reconheceu em Jesus um personagem
incomum de seu tempo (Jo 3.1,2). Esse mesmo fariseu, que era príncipe dos judeus,
afirmou que o Nazareno não poderia fazer o que fazia se Deus não fosse com Ele.
Jesus é chamado Mestre cerca de quarenta e cinco vezes ao longo do Novo
Testamento.
3.
O mestre da humildade. A fim de
ensinar os discípulos acerca da humildade, Jesus “levantou-se da ceia, tirou as
vestes e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois, pôs água numa bacia e começou
a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava
cingido” (Jo 13.4,5). Que cena chocante para os judeus! A pergunta de Pedro
descreve essa perplexidade (v.6). Era inimaginável um mestre encurvar-se para
lavar os pés de pessoas leigas. Jesus era um mestre e deu o exemplo aos
discípulos. O Emanuel, “Deus conosco”, encurvou-se diante dos homens! Isso se
deu porque o ensino de Jesus não era mero discurso, mas “espírito e vida” (Jo
6.63). Ele nos convida a fazer o mesmo: “Vós me chamais Mestre e Senhor e
dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós
deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para
que, como eu vos fiz, façais vós também” (Jo 13.13-15).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Jesus,
o mestre da Galileia, é reconhecido em o Novo Testamento tanto como o Mestre
Divino quanto o Mestre da humildade.
II. O ENSINO DAS ESCRITURAS NA IGREJA DO PRIMEIRO SÉCULO
1.
Uma ordem de Jesus. Antes de ascender aos céus, de
modo solene Jesus determinou aos seus discípulos que ensinassem “todas as
nações [...] a guardar todas as coisas” que Ele tinha ordenado (cf. Mt
28.19,20). O livro de Atos registra a obediência dos primeiros apóstolos no cuidado
de cumprir a determinação de Jesus. Após a descida do Espírito Santo (At
2.1-6), o discurso de Pedro foi um verdadeiro ensino proferido no poder do
Espírito Santo (At 2.14-40). Tendo em vista a plena edificação da Igreja na
Palavra, o Senhor Jesus, através do Espírito Santo, dotou alguns de seus servos
com o dom ministerial de mestre ou doutor (Ef 4.11). Esse dom é uma capacitação
sobrenatural do Espírito. Isso não significa, porém, que devemos descuidar de
nossa formação intelectual, pois o preparo para o ensino passa pela capacidade
de aprender para posteriormente ensinar.
2.
A doutrina dos apóstolos. O texto de
Atos 2.42 informa-nos que os primeiros convertidos “perseveravam na doutrina
dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações”. Além disso,
acrescenta que em “cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se
faziam pelos apóstolos” (v.43). A “doutrina dos apóstolos” aqui referida
trata-se do conjunto de ensinos de Cristo ministrados por eles de forma
constante e eficaz para o crescimento integral dos novos crentes.
3.
Ensinamento persistente. Os primeiros
mestres das Escrituras foram os integrantes do Colégio Apostólico (At 5.42, cf.
vv.40,41). A Igreja começou nas casas, onde o ensino era ministrado a pequenos
grupos nos lares. Falando aos anciãos de Éfeso, o apóstolo Paulo mostrou-se
como um verdadeiro mestre que ensinava “publicamente e pelas casas,
testificando, tanto aos judeus como aos gregos, a conversão a Deus e a fé em
nosso Senhor Jesus Cristo” (At 20.20,21). Deus havia preparado homens para
ensinar e levantado “doutores” na igreja em Antioquia (At 13.1). O Pai
Celestial igualmente deseja levantar mestres em sua igreja. Vivemos dias em que
este ministério nunca foi tão necessário.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O
ensino na igreja do primeiro século foi ordenado por Jesus para os apóstolos
ensinarem persistentemente.
III. A IMPORTÂNCIA DO DOM MINISTERIAL DE MESTRE
1.
