INTRODUÇÃO
Após longos anos de desafios, batalhas e perseguições, finalmente, Davi foi aclamado rei. À princípio, ele reinou em Hebrom, apenas sobre a tribo de Judá, por sete anos e meio (II Sm 2.1-7; 5.5); e, depois, reinou em Jerusalém, trinta e três anos, sobre as doze tribos de Israel (II Sm 5.5), conforme o Senhor havia prometido (I Sm 13.14; 16.12).
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I - BREVE RESUMO DA HISTÓRIA DE ISRAEL
Para uma melhor compreensão desta lição, abordaremos um breve panorama da história de Israel, desde Josué até Davi.
1.1 O período da conquista de Canaã. Após a morte de Moisés, Josué assumiu o comando do povo (Js 1.1-12) e parte em busca da conquista da terra de Canaã. Este período é descrito no livro de Josué, que pode ser dividido em duas partes principais: do cap. 1-12 a conquista; e, do cap. 13-22 a divisão da terra de Canaã. Por meio de Israel, Deus estava estabelecendo uma nação, preparando assim o caminho para a vinda do Messias.
1.2 O período dos Juízes. Este período vai da morte de Josué até o fim do governo de Samuel. A forma de governo era teocrática, isto é, Deus era o governante direto da nação. Nesse período houve um ciclo vicioso com a nação de Israel: Israel fazia o que era mau aos olhos do Senhor; o Senhor lhes entregava nas mãos dos inimigos; o povo, então, se arrependia dos seus pecados e clamava a Deus; e Deus levantava um juiz que julgava o povo, e subjugava seus inimigos. Enquanto aquele juiz julgava, o povo temia ao Senhor. Porém, após a morte do juiz, o povo tornava a fazer o que parecia mal aos olhos do Senhor, tornando assim um período de altos e baixos para a nação. Samuel foi o maior líder espiritual desse período e, além de juiz, foi também sacerdote e profeta (1 Sm 3.20; At 3.24).
1.3 O período da Monarquia. Quando Samuel julgava a Israel, sendo este já velho, os israelitas pediram a Samuel um rei, como as demais nações. Esta palavra, porém, pareceu mal aos olhos de Samuel (I Sm 8.1-6). Samuel, então, orou ao Senhor; e o Senhor disse que Samuel respondesse ao povo que não era uma coisa boa que eles pediam (I Sm 8.9-22). Mesmo assim, o povo insistiu, e Deus lhes deu um rei, Saul, que fracassou na sua missão; e por isso, foi rejeitado pelo Senhor (I Sm 13.8-14).
II - O REINADO DE SAUL
Saul era filho de Quis, da tribo de Benjamim (I Sm 9.1). Foi ungido pelo profeta Samuel (I Sm 10.1) e escolhido pelo povo de Israel para reinar sobre eles (I Sm 10.17-24). Apesar de iniciar bem a sua missão como rei de israel, vencendo os amonitas, e trazendo alegria para todos os homens de Israel (I Sm 11. 1-15), logo no segundo ano do seu reino demonstrou fragilidade, recebendo a sentença que o seu reino não subsistiria (I Sm 13.8-14). O sonho de ter um rei, como as demais nações, logo se tornou em pesadelo, pois Saul não correspondeu ao padrão espiritual exigido pelo Senhor.
III - O TRÁGICO FIM DE SAUL
O final da vida de Saul foi trágico. Como o primeiro rei de Israel, ele deveria servir de exemplo e modelo para os demais que lhe sucederiam. Porém, várias coisas aconteceram que o conduziram a queda. Vejamos:
3.1 Precipitação. Quando o povo de Israel estava em guerra contra os filisteus (I Sm 13.1-7), Saul esperou o profeta Samuel por sete dias, conforme Samuel havia lhe ordenado (I Sm 10.8). Como Samuel não chegou, Saul se antecipou e ofereceu holocaustos (I Sm 138,9), o que não lhe competia fazer, pois, oferecer sacrifícios era função do sacerdote, e não do rei (Lv 1.13,15; 5.8; 14.1 2,20).
3.2 Desobediência e mentira. Deus ordenou a Saul, por intermédio do profeta Samuel, que ele matasse os amalequitas, inclusive a todos os seus animais. Porém, Saul não matou a todos os animais, somente aqueles que eram desprezíveis, tomando o melhor das ovelhas e das vacas para si (I Sm 15.1-9). O Senhor, então, mandou o profeta Samuel repreender a Saul (I Sm 15.10,11). Como não bastasse a desobediência, Saul mentiu, tentando enganar o profeta. Quando Samuel foi repreendê-lo por não ter cumprido o mandado do Senhor, Saul foi ao seu encontro e lhe disse: “Bendito sejas tu do Senhor; cumpri a palavra do Senhor” (I Sm 15.13).
3.3 Inveja e ódio de Davi. Quando as mulheres cantaram, dizendo:”Saul feriu os seus milhares, porém, Davi os seus dez milhares” (I Sm 18.7), o ciúme tomou conta de Saul. Por duas vezes ele atirou a lança contra Davi, enquanto ele tocava a harpa (I Sm 18.10,11). Depois Saul tentou matar a Davi pela astúcia, quando o coloca à frente do exército de Israel, contra os filisteus(I Sm 18.17-19). Também ordenou a seus servos que matassem a Davi (I Sm 19.1). Porém, Deus não permitiu que Saul lhe tirasse a vida (I Sm 23.14).
3.4 Mandou matar os sacerdotes do Senhor. Quando Saul estava perseguindo a Davi, soube que ele esteve com o sacerdote Aimeleque, e que este havia lhe dado pão e a espada de Golias (I Sm 21.1-9). Mesmo o sacerdote Aimeleque justificando que não sabia que Davi fugia diante da face do rei, Saul não lhe poupou a vida; e mandou matar a todos os sacerdotes do Senhor, bem como a todos os moradores da cidade de Nobe ( I Sm 22. 16-19).
