JOÃO DE OLIVEIRA
O MILÊNIO
O tempo em que Cristo estabelecerá seu domínio na terra, nos céus e nos mares.
Digitalizado e doado por:
Francisco R. Ferreira
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Este livro foi digitalizado com o intuito de disponibilizar literaturas edificantes à todos aqueles que não tem condições financeiras ou não tem boas literaturas ao seu alcance.
Muitos se perdem por falta de conhecimento como diz a bíblia, às vezes por que muitos cobram muito caro para compartilhar este conhecimento.
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Espero que esta obra lhe traga edificação para sua vida espiritual.
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Índice
O autor
1. Que é o milênio?
2. Quando será o milênio?
3. Como será o milênio?
4. Para quem será o milênio?
5. Como e onde estará a igreja no milênio?
6. Que sucederá às nações no milênio?
O Autor
João de Oliveira nasceu no dia 24 de agosto de 1911, em Rio dos índios, Estado do Rio de Janeiro. Era filho de Joaquim Antônio de Oliveira e de Ana Ferreira de Oliveira, uma crente fiel. Aos 20 anos de idade e já bancário, João de Oliveira aceitou Cristo como seu Salvador em janeiro de 1931 e, em março do mesmo ano, recebeu o batismo com o Espírito Santo. Onze dias após, foi batizado em águas pelo missionário Gunnar Vingren, que era o pastor da Assembléia de Deus de São Cristóvão, que então funcionava em salão alugado na Rua Figueira de Mello.
O irmão João de Oliveira era exímio clarinetista e violinista, e participava da banda de música da igreja, cooperando também nas pregações, nos cultos ao ar livre. Nesse tempo sentiu a chamada de Deus para o santo ministério. A 19 de dezembro de 1937 foi consagrado pastor, e a 2 de abril do ano seguinte contraiu matrimônio com Dulce Fabiano, que foi sua fiel ajudadora durante mais de 40 anos. Da feliz união, nasceram vários filhos. No seu longo ministério, pastoreou várias igrejas, entre as quais a Assembléia de Deus em Salvador, Bahia, da qual foi co-pastor; a de Uberaba (por duas vezes), a de Itajubá (por duas vezes) e a de Ouro Fino, todas em Minas Gerais; a de Cravinhos, Ribeirão Preto (por duas vezes), a de Catanduva, a de Marüia, e a de Pindamonhangaba (esta também por duas vezes), no Estado de São Paulo.
Teólogo que era, encaminhou vários filhos na fé, que hoje são pastores. Foi doutor na Palavra, e ensinador emérito, além de sincero conselheiro. Vivia o que pregava, como um dos grandes servos de Deus. Embora bem sucedido nas igrejas que pastoreou, sentiu que Deus o queria especialmente no ministério do ensino, por isso passou a dedicar-se exclusivamente a ele, atendendo sempre aos inúmeros chamados que as igrejas em todo o Brasil lhe faziam, para ministrar a Palavra.
Durante 20 anos consecutivos, foi um dos comentadores das Lições Bíblicas para Jovens e Adultos, para as Escolas Dominicais. Como teólogo foi um dos fundadores do Instituto Bíblico das Assembléias de Deus em Pindamonhangaba, no qual lecionou durante quase 20 anos.
Além de colaborar com artigos doutrinários para os periódicos da CPAD, escreveu vários livros: "Mordomia Cristã, o Dízimo", "Sê tu uma bênção", "Confronto Doutrinário", "O Milênio" e o "Apocalipse".
Em 1966, quando pastoreava a igreja em Pinda, sofreu trombose cerebral, que agora se repetiu provocando o desenlace. Conforme testemunho médico, quando sofreu a primeira trombose faleceu, mas o missionário J.P.Kolenda, que o foi visitar, orou, pedindo ao Senhor que concedesse ao pastor João de Oliveira mais anos de vida, a fim de que pudesse cuidar dos filhos ainda pequenos. O Senhor ouviu a oração e restaurou-lhe a vida. Todavia, o pastor João durante as horas em que esteve morto, foi ao Paraíso, onde viu muitas coisas, das quais falava ás igrejas, e por fim gravou um LP com o título "Maravilhas que o Senhor me Mostrou". É um testemunho extraordinário.
Atendendo ao convite do pastor Sebastião Rodrigues, da Assembléia de Deus em Cuiabá, Mato Grosso, dirigiu seu último estudo da Palavra de Deus por ocasião da Escola Bíblica comemorativa do aniversário do templo daquela igreja, realizada em 1980, pois faleceu a 9 de julho daquele mesmo ano, vitimado por uma trombose cerebral. Foi sepultado em Pindamonhangaba, de acordo com o desejo que em vida manifestara. Dele disse o pastor Túlio Barros Ferreira, do Rio de Janeiro: "João de Oliveira deixa uma grande lacuna, porque ele foi um dos maiores ensinadores que tivemos, um verdadeiro mestre, segundo Efésios 4.11. Homem humilde, ele exerceu nas Assembléias de Deus um ministério profícuo."
João Pereira de Andrade e Silva
1
Que é o Milênio?
No Milênio, Cristo estabelecerá seu
domínio na terra, nos céus e nos
mares. Será um tempo sem
precedentes na história da
humanidade.
Constantemente ouve-se entre os crentes esta interrogação: - Que é o Milênio? -Realmente, existem interpretações que são amontoados de erros doutrinários; que fazem do Milênio uma verdadeira aberração. Uns fazem dele um "Reino" especial, tomando como partida os 144 mil, AP 14.1; 7.1, mas esses pertencem às tribos de Israel, os quais serão selados para dias especiais, AP 7.4,5. Outros há que já estão formando um reino aqui na terra, como os mórmons.
- Que é o Milênio? - O Milênio é um período de mil anos, predito pelos profetas como sendo o reinado Messiânico, ou seja, o reinado do céu estabelecido na terra,inaugurando uma nova era espiritual, a sétima dispensação, um tempo probatório, especialmente para os que nascerem na época dourada em que Satanás estiver preso. O Milênio não é o fim nem a consumação de todas as coisas, como alguns supõem, mas um tempo de provação e de preparação para o desfecho completo da obra de Deus, quando então o Senhor Jesus, depois de dominar todas as coisas, entregará o reino ao Pai, lCo 15.24-28.
Há nas Escrituras uma infinidade de textos referentes ao Milênio. Um dos primeiros, embora seja muito usado, não encontramos nele a palavra Milênio, mas seu sentido profético fala de um tempo em que Cristo reinará na casa de Judá, Gn 49.10: "Não se apartará de Judá o cetro, nem a vara de comando de entre seus pés, até que venha Aquele (Cristo) de quem ele é, e a esse obedecerão os povos", (VB). Aqui vemos a predição da vinda e do estabelecimento do reino Messiânico. Ao Senhor Jesus, como rei de Judá, com a vara de comando, que fala de seu governo de poder e de autoridade, todos os povos hão de obedecer.