Uma necessidade urgente da igreja. Para
o ministério de ensino ser eficaz na igreja local é preciso haver pessoas
vocacionadas. Não são todas que reúnem informações exegéticas, históricas e
literárias da Bíblia, aplicando-as como é necessário. Deus concedeu à sua
igreja mestres, e é preciso que ela invista neles também. Muitas vezes, por
absoluta falta de preparo dos obreiros, predomina a superficialidade bíblica, a
infantilidade “espiritual” e o aumento do engano promovido pelas astúcias dos
falsos mestres (2Pe 2.1). Esse dom do Senhor é para a igreja amadurecer em
todas as dimensões da vida cristã, ao mesmo tempo em que desmascara os falsos
ensinos (Ef 4.14; Os 4.6).
2.
A responsabilidade de um discipulado contínuo. Estamos acostumados a pensar que o
discipulado termina quando o novo convertido é batizado. Não há nada mais
equivocado! O Senhor Jesus chamou-nos para ser os seus discípulos por toda a
vida. Por isso, quem ensina instrui os crentes para a maturidade da fé. É um
aprendizado diário, permanente e contínuo, tanto para quem é discipulado quanto
para quem está discipulando!
3.
Requisitos necessários ao mestre. Apresentaremos
alguns requisitos importantes para a igreja reconhecer pessoas com o dom
ministerial de mestre em nossa época:
a)
Um salvo em Cristo. Não pode haver dúvidas quanto à
própria experiência salvífica por parte do vocacionado para o ministério do
ensino (2Tm 2.10-13). Infelizmente há pessoas que não creem naquilo que
ensinam. Assim, não há verdade nem firmeza nelas.
b)
O hábito de ler. Em nosso país, a leitura é um problema
cultural. Se as pessoas leem pouco, a igreja pouco lerá. Entretanto, como
ensinaremos se não lermos? O hábito da leitura era levado a sério no ministério
do apóstolo Paulo (1Tm 4.13; 2Tm 4.13).
c)
Preparo intelectual. A Bíblia é o instrumento de trabalho
do ensinador cristão. Considerando este livro milenar, veremos que a cultura e
o mundo da Bíblia são diferentes do nosso. Por isso, o mestre deve compreender
o mundo da Bíblia (suas questões culturais, linguísticas, exegéticas etc.) para
não fazer apelações fantasiosas, apresentando-as como exposição da Palavra de
Deus.
d)
Um coração em chamas. Martin Loyd-Jones dizia que a
verdadeira pregação era teologia em fogo. É vontade de Deus que o vocacionado
ao ensino utilize os avanços das ciências bíblicas para pregar a Palavra de
Deus na força do Espírito Santo. Precisamos alcançar as mentes e os corações
dos nossos dias, e isto apenas será possível quando tivermos obreiros com uma
mente bem preparada e conectada a um “coração em chamas” e apaixonado por Jesus
(At 3.12-26).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
O
dom ministerial de mestre é uma necessidade para a igreja local e uma
responsabilidade para um discipulado permanente.
CONCLUSÃO
É preciso desfazer
a ideia propagada ao longo de décadas acerca do preparo intelectual do crente.
Não é verdade que necessariamente ele esfriará na fé se estudar. Se fosse assim
Paulo seria o mais frio dos apóstolos do Novo Testamento, pois não havia obreiro
mais bem preparado que ele (At 17.15-34; Tt 1.12). Este, no entanto, soube
conjugar preparo intelectual e poder do alto. É disso que as nossas igrejas
precisam: homens cheios do Espírito, mas do mesmo modo, com a mente iluminada
para responder, com mansidão e temor, a razão da nossa esperança (1Pe 3.15).
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
ARAÚJO, Carlos Alberto R. A
Igreja dos Apóstolos: Conceito e Forma das Lideranças na Igreja
Primitiva. 1 ed. RJ: CPAD, 2012.