3.5 Consulta a pitonisa. Saul estava em guerra contra os filisteus. Samuel já estava morto e o Senhor não falava mais com Saul, nem por sonhos, nem por intermédio dos profetas. Então, Saul se disfarçou e foi até a cidade de En-Dor a consultar uma mulher que tinha um espírito de adivinhação (I Sm 28.1-25), o que Deus havia proibido na Lei (Dt 18.9-12).
Todos estes pecados fizeram com que Saul se distanciasse cada dia mais do Senhor, tendo um trágico fim (I Sm 31. 1 -10).
IV - O REINADO DE ISRAEL APÓS AMORTE DE SAUL
Após a morte de Saul, Israel enfrentou um período de turbulência e o reino foi dividido. Isto porque, comumente, o herdeiro do trono deveria ser um herdeiro de Saul. Mas, o Senhor havia escolhido a Davi, que não era seu herdeiro. Vejamos alguns incidentes desse período:
4.1 Isbosete reina em Israel. Depois da morte de Saul, Abner, seu general, colocou o quarto filho de Saul, Isbosete(também conhecido como Esbaal), no trono de Israel. Ele reinou sobre Israel, Gileade e sobre as tribos de Efraim e Benjamim (II Sm 2. 8-10).
4.2 Davi reina em Judá. Embora soubesse que um dia se tornaria rei (I Sm 16.13; 23.17; 24.20), e que Saul já estava morto (II Sm 1.1-16); e, pesar de tudo parecer favorável e oportuno, Davi não partiu em busca do apoio dos israelitas, nem se precipitou em subir a nenhuma cidade de Judá, sem antes consultar ao Senhor: “Subirei a alguma das cidades de Judá? E disse-lhe o Senhor: Sobe. E falou Davi: Para onde subirei? E disse: Para Hebrom” (II Sm 2.1). Hebrom ficava na região montanhosa de Judá, cerca de trinta quilômetros a sudoeste de Jerusalém. Nesta cidade Davi reinou sobre Judá por sete anos e meio (II Sm 5.5).
4.3 Guerra entre Judá e Israel. Com a existência de dois reis: Davi, reinando em Hebrom sobre Judá; e Isbosete, filho de Saul, reinando sobre Israel, em Maanaim (II Sm 2.8-10), os homens de Davi e Isbosete se enfrentaram em uma batalha sangrenta. O exércitos de Judá, liderado por Joabe; e o exército de Israel, liderados por Abner saíram à peleja (II Sm 2.12 -3.1). Nessa batalha, Davi saiu vencedor. A Palavra de Deus nos diz que “Houve uma longa guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi; porém Davi ia se fortalecendo, mas os da casa de Saul se iam enfraquecendo” (II Sm 3.1).
4.4 A morte de Abner. Abner foi morto à traição por Joabe, general de Davi, sem que Davi soubesse do fato (II Sm 3.22-30)
4.5 A morte de Isbosete. Isbosete, herdeiro do trono de Saul foi assassinado por dois dos seus servos (II Sm 4.1-12).
V - A UNIFICAÇÃO DO REINO
Após a morte de Isbosete, todas as tribos de Israel vieram a Davi e lhe disseram: “Eis-nos aqui, somos teus ossos e tua carne. E também outrora, sendo Saul ainda rei sobre nós, eras tu o que saías e entravas com Israel; e também o Senhor te disse: Tu apascentarás o meu povo de Israel, e tu serás príncipe sobre Israel” (II Sm 5.1,2). Com a coroação de Davi sobre todo o Israel, o reino estava finalmente unificado. A Bíblia diz que Davi reinou por quarenta anos, sendo que, sete anos e meio em Hebrom e trinta e três anos em Jerusalém (II Sm 5.4,5).
5.1 A importância da Unificação do Reino. A unificação do reino foi um marco importante para a nação israelita. Vejamos:
Com a unificação, um único rei, Davi, tornou-se chefe de todo o Israel (II Sm 5.3);
A unificação pôs fim à batalha entre Judá e Israel.
A unificação trouxe crescimento para o reinado de Davi (II Sm 5.10-12);
Com a unificação, Israel deixou de ser um grupo de tribos rivais para se tornar uma força política unida e respeitada por todos os povos da região.
5.2 A importância da Arca da Aliança. Depois da unificação do reino, Davi trouxe a arca da aliança para Jerusalém, trazendo a restauração do culto ao Senhor (II Sm 6.16-18). O que representava a presença da Arca da Aliança para os israelitas?
Era um símbolo visível da presença de Deus (Ex 25.22);
Era um sinal da proteção de Deus (Js 3.3; 4.10);
Sua presença trazia júbilo e alegria para os israelitas (I Sm 4.4-6);
Sua presença trazia destruição para outros deuses (I Sm 5.1-8).
CONCLUSÃO
Muitos desafios Davi enfrentou até tornar-se, de fato, rei sobre todo o Israel. Ele teve que enfrentar o gigante Golias, os filisteus, o exército de Saul e de Isbosete, e tantos outros inimigos. Porém, nada pôde impedir que ele reinasse sobre as doze tribos de Israel. Como disse o Senhor a Jeremias: “…eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la” (Jr 1.12).
Fonte: Escola Dominical na Web
REFERÊNCIAS:
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. CPAD.
Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. R. N. Champlin. Hagnos.
Davi, um homem segundo o coração de Deus. Charles R. Swindoll. Mundo Cristão.
Davi, as vitórias e as derrotas de um homem de Deus. José Gonçalves. CPAD.
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