Lições Bíblicas do dia 03 de novembro de 2013
LIÇÃO 5 O CUIDADO COM AQUILO QUE
FALAMOS
INTRODUÇÃO
I. O PODER DAS PALAVRAS
II. O CUIDADO COM A LÍNGUA
III. O BOM USO DA LÍNGUA
IV. SALOMÃO E TIAGO
CONCLUSÃO
O Poder Benéfico
do Discurso
(Tg 3.1-5a)
Embora
Tiago esteja preocupado com um possível uso indevido da posição de professor ou
mestre, por aqueles que não alcançaram a maturidade espiritual, ainda assim
acredita que o discurso do homem desempenha um papel importante na determinação
e no controle de todas as formas de conduta. Portanto, inicia afastando-se um
pouco dos leitores, não porque seja merecedor de alguma honra especial, mas
porque agora se tornou objeto de um maior escrutínio (“Meus irmãos, muitos de
vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo”, v.1). Em
seguida, conduz seus leitores de volta à discussão (“Todos tropeçamos”, v.2) de
forma a não se elevar tanto perante eles e deixar clara a impressão de que os
“professores” ou “mestres” não são possuidores de uma posição superior ou de
uma perfeição moral dentro da Igreja (estes também “tropeçam”).
Essas
manifestações de retórica são importantes porque o ofício de ensinar era
altamente considerado nos primórdios da Igreja, e a pretensão de “muitos” da
congregação de se tornarem mestres, aos quais Tiago está se dirigindo, é a
causa de sua preocupação com a ambição pelo poder e pela posição (veja 1.9,12;
2.1-4 e comentários). Os que podem suportar o julgamento mais rigoroso que
aguarda os mestres são aqueles cujo discurso e obras devem ser mutuamente
consistentes; devem não somente ser “perfeitos e poderosos” no que dizem, mas
também capazes de “refrear todo o corpo” (v.2).
Tiago
emprega duas metáforas para descrever a habilidade da língua em “refrear todo o
corpo” ― o freio nas bocas dos cavalos e o leme no navio. Nos dois exemplos,
qualquer uma das menores partes é capaz de controlar a direção e as ações de
todo o conjunto. No entanto, a relação entre a língua e o resto do corpo é
diferente daquela de um freio com o cavalo ou de um leme com o navio; ela não
controla diretamente as ações de uma
pessoa. Devido à imperfeita adaptação dessa analogia, alguns comentaristas
sugeriram que Tiago está estendendo sua discussão ao papel dos professores da
Igreja. É a “língua” do mestre que controla todo o “corpo” da Igreja.
Porém,
a principal preocupação de Tiago nessa seção da carta [...] está dirigida às
atitudes individuais dos crentes, e não à vida coletiva da Igreja (uma questão
que ele analisa em 5.13-20). Assim sendo, é possível que esteja pretendendo que
suas metáforas sejam entendidas dentro de um sentido mais amplo. Pode ainda
estar fazendo uma ilustração da ideia dos ensinamentos de Jesus quando diz que
“do que há em abundância no coração, disso fala a boca” (Mt 12.34; cf. Tg 3.10,
onde o desejo do indeciso coração humano profere tanto a bênção quanto a
maldição). A própria “língua” é uma metáfora da linguagem humana, indicando
claramente a natureza dos desejos interiores que definitivamente orientam e
determinam todas as ações de uma pessoa. Tiago chama a atenção para essa questão
fundamental da vontade dizendo explicitamente que freios são usados “para que
[os cavalos] nos obedeçam” (v.3), e
que o leme é utilizado para que dirija as naus “para onde quer a vontade daquele que as governa” (v.4).
Até
esse ponto, Tiago tem enfatizado os aspectos positivos do discurso humano. Se a
frase “se alguém não tropeça” estiver expressando a aceitação e a conformidade
com a vontade de Deus, como se fosse a nossa própria, então seremos capazes de
“também refrear todo o corpo” e de nos dirigirmos para longe das “muitas
coisas” nas quais “todos tropeçamos” (v.2); Porém, agora ele está sugerindo que
muitas vezes a “língua” não está a serviço dos propósitos mais nobres. Embora a
língua seja “um pequeno membro... gloria-se de grandes coisas” (v.5). A
ostentação pode ser “maligna” (4.16) se indicar autoconfiança ou
auto-realização, ao invés de ser uma expressão de confiança e louvor pelo que
Deus já realizou em nós (veja 1.9,10 e comentários). Nos versos seguintes,
Tiago muda seu enfoque para o uso indevido do discurso humano.
Texto
extraído do Comentário Bíblico
Pentecostal Novo Testamento, Vol.2, editado pela CPAD.
Divulgação: www.jorgenilson.com
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