Quando Deus criou o homem colocou sob seu domínio os peixes, os répteis, as aves e todos os monstros, Gn 1.26. Infelizmente, por causa do pecado, o homem perdeu esse domínio, embora tenha pretendido sempre, com força bruta, dominar sobre a terra. Deus, ao criar o homem, dotou-o de faculdades instintivas, além da razão e tirocínio psicológico. Criou-o capaz de viver uma vida espiritual segundo o plano do seu Criador. No entanto, o pecado deturpou a criatura feita à semelhança do Criador, Gn 1.26, reduzindo-a a um ser inferior, como nos diz Pedro: "Mas estes, como animais sem razão", 2Pe 2.12. O propósito divino foi criar um ser capaz de governar a terra e de povoá-la, um ser que recebesse, para o exercício do seu domínio, a bênção de Deus, Gn 1.28. Como seria o globo terráqueo se Adão não tivesse transgredido as ordens de Deus?! Por certo continuaria sendo um paraíso. Seria o reino dos céus implantado em toda a natureza - esse era o plano do Altíssimo. Com isso, poderíamos ver na terra formosa os homens vestidos de roupagens luminosas, as vestes espirituais dos entes celestes. Como Deus, que é coberto de luz como de um manto, nós seríamos revestidos, SI 104.2. Quando Elias subiu ao céu, deixou suas vestes naturais para receber as espirituais, vestes permanentes, 2Rs 2.13. Os arqueólogos descobrem os milhões de anos e vão à fantástica era arqueozônica; isto equivale dizer que vão além de milhões de anos. Entretanto, o Sagrado Livro diz somente: "No princípio criou Deus os céus e a terra", Gn 1.1. Se a terra existe há milhões de anos, encontramos na Bíblia "No princípio..." Esse princípio é indefinível pelo saber humano. É possível que durante o período caótico, a terra toda fosse verdadeiro paraíso, tendo como governador aquela criatura que se elevou contra o próprio Criador, Is 14.12-17; Ez 28.11-18 onde vemos tudo perfeito, belo e maravilhoso.
Lúcifer, que significa portador de luz, naturalmente fora criado para serviços especiais. Em Isaías 14 e Ezequiel 28.11-18 onde vemos tudo perfeito, belo e maravilhoso.
Lúcifer, que significa portador de luz, naturalmente fora criado para serviços especiais. Em Is 14 e Ezequiel 28 ele é, segundo a lei da dupla referência, como um homem, quer como rei babilônico, quer como rei de Tiro. Por esses dois textos podemos compreender que, com sua queda, Satanás mergulhou nas trevas por muitos séculos, Gn 1.2. E, quando Deus deu forma ao vazio da terra, criou um jardim aprazível, de onde deveria sair a palavra de ordem e de domínio. Éden seria o centro do governo, com toda a riqueza e esplendor, e Adão seria o governador de toda a terra, Gn 1.27. Com a queda de Adão, até o próprio Éden foi destruído e desfeito. Vemos agora um ser humilhado, envergonhado e expulso do seu lugar; sujeito também a todas as vicissitudes.
O homem passou a ser igual a Deus, mas no sentido inverso, pois sabia a ciência do bem e do mal, mas não tinha domínio espiritual, Gn 3.22. Começou então uma série de mudanças sucessivas nas dispensações: estava o homem agora sob o domínio da consciência, no que falhou. Veio a dispensação do governo humano; também nesta o homem falhou. Veio a da lei, com poder e autoridade, mas ainda houve falha por parte do homem. Então Deus propôs uma dispensação graciosa, com domínios especiais, pondo de lado os delitos que haviam sido cometidos no passado, sob a tolerância de Deus, Rm 3.25. Ainda na graça os homens têm falhado, embora cercados de misericórdia pela obra redentora do Calvário, Ef 1.7.
Mas a dispensação da graça, com todos os seus recursos, está no seu término, quando haverá um período de transição conhecido como os "tempos do Apocalipse", tempo da angústia de Jacó, Jr 30.7, quando Deus se volta para tratar diretamente com os judeus. E, após esse período, também chamado a Grande Tribulação, será implantado o reino Messiânico, dispensação milenar, ou, ainda, o reino do céu. Será um tempo sem precedentes na história da humanidade. Satanás será preso, e as hostes espirituais nas regiões celestes serão aniquiladas. Cristo estabelecerá seu domínio na terra, nos céus e nos mares - no universo, AP 11.15; 20.4. Nesse tempo os homens estarão plenamente conscientes da glória de Deus manifestada nos céus, Is 59.19; Ef 1.21-23; Cl 1.16.
Deus escolherá a Palestina como centro de governo. Os males que assolam a humanidade serão banidos da terra, tais como enfermidades, e crueldades dos homens e dos animais, Is 11.6-9; 35.5,6. A terra será de uma fertilidade nunca vista - um jardim bem regado, Is 35.1,2; Jr 31.12. Os homens voltarão à antiga longevidade; terão seus dias como as árvores, Is 65.22. Haverá nascimentos em profusão durante o Milênio, Zc 8.5. Muitos se converterão ao Senhor, e os apetrechos de guerra serão mudados em ferramentas agrícolas, Is 2.4; Mq 4.3. Haverá salvação pelo conhecimento do Senhor e pelo juízo do Altíssimo, como está escrito: "Eis que salvarei o meu povo...", Zc 8.7; Sf 3.19.
O conhecimento de Deus durante o Milênio será em toda a sua plenitude, Is 11.9. Os judeus serão tão importantes naquela época que muitos gentios desejarão ter o nome deles como tutela espiritual, Is 4.1; Zc 8.23. Os embaixadores de todas as nações irão a Israel, a fim de tributar-lhe honras, por causa da magnífica glória do Senhor que existirá em Jerusalém, Is 2.3;45.14; 55.5; Zc 8.21,22; Ap 21.24,26.
Em nossos dias muitos vão em viagem de turismo à Europa, Ásia e América etc, mas no Milênio irão a Jerusalém, a fim de receberem instruções espirituais, Is 2; Mq 4. Poderíamos citar inúmeros textos para provar que o Milênio será um reinado com base e feições materiais, muito embora haja, então, pleno domínio espiritual, porque o Milênio consiste em plantar, comer, beber, viver em prazer santo, e em adorar o Senhor.
Entretanto haverá um povo que durante o Milênio estará envolvido em glória e não sujeito a forças físicas da natureza, pois os seus corpos serão como os dos anjos nos céus, Lc 20.36-50. Eles estarão em corpos glorificados. Esse assunto, porém, reservaremos para o capítulo V. O Milênio será um tempo em que Deus vai, mais uma vez, provar os homens e realizar obras maravilhosas sobre a terra, as quais farão reunir os ouvidos. Nessa época serão estabelecidas a justiça e a paz divinas, e a ordem no cosmo.
O Senhor Jesus será contra os terríveis vendavais e furacões, Is 32.2. Enfim, todas as coisas que assolam a humanidade serão dominadas por Ele. O céu será mais claro de dia, e as noites menos escuras, pois o sol brilhará sete vezes mais, e a lua será como o sol, e as estrelas refulgirão com mais intensidade, ls 30.26. Sobre a cidade de Jerusalém haverá um resplendor de glória, Is 4.4-6.