GANGEL, Kenneth O.; HENDRICKS, Howard G. (Eds.) Manual de Ensino para o Educador Cristão: Compreendendo a natureza, as bases e o alcance do verdadeiro ensino cristão. 4 ed., RJ: CPAD, 2005
GANGEL, Kenneth O.; HENDRICKS, Howard G. (Eds.) Manual de Ensino para o Educador Cristão: Compreendendo a natureza, as bases e o alcance do verdadeiro ensino cristão. 4 ed., RJ: CPAD, 2005
EXERCÍCIOS
1. Quais
eram as duas opções de quem ouvia o Mestre dos mestres?
R. Amá-lo ou odiá-lo.
2. O
que Jesus fez a fim de ensinar acerca da humildade?
R. O mestre da Galileia “levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando
uma toalha, cingiu-se. Depois, pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos
discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido” (Jo 13.4,5).
3. Qual
foi a ordem de Jesus para a Igreja antes de ascender aos céus?
R. Determinou aos seus discípulos que ensinassem “todas as nações [...] a
guardar todas as coisas” que Ele tinha ordenado.
4. De
acordo com a lição, o que significa a doutrina dos apóstolos?
R. Trata-se do conjunto de ensinos de Cristo ministrados por eles, de forma
eficaz, a fim de produzir crescimento integral aos novos crentes.
5. O
que é necessário para que o ministério de ensino na Igreja seja eficaz?
R. É preciso haver pessoas vocacionadas.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
“MESTRE
Nas Escrituras,
essa palavra está geralmente designando uma pessoa que é superior a outras, em
poder, autoridade, conhecimento ou em algum outro aspecto. Várias palavras são
traduzidas como ‘mestre’ nas várias versões da Bíblia Sagrada. A palavra
hebraica mais frequente, ’adon, significa ‘soberano’ ou ‘senhor’. O significado
literal de várias palavras gregas varia de ‘instrutor’ ou didaskalos, como em Mateus 10.24, até ‘déspota’
ou despotes, com em 1 Pedro 2.18. Outra palavra grega
traduzida como ‘mestres’, epistates, significa ‘meu mestre’ (‘superior’ ou
‘professor’), com em João 4.31. [...] Duas palavras gregas para ‘mestres’
ocorrem em Mateus 23.8-10, ‘Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi [rhabbi, ‘meu mestre’, ou ‘professor’], a
saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos. E a ninguém na terra chameis vosso
pai porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus. Nem vos chameis mestres [kathegetes, ‘líderes’], porque um só é vosso
Mestre, que é o Cristo” (PFEIFFER, Charles F.; REA, John; VOS, Howard F. (Eds.) Dicionário
Bíblico Wycliffe. 1 ed., RJ: CPAD, 2009, pp.1261,62).
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Educação Cristã
“É
ordem de Jesus Cristo
Mateus 28.19,20
enfoca a lente zoom do Espírito Santo na Grande Comissão, que são as últimas
palavras de Jesus Cristo ditas aos discípulos antes da ascensão dele. Cinco
referências da Grande Comissão no Novo Testamento (Mt 28.19,20; Mc 16.15,16; Lc
24.46-48; Jo 20.21-23; At 1.8) indicam que não é algo aleatório, mas essencial
para a estratégia de nosso Senhor.
O mandato ‘Fazei
discípulos’ (ARA) inclui intrinsecamente o ensino. Mas temos de notar que o
ensino requerido aqui é o de determinada espécie, isto é, ‘guardar [obedecer]
todas as coisas’ que Cristo ordenou. Em outras palavras, Seus ensinamentos
foram designados para produzir informação e transformação. Esse tipo de instrução
é muito exigente e inacreditavelmente difícil de se realizar.
Foi
praticada pela Igreja Primitiva
Não há a menor
sombra de dúvida de que o Novo Testamento ordena a Igreja a ensinar. Mas a
Igreja primitiva obedeceu mesmo a esse mandamento?
A
Ilustração. Em Atos 2.41-47, temos um
retrato da Igreja primitiva, o qual nos informa que eles ‘perseveravam na
doutrina [ensino] dos apóstolos’ (2.42). Este era o padrão contínuo; não uma
exceção.
