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20 de mai. de 2009

Nada de verdade sem amor e nada de amor sem verdade

Nada de verdade sem amor e nada de amor sem verdade

Albert Mohler
O envolvimento da igreja na sociedade envolve muitas questões, controvérsias e decisões — mas nenhuma questão está definindo nossa atual crise cultural com tanta clareza quanto o homossexualismo. Algumas igrejas e denominações já se renderam às exigências do movimento homossexual, e agora aceitam o homossexualismo como um estilo de vida totalmente válido.
Outras denominações estão cambaleando, já a beira da rendição, e sem uma resistência conservadora em massa, é praticamente certeza que abandonarão a verdade bíblica e abençoarão o que a Bíblia condena.

Em poucos anos, vem se tornando evidente uma grande linha divisória — com igrejas apoiando o homossexualismo de um lado e outras igrejas resolutamente resistindo à maré cultural do outro.
O movimento homossexual entende que as igrejas evangélicas são um dos últimos movimentos de resistência fiéis a uma moralidade bíblica. Por causa disso, o movimento adotou a estratégia de isolar a oposição cristã, e forçar mudanças através de ações políticas e pressões culturais. Será que poderemos esperar que os evangélicos permaneçam firmemente bíblicos nessa questão?
Dificilmente. Pesquisas científicas e observações informais revelam que estamos experimentando uma perda significativa de convicções entre os adolescentes e os adultos jovens. Nenhuma revolução poderá ter êxito sem moldar e mudar a mente dos jovens e crianças.
Inevitavelmente, as escolas se tornaram cruciais campos de batalha na guerra cultural. A cosmovisão cristã foi minada por currículos predominantes que ensinam o relativismo moral, reduzem os mandamentos morais a valores pessoais e promovem o homossexualismo como uma opção de estilo de vida legítima e atraente.

Outras igrejas precisam ensinar os aspectos fundamentais da moralidade bíblica aos cristãos que, sem tal ensino, nunca saberão que a Bíblia prescreve um modelo para os relacionamentos sexuais. Os jovens precisam de ensinamentos sobre a verdade acerca do homossexualismo — e ensinados a estimar o casamento como a intenção de Deus para a relação sexual humana.

Vivemos dias que exigem coragem dos cristãos. Nestes dias, coragem significa que os pregadores e os líderes cristãos precisam montar uma agenda de confronto bíblico, e não evitar a responsabilidade de lidar com as muitas e diversas questões relativas à homossexualidade. Precisamos falar sobre o que a Bíblia ensina acerca das diferenças sexuais — o que significa ser homem ou mulher. Precisamos falar sobre o presente de Deus que é o sexo e a aliança de casamento. E precisamos falar com honestidade sobre o que é a homossexualidade e por que Deus condenou esse pecado como abominação aos Seus olhos.

Coragem é raríssima em muitos círculos cristãos. Isso explica a rendição de tantas denominações, seminários e igrejas à agenda homossexual. Mas nenhuma rendição nessa questão teria sido possível se a autoridade das Escrituras não tivesse já sido sabotada.
No entanto, assim como a coragem é indispensável, nossos dias exigem dos cristãos outra virtude também: compaixão. O fato trágico é que quase todas as congregações têm pessoas em luta com desejos homossexuais ou até mesmo envolvidas em atos homossexuais. Fora das paredes das igrejas, os homossexuais estão aguardando para ver se as igrejas cristãs têm qualquer coisa mais a dizer, depois que declaramos que o homossexualismo é pecado.

As igrejas liberais redefiniram a compaixão para significar que a igreja muda sua mensagem para atender às exigências modernas. Elas argumentam que dizer a um homossexual que ele é pecador é crueldade e intolerância. Isso é a mesma coisa que argumentar que um médico é intolerante porque diz a uma paciente que ela tem câncer. Mas, na cultura politicamente correta, esse argumento possui uma atração poderosa.

Os cristãos bíblicos sabem que a compaixão requer dizer a verdade bíblica e recusar chamar o pecado como algo que não é pecado. Esconder ou negar a pecaminosidade do pecado é mentir, e não há compaixão em tal mentira mortal. A verdadeira compaixão exige falar a verdade em amor. E há um problema: Muito frequentemente, nossa coragem é mais evidente do que nossa compaixão.

Na vasta maioria dos casos, as opções parecem reduzidas a igrejas liberais pregando amor sem verdade ou igrejas conservadoras pregando a verdade sem amor. Os cristãos evangélicos precisam fazer para si algumas perguntas bem difíceis, mas a mais difícil é esta: Por que é que temos sido tão ineficientes em alcançar pessoas escravizadas a esse padrão específico de pecado? O Evangelho é para os pecadores — tanto para os pecadores homossexuais quanto para os pecadores heterossexuais. Como Paulo explicou para a igreja em Corinto: “E é o que alguns têm sido; mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus”. (1Coríntios 6:11)

Creio que estamos falhando no teste da compaixão. Se o primeiro requisito da compaixão é que digamos a verdade, o segundo requisito com certeza é que alcancemos os homossexuais com o Evangelho. Isso significa que precisamos desenvolver ministérios acolhedores que concretizem essa preocupação, e aprender como ajudar os homossexuais a escapar das poderosas cadeias desse pecado — do mesmo jeito que ajudamos outras pessoas a escapar de suas próprias cadeias pela graça.

Se de fato somos um povo do Evangelho; se realmente amamos os homossexuais como outros pecadores; então precisamos alcançá-los com uma sinceridade que torne esse amor palpável. Só teremos alcançado esse requisito quando estivermos prontos para dizer aos homossexuais: “Queremos que vocês conheçam a plenitude do plano de Deus para vocês, que vocês conheçam o perdão de pecados e a misericórdia de Deus, recebam a salvação que vem pela fé no Senhor Jesus Cristo, conheçam a cura que Deus opera nos pecadores salvos pela graça e se juntem a nós como discípulos de Jesus Cristo, vivendo nossa obediência e crescendo na graça juntos”.

Tais foram alguns de vocês… A igreja não é um lugar onde os pecadores são acolhidos para permanecer em seus pecados. Pelo contrário, é o Corpo de Cristo, composto de pecadores transformados pela graça. Nenhum de nós merece ser aceito dentro desse Corpo. É tudo pela graça, e cada um de nós saiu do pecado. Nós pecamos se chamarmos a homossexualidade como algo que não seja pecado. Pecamos também se agirmos como se esse pecado não pudesse ser perdoado.

Não podemos nos contentar com a verdade sem amor nem com o amor sem a verdade. O Evangelho resolve a questão de uma vez por todas. Essa grande crise moral é uma crise de Evangelho. O genuíno Corpo de Cristo se revelará mediante compaixão corajosa e coragem compassiva. Só veremos isso realizado quando homens e mulheres libertos pela graça de Deus da prisão do homossexualismo sentirem-se livres para se levantarem em nossas igrejas e declararem seus testemunhos — e quando estivermos prontos para recebê-los de braços abertos como condiscípulos. Milhões de pessoas que sofrem estão aguardando para ver se nossas intenções reais estão de acordo com o que pregamos.


Traduzido e adaptado por Julio Severo: www.juliosevero.com
Fonte: Albert Mohler

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