Na parousia isto é, na manifestação do Senhor Jesus em glória, os ímpios serão consumidos pelo terror, especialmente os que aderiram à Besta. Durante o Milênio os tais estarão recebendo o seu pagamento, com os seus chefes, Ap 19.19-21. Muitos hão de se converter ao Senhor e a Ele se submeterão por medo e terror, depois serão provados, Ap 20.7-9. "Porque Jeová é o nosso juiz, Jeová é o nosso legislador, Jeová é o nosso rei, Ele nos salvará", ls 33.22. Esse texto faz referência ao reino Messiânico. Diz mais Isaías falando sobre o Milênio: "... até que saia a sua justiça como um resplendor, a sua salvação como uma tocha acesa...", Is 62.1.
Está provado pelas Escrituras que a salvação será estabelecida, não por graça, pois a dispensação da graça já terá passado, mas se salvarão pelo conhecimento do Senhor e pela sua glória, Jr 31.33,34. Para o reino Messiânico encontramos nas Escrituras palavras como: perdão, salvação, cura, redenção etc, ls 45.17; 33.24.
O reino milenar não é tal como o definido pelas "testemunhas" de Jeová, pois a Escritura apresenta o reino de Jeová como messiânico. O reino de Jeová é teocrático, isto é, nele é Deus quem governa e governa em todos os setores, e sobre todos os reinos. 'Governa física, moral, social e espiritualmente. A previsão do reino do Senhor é encontrada direta ou indiretamente em toda a Escritura, especialmente nos Salmos e nos Profetas. Quem examinar este assunto nos citados livros, principalmente no do profeta Isaías, que é o profeta messiânico ou o evangelista do Velho Testamento, encontrará centenas de textos referentes ao Milênio ou reinado de Cristo.
Nessa época Jerusalém será vista em glória como a cidade celestial, Is 2.2-5; Ap 21.10; 22.25. Em Jerusalém haverá uma espécie de dossel (sobrecéu) da Jerusalém terrestre. Is 4.5,6; Ap 20.4,6. O profeta Jeremias nos diz: "Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; como rei, reinará; procederá sabiamente e executará juízo e justiça na aterra; nos seus dias será salvo Judá e Israel habitará seguro, Jr 23.5.
Como já foi dito, pelo conhecimento da glória do Senhor muitos serão salvos e converterão até os instrumentos bélicos em ferramentas de utilidade agrícola., A mudança se verificará nas águas, Ez 47.6-12, na terra com lavoura produtiva, Is 30.23, etc, nos animais, que se tornarão mansos, Is 65.25, e entre os homens haverá paz e entendimento espiritual, Is 60.21; 65.19; 66.12; 55.12. Naquela época o Espírito Santo escreverá as leis de Deus no coração do povo. Os que estão num corpo físico sujeito às leis naturais, gozarão da presença de Deus, Hb 8.10; Zc 14.9.
No Milênio Israel estará de posse de todo o seu território prometido por Deus a Abraão que nunca chegou a ser conquistado. "Os mansos herdarão a terra", Mt 5.5; SI 37.11. Essa promessa é feita a Israel, ainda que os gentios possam usufruí-la também. Nem mesmo no reinado de Salomão, quando Israel teve a sua maior extensão, não chegou a ocupar todo o território prometido por Deus a Abraão. O Milênio será um tempo glorioso, quando haverá bênçãos especiais, e será estabelecida a glória de Israel em toda a sua plenitude, Dn 12.12. Todos os que alcançarem materialmente o reino milenar gozarão de saúde, felicidade e paz, com a presença do Senhor. Aí Deus se manifestará como "Jeová-Shama", que quer dizer: O Senhor está ali. Que Deus nos ajude a participar das gloriosas bênçãos em nome do Senhor Jesus.
2
Quando será o Milênio?
Logo depois da Grande Tribulação e
de se cumprirem todos os
acontecimentos preditos para a 70?
semana profética de Daniel,
Jesus descerá sobre o Monte das
Oliveiras e inaugurará o seu reinado
na Terra
A pergunta do texto nós a ouvimos constantemente: em nossas palestras diárias, em nossas Escolas Dominicais e mesmo por correspondência. Há os que materializam tanto o Milênio que este chega a perder o sabor espiritual; outros há que o espiritualizam tanto que o alvo doutrinário torna-se em miragem. O Milênio, reino dos céus ou reinado de Cristo são palavras usadas para expressar o período dispensacional. Há também os que, com grande número de citações bíblicas, torcem a doutrina e invertem os papéis, não dando o verdadeiro lugar à revelação bíblica sobre o assunto. Devemos ter cuidado para que os inúmeros textos referentes aos judeus não se confundam com os que se referem aos gentios.
Este capítulo pergunta: - Quando será o Milênio? Respondemos: O Milênio se dará depois da setuagésima semana de Daniel, ou seja, depois da Grande Tribulação, que é o período conhecido como a angústia _de Jacó, Jr 30.7. Daniel, ao interpretar o sonho do rei Nabucodonosor, viu a pedra sem mãos rolando dos altos, vindo a bater na magnífica estátua. Isso acontecerá justamente quando o Anticristo estiver no seu apogeu de glória. Dar-se-á no segundo advento de Cristo, rio qual haverá duas fases. Na primeira Ele virá buscar os seus, a Igreja, composta dos crentes já falecidos e dos militantes. Aqueles serão ressuscitados e estes arrebatados, Mt 24.41; lTs 4.16,17; Ap 3.10. Há outros textos que confirmam este ponto doutrinário.
Na segunda fase, isto é, após o arrebatamento e a ressurreição dos santos, como a respeito já foram citados alguns versos, haverá um período de falsa paz, lTs 5.3; quando os homens andarão dizendo: "Há paz e segurança". Segundo esse texto, podemos crer que no abrir do primeiro selo, Ap 6.10, haverá um tempo de falsa paz e de falsa segurança., Não confundamos esse cavaleiro do primeiro selo com o do capítulo 19 do mesmo livro. Muito embora haja os que interpretam que o cavaleiro branco do primeiro selo é o triunfo do evangelho após o rapto da Igreja, isso não é correto.
Muitos vão aderir ao Anticristo, aceitando-o como mediador e conselheiro espiritual, como está escrito: "Ele (o Anticristo) fará um concerto com muitos por uma semana (sete anos) e, na metade da semana (três anos e meio), fará cessar o sacrifício e a oblação", Dn 9.27. Certamente é nessa época que haverá um tempo de falsa paz. O Senhor, instruindo seus discípulos, disse: "Logo depois da aflição daqueles dias o sol escurecerá... "Logo depois daqueles dias" quer dizer que o Milênio será depois da Grande Tribulação, no fim, quando se dará a guerra do Armagedom, então o Senhor porá seus pés no Monte das Oliveiras, Zc 14.4 e aparecerá em glória, Mt 24.30. Isso concorda com Ap 19.11, quando o Senhor descerá do céu com seus santos para ser glorificado, 2 Ts 1.10, e destruir os poderes do Anticristo com o sopro de sua boca, 2Ts 2.8.