A
Implementação. Efésios 4 confirma o
compromisso de ensinar. Jesus Cristo, após subir aos céus, deu dons aos homens,
a fim de que servissem à Igreja, conforme está escrito: ‘Uns [...] para
pastores e doutores [mestres, professores]’ (Ef 4.11). O propósito? ‘Querendo o
aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo
de Cristo’ (Ef 4.12); mais outra prova de que os talentosos são chamados para o
ministério da multiplicação e não da adição.
Para o judeu, não
havia uma posição mais alta na escada da sociedade do que a de rabino. Por
conseguinte, quando a Igreja do primeiro século foi ensinada sobre a doutrina
dos dons espirituais, confrontou-se com um problema. As pessoas clamavam pelo
‘dom de ensino’ com todos os privilégios a ele pertencentes. Como resultado,
Tiago teve de emitir esta advertência: ‘Meus irmãos, muitos de vós não sejam
mestres [professores], sabendo que receberemos mais duro juízo’ (Tg 3.1).
Considerando que o professor é compelido a falar e que a língua é o último
membro a ser dominado (Tg 3.2), deve-se ter muito cuidado, ao aspirar tal
responsabilidade, ponderada e sensata” (GANGEL, Kenneth; HENDRICKS, Howard G.
(Eds.) Manual de Ensino para o Educador Cristão: Compreendendo
a natureza, as bases e o alcance do verdadeiro ensino cristão. 4 ed., RJ:
CPAD, 2005, pp.6,7).
SUBSÍDIOS ENSINADOR
CRISTÃO
O
Ministério de Mestres ou Doutores
Vivemos num tempo
de avanço tecnológico e de multiplicação das informações em distintas áreas do
conhecimento. Basta um computador conectado à internet e, pronto: um mundo
outrora desconhecido agora se abre para você. Possivelmente, o seu aluno
conhece o assunto a ser lecionado nesta semana. Certamente ele pesquisou muita
coisa em livros e na internet. E pode ter acumulado até mais informação que o
conteúdo preparado para a sua aula. Este é o nosso mundo globalizado!
Nesta lição, o
nosso desafio é explicar como se pode relacionar o dom ministerial de mestre
com as urgências existenciais dos dias contemporâneos. Não por acaso, ela abre
o tema analisando o ministério do ensino em Jesus de Nazaré. O mestre da
Galileia era antenado com as circunstâncias sociais, políticas e espirituais do
seu tempo. Com propriedade, Jesus ensinou sobre a política, as prevenções
contra o materialismo e confrontou os discípulos a respeito do verdadeiro
sentido da vida humana. Levando sempre uma proposta de vida segundo a
perspectiva do Reino de Deus. É a urgência da tarefa de todo educador cristão:
levar os alunos a pensarem as demandas da existência à luz do Evangelho e
segundo os aspectos positivos e negativos do Reino de Deus (Mt 5-7).
Preeminência
do ministério do mestre
Podemos afirmar
historicamente que, logo após a morte dos santos apóstolos, as testemunhas da
ressurreição do Senhor, os mestres eram líderes chaves na comunidade antiga,
assim como os profetas, os evangelistas e os pastores. Ao ponto de a Bíblia
registrar a exortação apostólica: “Os presbíteros que governam bem sejam
estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na
palavra e na doutrina” (1Tm 5.17). Os presbíteros que se dedicavam ao exame da
Palavra de Deus eram estimados por duplicada honra porque eles se afadigavam
dia e noite para compreender os mistérios divinos (Rm 12.7). A mensagem do
Reino tinha de fazer sentido na vida dos cristãos de outrora.
Caro professor, o
Pai concedeu o dom ministerial do mestre para a sua Igreja atingir a estatura
de Cristo em sua plenitude. Portanto, estude, persista em ler e reflita acerca
da fé; não se esqueça de que os nossos alunos devem enfrentar as questões da
vida sob o prisma da mensagem do Reino de Deus. E você professor, é um
instrumento essencial nesse processo de formação cristã.
Fonte: CPAD
Divulgação: www.jorgenilson.com
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