Antes de Cristo estabelecer o seu reino, haverá um período de preparação, como é predito por Daniel. Esse período é de duas mil e trezentas tardes e manhãs; é o período que vai da quebra do concerto até o Milênio, Dn 8.14. Devemos comparar este verso com 12.12 do mesmo livro, o qual diz: "Bem-aventurado é o que espera e chega aos mil trezentos e sessenta e cinco dias." Isso naturalmente se refere aos que esperavam ver o reino milenar, o estabelecimento do reino dos céus e o julgamento das nações, Mt 25.31. Com isso, a pergunta está respondida, pois o Milênio só será estabelecido depois da Grande Tribulação, com a volta de Cristo, como foi anunciado pelos anjos, At 1.11.
Houve um período na história eclesiástica que muitos julgaram ser a época do Milênio. Essa época foi especialmente a dos séculos VI a XVI, quando parecia que a Igreja estava com todos os poderes sobre os governadores e reis da terra. Mas foi, antes, a época do obscurantismo. Uns têm a idéia de que no Milênio serão feitas diversas reformas, como a agrária e outras, tudo num melhoramento sucessivo. Há, ainda, os que julgam que o Milênio será nos céus, e que Satanás andará na terra sobre corpos mortos. Assim pensam interpretando mal Is 66.22-24. Essas doutrinas não passam de um amontoado de deturpações da palavra Milênio.
Paulo diz: "Convém que Ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo de seus pés, e a morte será o último a ser destruído, lCo 15.25,26. Isso se dará no fim do Milênio, quando Satanás for solto e sair a seduzir as nações contra Israel, o povo santo, e contra a cidade amada. Primeiramente o Senhor descerá do céu e batalhará contra a Besta e o Falso Profeta, 2Ts 2.8; Ap 19.11-20. Então Satanás, nessa época, será aprisionado, Ap 20.1,2. Mil anos depois será culminado o plano de Deus, Ap 20.7-10. O Armagedom será uma batalha terrível, quando sangue será derramado sem precedência na história, Ap 14.20; 16.16; 19.10; Jl 3.12-14. Que o Senhor nos dê graça para, nessa época, estarmos na glorificação do Senhor! Amém.
3
Como será o Milênio?
Mil anos de paz e justiça sobre uma
Terra restaurada, totalmente liberta
da poluição, do ódio e de todos os
terríveis efeitos do pecado.
Já temos, em parte, respondido a pergunta do título, entretanto, o pensamento doutrinário a respeito traçaremos aqui, expondo alguns pensamentos de acordo com a Palavra de Deus. Na primeira parte apresentamos o Milênio do lado material e físico, embora glorioso; desejamos agora descrever como será o Milênio de acordo com a visão profética. Apesar de ser essa dispensação um período probatório para as criaturas, é conhecida como o reino de Davi (constituído com promessas feitas a Davi) e nela, diz a Escritura: "... será estabelecido para sempre o teu trono", Lc 1.32,33,69,70. Os profetas tiveram visões com respeito ao futuro de Israel e alguns viram a glória, o "shekinah" de Deus sobre as alturas dos montes de Sião. Gostaríamos de citar todas as referências sobre esse tão importante assunto, mas temos de nos limitar, para podermos concluir o pensamento. O apóstolo João viu a cidade, a Nova Jerusalém descendo dos céus com tal esplendor que deslumbra os mortais, Ap 21.10 etc. Ele nota que a cidade desce, mas não toca à terra, Ap 21.2. Enquanto os profetas viram a glória dessa cidade sobre os montes de Sião, Jerusalém terrestre, João vê a da Jerusalém celeste, dizendo: "As nações caminharão na sua luz...", Ap 21.24; naturalmente as nações que ficarem após a grande tribulação. Assim, notamos, segundo a Palavra de Deus, duas cidades: a terrestre e a celeste. Uma está embaixo e a outra nos ares, com muita glória. Naqueles dias sairá a palavra de ordem de Sião (a cidade celeste), e será anunciada em Jerusalém terrestre, Is 2.3. Quanto ao tamanho da cidade celeste, é impossível descrever com algarismos de matemática. A cidade será imensurável! Vejamos: 12 mil estádios multiplicados por 185, e o resultado elevado à terceira potência, dará a medida cúbica da cidade: dez bilhões, novecentos e quarenta e um milhões e quarenta e oito mil quilômetros.
Mas esse número é ainda pequeno para calcular o que, em realidade, são as grandezas do Altíssimo, e a maravilhosa cidade Celestial! Foi certo o que Jesus disse: "Na casa de meu Pai há muitas moradas...", Jo 14.2. Note bem: há moradas preparadas.
Durante o Milênio, a glória de Deus será manifestada de um modo imprevisto, pois, segundo Isaías, durante aquela dispensação a cidade Celestial iluminará com glória a cidade de Jerusalém terrestre, tal como sucedeu com Israel no deserto, quando uma nuvem de glória os acompanhou, guiando-os até a terra prometida, dando sombra de dia, e luz de noite, Ex 14.19,20; 40.34-36. Isaías descreve algo sobre isso quando diz: "Então a lua se confundirá e o sol se envergonhará, porque Jeová dos Exércitos reinará em Sião e em Jerusalém; na presença dos seus anciãos haverá glória. Is 24.23.
Tamanha será essa glória que tanto a lua como o sol ficarão conturbados. E os povos, moradores de Jerusalém, darão gritos por causa da majestade do Senhor; até do mar se ouvirão, de muito longe. Concluímos que o "shekinah" divino será tão majestoso que muitos irão a Jerusalém para contemplá-lo, por causa de sua glória. Zc 8.22,23; Mq 4.2; Ap 21.26. Portanto na dispensação milenar haverá uma mudança excepcional, primeiro porque a glória do Senhor será manifestada, e segundo porque Satanás será aprisionado, Ap 20. Contudo ainda não será tirada a maldição da terra: morte, doenças, etc, Zc 14.12-16; Is 65.20.
Nesse sentido, Paulo instruiu a igreja de Corinto, dizendo: "É necessário que Ele reine até que ponha todos os seus inimigos debaixo de seus pés (falando do reino milenar). O último inimigo que será destruído é a morte; porque todas as coisas lhe serão sujeitas. Claro é que se excetua aquele que lhe sujeitou todas as coisas", lCo 15.25-27. Somente no fim do Milênio a morte e todos os poderes infernais serão totalmente destruídos, na completa obra de Cristo no seu reinado, lCo 15.55,56; Rm 16.20; Hb 2.14,15. Isso concorda com a doutrina bíblica.
Como já iniciamos no capítulo anterior, há os que concebem um reino fora deste mundo. A terra, nesse tempo, estaria toda corrompida; cheia de corpos mortos e exalando um cheiro nauseante. Satanás andaria de um lado para outro, sem poder tentar, uma vez que todas as criaturas estariam mortas. Isso, como já dissemos, é tirado de Is 66.22-24 interpretando-se ao pé da letra. É provável que, durante o Milênio, Deus deixe alguns corpos mortos, como sinal, num lugar qualquer, para servir de lembrete aos que nascerem durante a dispensação, para que estes vejam o fim dos desobedientes e rebeldes.
Nesta altura surge a pergunta: - Onde estará a Igreja nessa época? - Para tal resposta, aguardamos os capítulos seguintes. Primeiramente no Milênio haverá paz e justiça sobre a terra, muito em especial no que diz respeito à política governamental do Senhor Jesus, Is 11.5. Os animais terão mudança de instinto: perderão a ferocidade e deixarão de ser carnívoros, passando a herbívoros, Is 11.6-9; 65.25.
Quanto ao estado de saúde no tempo milenar, diz a Escritura que "Nenhum morador dirá: estou doente...", Is 33.24; "No dia em que Jeová atar as feridas do seu povo, e curar o golpe da sua chaga", Is 30.26. Os cegos, os surdos, os mudos e os coxos receberão cura naquela época, Is 35.5,6; Zc 13.1 (VL). Portanto, oitenta por cento das enfermidades serão banidas da face da terra; para isso haverá os recursos da parte de Deus na própria natureza, Ez 47.12; Ap 22.2. Aqui está tanto o espiritual como o material.
Pergunta-se, então: Não haverá morte no Milênio nem enfermidades? Respondemos: Haverá, porém em proporções resumidas, pois Isaías diz: "Um mancebo ao morrer com cem anos ainda é menino (Hoje é um macróbio) e o pecador de cem anos será amaldiçoado", Is 65.20, porque não creu nem desejou o conhecimento do Senhor. E os que não adorarem o Senhor receberão as devidas pragas, Zc 14.12,17-19.
Uma das características do reino milenar é a longevidade dos seres humanos. Os homens em todas as épocas têm estado preocupados com o sonhado "Elixir da Longa Vida" e os laboratórios têm procurado uma droga que dê ao homem o prolongamento da vida física. No Milênio, porém, os homens terão vida como a das árvores, Is 65.22. Certamente isso não será para todos, mas para os escolhidos de Deus. No Milênio haverá plenitude de poder espiritual, principalmente em Israel, Jl 2.28. Haverá também salvação para quem invocar o nome do Senhor, Jl 2.32.
Será no Milênio que a tenda de Davi se reerguerá, e Deus mesmo o constituirá como príncipe do seu povo, Ez 37.24,25. E Deus porá o seu tabernáculo sobre eles, Ez 37.26; Ap 21.22. Como um dossel de glória, a Jerusalém terrestre será grandemente iluminada com a glória do Senhor. Todas as nações hão de saber que o Senhor é quem santifica Israel, Ez 37.27. Durante o Milênio haverá um templo, um lugar inteiramente santo, em cujo recinto sagrado nem todos poderão penetrar, Ez 38.8-12. Esse lugar santo estará na Jerusalém terrestre, que é exclusivamente para os filhos de Levi, os sacerdotes a quem Deus escolher, Ez 38.11; Ml 3.3,4; Ap 20.4-6.
Que o Senhor nos dê da sua graça, para gozarmos de todas as bênçãos celestiais em Cristo! Amém.
4
Para quem será o Milênio?
De Jerusalém, Cristo reinará sobre
toda a Terra, tendo por súditos
judeus e gentios. A Igreja, nessa
época, estará num estado de grande
glória!
A pergunta de referência é realmente importante, porque várias seitas se ufanam de serem chamadas de israelitas. Para isso procuram certos textos bíblicos que lhes pareçam favoráveis, como: "A quantos andarem conforme esta regra, paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus", Gl 6.16; como a referência aos cento e quarenta e quatro mil, Ap 7.5-8, e outros textos. Mas essas passagens nada têm a ver com os gentios, embora sejam eles filhos espirituais de Abraão, Gl 3.7. Os textos acima citados e outros semelhantes se referem a judeus.
A Palavra de Deus é explícita: judeu é judeu; gentio é gentio, porque nós não herdamos pela fé o título de judeu ou de israelita, mas o de Cristão, At. 11.26. Disse Paulo: "Pois em Cristo Jesus nem a circuncisão (sinal dos israelitas) nem a incircuncisão (sinal dos gentios) valem alguma coisa, mas o que vale é a fé que opera por amor, Gl 5.6. Continua ele demonstrando que nem ser judeu nem ser de outra raça tem importância, mas o importante é ter a semente de Abraão, que é Cristo, Gl 3.28,29.
Ser um novo homem não é ter pretensão de raça, mas é ser revestido de Cristo, Rm 13.14; Ef 4.23,24; Cl 3.10,11. Em todos os textos notamos que Paulo deixa bem claro o ponto de vista cristão, que nada tem a ver com judeu ou israelita. Que a salvação vem dos judeus, é claro na Bíblia, pois a eles foram confiados os oráculos divinos, para serem anunciados entre os povos, mas a essa incumbência de Deus eles não foram fiéis, Jo 4.22.
Encontramos na Bíblia muitas promessas referentes ao crente judeu, mas como são dirigidas a judeu-cristãos, julgamos que essas promessas são para todos os crentes. Por outro lado, encontramos referências diretas aos judeus e não aos gentios. Paulo sempre teve o cuidado de dizer "nós" quando se referia aos judeus, Ef 1.12,13: "Nós que antes havíamos esperado em Cristo...". No verso 13 ele faz referência aos gentios, dizendo: "No qual vós, tendo ouvido a palavra da verdade, o Evangelho da vossa salvação..." Note-se que Paulo faz distinção entre judeu (nós) e gentio (vós). Há outros textos que falam do mesmo assunto. Nesta altura, dirá alguém: Mas, nas suas epístolas, Paulo, escrevendo aos coríntios (gentios) deixa transparecer que as promessas com respeito ao Milênio ou reino do céu são acessíveis a todos. De fato, a Igreja participará do reino celeste, mas num estado de glória. O reino Messiânico, no entanto, é inteiramente para os judeus, ainda que todas as demais nações gozem dos benefícios do reino milenar.
Com respeito ao Milênio, as promessas de Deus aos judeus são irrevogáveis, e eles as estão esperando. Os gentios, os que não tiverem a marca da Besta, certamente terão privilégios e gozarão da bênção do reino do Messias, Ap 20.4. Quanto à prioridade, ela é dos judeus, como diz Paulo, tanto nas bênçãos, como nas tribulações, Rm 2.9,10. Ele diz: "... se pois já morremos com Ele, com Ele também viveremos: se perseverarmos, reinaremos..."
A palavra traduzida por perseverar é. no original, upomene, que tem o sentido de: ficar e sofrer firme e heroicamente, não se desviando no tempo da angústia. 2Tm 2.11. Certamente os que não forem raptados passarão com grande angústia os dias tenebrosos da tribulação; uns selarão sua fé com o martírio, outros escaparão das tormentas apocalípticas. Isto concorda com Rm 2.9; Ap 12.12. Não devemos confundir-nos contextos entre judeus e gentios, entre os glorificados e os deixados, isto é, os que, não sendo arrebatados, ficaram aqui na terra. Diz o texto de Ap 12.11: "Ai da terra..."
Notemos em Ap 20.4-6 um grupo que se assentou em tronos para julgar com poder: "Vi também tronos, e se assentaram sobre eles e foi-lhes dado o poder de julgar..." Esse é um grupo especial de que fala lCo 6.2,3. Também os apóstolos se assentarão em doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel, Mt 19.28. Vemos ainda outro grupo em Ap 20.4, cujos componentes foram mortos pela tirania do Anti-cristo, mas voltaram à vida, com pujança espiritual. Esses reinarão com Cristo e serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com Ele por mil anos, v 6. Note bem: voltaram à vida, isto é, viveram fisicamente, cumprindo assim, em parte, lCo 15.56.
Devemos notar que todos os textos que se referem ao reino de Cristo falam de que, já nos primeiros dias da Igreja, esse reino era esperado com ansiedade. Pois eles deveriam esperar a vinda e o reino de Cristo como um lavrador aguarda o precioso fruto da terra, Tg 5.7,8. Portanto, é bem patente nas Escrituras que o Milênio é prometido aos judeus e, depois, aos que viverem fisicamente naquela época quando tudo será abundante, Zc 8.4-12; Ez 47.9-12; Jr 31.13; Is 65.21,23, etc.
Os judeus serão a cabeça federativa do governo. Cristo reinará e a glória do Senhor encherá a terra. Como já dissemos, a sede do governo milenar será na Palestina, e Jerusalém será a capital do mundo. O domínio de Cristo será no universo, Is 2.2-4; 4.2,3; Jl 3.17-20; Mq 4.2. Davi será o príncipe, Ez 34.22-24; 37.24-27; Jr 30.9; Os 3.5. Entretanto, Cristo e seus santos, em corpos glorificados, reinarão na nova Jerusalém, conforme prevê a Palavra de Deus, Fl 3.20,21; 2Co 4.18; 5.21; Hb 11.10,16; 12.23; Ap 21.8-24; 22.1-5.
Note-se que tudo o que foi comentado não é o estado eterno, mas apenas a glória do reinado de Cristo durante o Milênio. Durante o Milênio, os santos glorificados serão os portadores da mensagem de Cristo, diretamente do Trono, como Deus enviou Elias e Moisés para falarem com Jesus, Mc 9.4; Lc 9.30,31.
5
Como e onde estará a Igreja no Milênio?
A vida futura dos crentes é descrita
na Palavra de Deus como
translúcida, em corpos glorificados
que refletirão a imagem de Deus!
Primeiro estudaremos sobre o estado e depois sobre a posição da Igreja durante o Milênio. A posição futura da Igreja é descrita na Bíblia com tanta clareza que não deixa dúvidas. Notemos o que diz Paulo ao escrever aos romanos: "O Deus de paz em breve esmagará Satanás debaixo de vossos pés", Rm 16.20. O texto não insinua que cobra, pois aqui o sentido é espiritual. Como sabemos, Satanás é um espírito. Há, portanto, necessidade de corpos espirituais para realizar o seu esmagamento.
Deus, no Éden, prometeu à mulher que a semente dela esmagaria a cabeça da serpente. Cristo, portanto, dará autoridade, em tempo próprio, para que seja efetuada essa operação que leve a completa vitória espiritual. - Quando? - perguntará alguém. - Quando a morte for tragada na vitória juntamente com aquele que tinha o poder da morte, Hb 2.14, Satanás será esmagado, por autoridade divina, debaixo dos pés dos santos. Nesse tempo, os crentes no Senhor Jesus terão passado de um lado para o outro, isto é, da posição material ou física para a espiritual, com corpos glorificados, como os dos anjos, Mt 22.30.
A primeira parte da pergunta é: Como estará a Igreja no Milênio? - Naturalmente se fala do estado espiritual da Igreja, pois nesse tempo já se terá processado a ressurreição dos santos que dormiam e o arrebatamento dos que estavam vivos nesse glorioso dia, lTs 4.13-18. Em todos os textos bíblicos que se referem a esse estado espiritual, é revelado um período glorioso.
Havia uma grande dúvida nos primeiros crentes com respeito ao corpo depois da ressurreição dos mortos. Paulo, por isso, os instruiu dizendo: "Insensato! o que se semeia não é vivificado se primeiro não morrer... Assim também a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo em corrupção (sujeito a decomposição), ressuscitará em incorrupção (não mais sujeito a decomposição); semeia-se em vileza (coisa vil), ressuscitará em glória", lCo 15.35-44. Logo depois da ressurreição e do arrebatamento, recebe-se um corpo glorificado, espiritual, não mais sujeito às necessidades físicas. Fome, sede, cansaço, plantar e gozar dos frutos, tudo isso pertence ao corpo material, a esta vida. Ap 7.16 fala dos mártires na glória, isto é, dos que morreram durante a Grande Tribulação. Eles não mais necessitam das coisas materiais.
Perguntará alguém: Mas como é que Jesus comeu depois da ressurreição? Respondemos: Ele fez isso para tirar as dúvidas dos seus discípulos, para provar que Ele não era um espírito, mas que era Ele mesmo, embora em corpo de ressurreição, Rm 1.4. Ainda cabe outra pergunta: Onde estão os corpos de Elias, Enoque e Moisés? Como sabemos, esses servos de Deus tiveram experiências especiais em suas vidas: Elias e Enoque foram elevados ao céu. Quanto a Moisés, embora esteja registrado que ele morreu, sabemos que seu corpo desapareceu pelo poder de Deus, Jd 9; Dt 34.6. O certo é que dois deles apareceram com corpos glorificados no monte da transfiguração, e falaram com Jesus, Lc 9.30,31.
Da transfiguração se vê que Moisés e Elias não estavam sujeitos às limitações físicas. Assim também, depois da ressurreição e do arrebatamento os componentes da Igreja não estarão sujeitos a essas limitações. Paulo diz que, nessa época, receberemos de Deus outra habitação, 2Co 5.1-5. Se receberemos uma habitação que é do céu, como voltaremos para este globo terráqueo, para vivermos sujeitos à matéria, à decomposição, às fadigas, enfim, a tudo o que se relacione com esta vida? Fl 3.20; lTs 4.15-17. Por enquanto essa vida está vedada, oculta, mas um dia há de manifestar-se gloriosamente, Cl 3.1-5, quando formos os habitantes da cidade de Deus, Ap 19.9; 22.5.
Em todas as passagens que se referem à Igreja no Milênio, notamos: em glória, glorificados e em lugares sublimes com o Senhor. Naturalmente isso se refere ao estado da Igreja naquela época. Materializar esse estado seria confundir o assunto. Há os que misturam os que estão em corpos físicos ainda na terra com os que estão glorificados com o Senhor. O certo é que, nesse estado, seremos como os anjos nos céus, Mt 22.30. Poderia perguntar-se ainda: Para que esses vão receber terra e plantar, como está escrito: "Os mansos herdarão a terra", Mt 5.5; SI 37.11. Creio que essa pergunta está respondida no capítulo anterior. Mas podemos confirmar que esses mansos são os que não usaram os recursos humanos, mas se entregaram inteiramente à vontade do Senhor, os que não vindicaram para si os direitos com força bruta, mas esperaram e alcançaram as promessas de Deus, Dn 12.12.
A promessa é esta: "Na casa de meu Pai há muitas moradas..." Ali há riqueza e gozo espirituais, Ef 1.18. Essa parte será respondida na segunda divisão deste capítulo. Como sabemos, os discípulos estavam sempre interessados nos reino material de Cristo e, por isso, perguntavam: Quem será o maior? Quem iria assentar-se ao lado de Jesus no reino? Quando seria estabelecido o reino? etc, Mc 10.35; Lc 22.24; At. 1.6. O Senhor explicou-lhes bem a questão e levou-os a pensar mais no sentido espiritual, pois que tudo estava determinado pelo Pai.
Essa questão de pensar ser alguma coisa no reino de Cristo tem, realmente, preocupado muita gente. Alguns já estabeleceram até os lugares onde irão residir e quais serão as suas ocupações no Milênio. Tudo é pura invencionice. Os que vão passar pela Grande Tribulação e entrar no reino milenar gozarão, é certo, de grandes privilégios espirituais e também materiais. Segundo a revelação da Palavra, os santos que hão de ser arrebatados, e os que alcançarem a ressurreição receberão corpos glorificados e estarão em glória com o Senhor, Fl 3.21.
Está escrito: "O qual transformará o corpo da nossa humilhação", Fl 3.21. Nessa época até a própria criação será libertada do cativeiro para a liberdade da glória dos filhos de Deus, Rm 8.21. Paulo falou do despir do tabernáculo (o corpo), isto é, deixar o corpo mortal, material para revestir-se de um corpo de glória, imaterial. Assim, durante o reino milenar, os glorificados estarão com Cristo num estado espiritual. Está escrito: "Vede quão grande amor o Pai nos tem mostrado, para que fôssemos chamados filhos de Deus e agora o somos... e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Sabemos que quando Ele (Jesus) se manifestar, seremos semelhantes a Ele", I Jo 3.1-3.
A Palavra de Deus descreve a vida futura dos crentes como translúcida, em corpos glorificados que refletem a imagem de Deus. Nesse estado, não necessitam de alimentação nem de roupa. Elias, ao subir, deixou suas vestes materiais para revestir-se das espirituais. Assim também a Igreja de Cristo. Do mesmo modo a Igreja de Cristo num corpo glorioso, num estado de bem-aventurança espiritual não necessitará das coisas materiais. Convém permanecermos firmes na fé e no amor de Deus, porque muitos serão enquadrados em Mt 5.8; Hb 12.14; Ap 22.14; Mt 24.40. Não demorará esse glorioso dia, o dia da Igreja de Cristo em sua excelsa glória. Glória a Deus nas alturas!
Passaremos à segunda etapa da pergunta: - Onde estará a Igreja de Cristo durante o Milênio? - Em parte já a temos respondido, mas vamos afirmar com toda a certeza: A Igreja estará com o Senhor em glória. Examinaremos textos em que há uma confirmação dessa promessa divina. Na primeira resposta falamos sobre a Jerusalém terrestre e a celeste: uma refletindo a glória de Deus e a outra recebendo a reflexão dessa glória, Ap 21.24-27; Is 4.5,6. A promessa de Jesus foi que nos levaria para a casa do Pai onde - disse - há muitas moradas, Jo 14.2. É durante o Milênio que essa casa de Deus estará sob os céus, e da terra será vista e contemplada por causa da glória da manifestação do Senhor. Paulo, escrevendo, diz dessa casa ou cidade: "A nossa Pátria está nos céus...", Fl 3.20. Em Hb 11.10 diz que Abraão aguardava a cidade do Deus vivo, onde estará também a Igreja, v 23. O apóstolo João descreve a cidade em sua glória, beleza e grandeza espirituais. O tamanho dessa cidade excede às medidas humanas: é um astro de primeira grandeza.
João viu que a cidade não tinha santuário, isso equivale a dizer que toda a cidade é o próprio santuário, Ap 21.22, pois Deus e o Cordeiro são o seu santuário. Também a cidade celeste não necessita de luz nem mesmo de sol, Ap 21.23. Entretanto na cidade terrestre haverá necessidade de luz, Is 30.26, pois haverá noite e haverá dia -fatores da vida física, Is 24.23. Também durante o milênio, os servos de Deus glorificados, tanto os do Antigo como os do Novo Testamento estarão servindo a Deus num corpo especial, face a face, na cidade celestial, Ap 22.4. Note-se que eles estarão reinando com o Senhor Jesus pelos séculos dos séculos, ou melhor, por toda a eternidade.
Na Jerusalém terrestre, no entanto, ainda haverá interrupção, pois somente quando todos os povos e poderes estiverem subjugados debaixo dos pés de Cristo no seu reino, Ele entregará o reino ao Pai, I Co 15.24. Isso será no fim do Milênio, quando Satanás e seus anjos serão julgados pelos santos glorificados, ICo 6.2,3. E nessa época que a terra passará por um grande estrondo, como nos afirma Pedro em 2Pe 3.10. Então uma nova era será estabelecida, com novos céus, e uma nova terra onde habitará a justiça, 2Pe 3.13; Is 65.17; Ap 21.1.
É muito perigoso misturar os assuntos, especialmente os textos bíblicos que dizem respeito ao estado físico do Milênio com o seu estado espiritual. Infelizmente há comentários de autores que são uma negação nesse sentido, porque fazem da vida celeste dos salvos uma espécie de paraíso terrestre, de desejos e prazeres carnais, onde se cantam músicas, onde há banquetes sucessivos. Mas o reino de Deus não é comida nem bebida, Rm 14.17. Paulo afirmou sempre que o verdadeiro sentido do reino de Deus não é de prazeres efêmeros.
No Milênio, como notamos de vários textos bíblicos, haverá dois estados distintos: Um o dos crentes glorificados no esplendor da glória de Cristo, habitando na cidade celestial; estes, seus corpos não estarão sujeitos às leis físicas. O outro é o estado dos vivos que habitarão na Jerusalém terrestre. Paulo disse: "Há corpos celestes e corpos terrestres, lCo 15.40. Assim, cada um no seu próprio corpo, Deus nos revestirá com a habitação dos céus, 2Co 5.2. No reinado de Cristo, não se disputarão cargos, com espírito de ambição nem de vaidade, pois os que estiverem com o Senhor no seu reino se identificarão no plano glorioso e eterno. Não estarão mais vivendo segundo as leis deste mundo, mas livres de qualquer paixão, Mt 20.25.
Cremos que a resposta foi dada segundo a Palavra de Deus. Não confundamos os textos bíblicos, vendo materialmente quando o texto é espiritual ou vice-versa. Também não devemos confundir quando se fala de Israel e de certas promessas aos apóstolos ligadas à nação judaica com a fala sobre a Igreja, Mt 19.27,28. Quando Pedro perguntou ao Senhor: "E nós que deixamos tudo e te seguimos, que receberemos? Respondeu-lhe Jesus: Em verdade, vos assentareis nos doze tronos de Israel (Jesus falava do trono da sua glória ) para julgar as doze tribos de Israel, Mt 19,27,28. Aqui vemos uma promessa aos apóstolos, com referência a Israel e não a todo o povo cristão. Em Ap 20.4, vemos quem se assentará em glória e poder nos tronos: "Vi tronos, e nestes sentaram-se aqueles aos quais foi dada autoridade de julgar."
Em I Co 6.2,3 diz: "Porventura não sabeis que os santos hão de julgar o mundo...? Não sabeis que julgaremos os anjos?..." Jesus declarou que os apóstolos haviam de julgar as doze tribos. Disse mais: "E vós tendes permanecido comigo nas minhas tentações. Eu vos confio domínio real, assim como o Pai o conferiu, para que comais e bebais à minha mesa no meu reino", v 30. À luz dos textos bíblicos, comer e beber são coisas materiais, mas sabemos que no reino milenar estarão os apóstolos em corpo glorificado, não mais sujeitos à fome, sede, sono, etc. Naturalmente o Senhor usou essas palavras para dar força de expressão e não do sentido literal.
O reino de Cristo não repousa sobre o que é material. Promessas materiais são as feitas aos pais, as quais o povo de Israel vai gozar: Is 11.6-10; Zc 8.3-7; Is 65.20-25. Em Mt 8.11, lemos: "... assentar-se-ão à mesa com Abraão, Isaque e Jacó... Isso não podemos interpretar materialmente, mas à luz de Ap 19.7-9. Trata-se, pois de um banquete espiritual e não material. Assim são muitos textos que, sendo de sentido espiritual, não podemos materializar o assunto neles contido. Do mesmo modo, o que fala sobre o reino material de Israel, não podemos espiritualizar. Concluímos que no reino milenar, a Igreja de Cristo estará glorificada na Jerusalém celeste. Glória ao Senhor Jesus!
6
Que sucederá às nações no Milênio?
No Milênio, as nações perderão a noção bélica, a estratégia da guerra: serão um povo pacífico, a desfrutar
de grandes privilégios espirituais.
Com o estabelecimento do Milênio, haverá o chamado julgamento das nações, Mt 25.31-34. Uns serão colocados à esquerda do Senhor, enquanto outros à sua direita, cada grupo conforme seu destino, vv 37-46. Por certo a base do julgamento será o trato que deram aos judeus, o povo de Deus. Aí chegou a hora de serem as obras pesadas em balança fiel e justa: ''Pesados, foram achados em falta..."
É certo que durante o Milênio, muitos povos (nações) procurarão o favor do Senhor por meio dos judeus, Is 2.3; Mq 4.12. "As nações caminharão à sua luz, e todos os reis da terra (aqui inclui os governos) lhe trarão glória", Ap 21.24, nos Salmos, em Isaías e na maioria dos profetas, encontramos indícios do reino Messiânico. A época do reino de Cristo será, realmente, maravilhosa, pois todos os poderosos da terra virão prostrar-se ante Ele, trazendo honra e glória. Hoje muitos desprezam o Senhor Jesus, mas chegará o dia em que todo o joelho há de dobrar-se diante dele, Fl 2.11. Nesse tempo haverá profundo conhecimento espiritual, segundo a revelação da glória de Deus, Is 2.11; 11.9; Zc 14.9; Mq 2.13.
O muito importante no Milênio é que as nações perderão a noção bélica, a estratégia da guerra: serão um povo pacífico que transformará a terra inteira numa imensa cultura de mantimentos, Mq 4.3,4; Is 2.4; Jl 3.18; Jr 31.12.
Oportunamente, perguntará alguém: Haverá salvação durante o Milênio? Respondemos: Por certo que sim, porque o Milênio é um tempo probatório, uma dispensação material durante a qual Deus vai provar os que nela nasceram, dando-lhes conhecimentos especiais para serem salvos. Está escrito: "Naquele dia (no Milênio), diz o Senhor: Congregarei o que coxeia..." Congregarei ao Senhor fala de salvação. Os gentios procurarão a face do Salvador: "As ilhas de longe me procurarão,", os gentios me procurarão. Embora a profecia abranja também a pregação do Evangelho em nossos dias, aqui se refere ao Milênio, porque durante essa época, as nações que restarem vão suplicar o favor do Senhor, Zc 8.20-22. Haverá bênção e salvação da parte do Senhor, Zc 8.13. Como será majestoso aquele dia quando o Senhor se assentar no trono da sua glória, tendo todos os povos humilhados diante dele!
A cidade de Jerusalém terrestre será cabeça: nela estará a cheia do Governo, e Cristo estará no trono de sua glória, em esplendor e majestade, rodeado de seus santos: "Quando vier o Filho do homem na sua glória, e todos os santos com Ele", Mt 25.31; "E verão vir o Filho do homem sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória", Mt 24.30. Ezequiel descreve em cores vivas o período milenar em Jerusalém, dizendo: "Produzirá novos frutos todos os meses, porque as suas águas saem do santuário; e o seu fruto servirá de comida, e as folhas de remédio...", Ez 47.12. E João conclui: Será para a saúde das nações...", Ap 22.2. Naquela época haverá novos frutos em todo o tempo. As nações que restarem serão grandemente beneficiadas durante o período milenar e gozarão de grandes privilégios espirituais, Ap 21.26.
Mas, no fim do reino Messiânico, Satanás será solto, para que as nações sejam provadas (aquelas que durante séculos gozaram as bênçãos de Deus, uma terra farta e sem enfermidades malignas) quanto á sua fidelidade à bondade do Senhor. Infelizmente o Maligno encontrará lugar no arcano do coração humano, fazendo com aqui os homens a eles se unam contra o Senhor, Ap 20.7-10. Estes serão, certamente,as criaturas que nasceram no Milênio, mas as que não aceitaram o conhecimento da glória de Cristo nem o seu governo, Is 65.20; Zc 14.17,18.
Após a destruição total do mal, Cristo dominará com poder e entregará o reino ao Pai, ICo 15.23. A morte será para sempre destruída e lançada no lago de fogo, para onde também irão todos os poderes infernais, Ap 20.14, juntamente com todos os incrédulos, os que não quiseram Deus desde a fundação do mundo até aqueles dias, Ap 20.11-13. Não devemos confundir o julgamento das nações com o julgamento final. O julgamento das nações julga pessoas vivas, na Jerusalém terrestre, que receberão suas recompensas segundo as determinações do Juiz, mas que continuarão vivendo, uns debaixo da bênção, Mt 25.34, vida eterna e salvação em suas asas, Ml 4.2, enquanto que os ímpios, ainda os de muitos anos, serão amaldiçoados, devido à sua incredulidade, Is 65.20; Mt 25.41. Estes certamente são os que, mesmo desfrutando de todas as bênçãos mileniais e da presença da glória de Deus, não creram por causa do endurecimento de seus corações. No final do Milênio, eles se rebelarão contra o Senhor Jesus e contra o Deus Todo poderoso, instigados por Satanás.
Que Deus nos dê sua graça, para permanecermos firmes e desfrutarmos com Cristo de todas as bênçãos celestiais! Ef 1.3. Amém.
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