Porque a Globo dilmou
Por Francisco Barreira
O apoio da Globo e até do Jabor à presidenta Dilma está ficando escancarado, embora persistam as críticas cáusticas ao PT e ao ex-presidente Lula e a agressão violenta, com ódio, ao Zé Dirceu. Numa análise superficial é valido dizer que usando o pretexto da “faxina”, a ardilosa Família Marinho tente isolar a presidenta de seus companheiros e estabelecer um clima de intriga entre eles.
Mas há razões mais profundas:
A Família Marinho presta serviços, há mais de sessenta anos. Sistema Financeiro globalizado e ao Departamento de Estado. É mais do que um alinhamento automático. É um atavismo. A TV Globo nasceu financiada pelo grupo jornalístico e de marketing Time-Life (na época um dos mais poderosos do Mundo) e transformou-se em seu agente no Brasil. Isto está devidamente comprovado, através de CPI, e arquivado nos anais do Congresso Nacional.
Na continuidade, Roberto Marinho que já apoiara os militares fascistódes (que derrubaram João Goulart com ostensivo apoio financeiro e material dos Estados Unidos), transformou o Jornal Nacional em porta-voz da Ditadura.
E não adianta dizerem agora que foram forçados pela censura. A verdade é que não só a Família Marinho como os principais dirigentes do Departamento de Jornalismo, pensavam como os militares, como o Lacerda, e eram, como são até hoje, americanófilos.
Ainda na sequência, foram os últimos a aderir à campanha pelas “Diretas já” e participaram de um complô que envolvia também os serviços secretos da Ditadura (SNI) e o bandoleiro Carlos Augusto Montenegro. O objetivo era o de evitar a vitoria de Brizola nas eleições de 1982, no Rio.
A trama consistiu em manipular não só a divulgação de pesquisas falsas como a própria apuração dos votos, falseando os boletins eleitorais que eram transferidos para a central geral de computação, na época muito vulnerável.
E o crime foi descoberto e denunciado por um jovem militante do brizolismo, Cesar Maia, que meses depois tonou-se presidente do Banco do Estado do Rio, iniciando uma rápida carreira política que terminou no DEM. O Mundo dá voltas.
Mas o ódio dos Marinhos por Brizola é tão violento que todos os anos eles obrigam os profissionais da TV Globo (que infelizmente se submetem) a cometer a vergonhosa façanha de transmitir, durante 48 horas, o Desfile das Escolas de Samba, sem mencionar uma única vez o nome de Leonel Brizola, idealizador e construtor do Sambódromo que hoje é uma referência carioca tão importante quanto o Maracanã e o Cristo.
Pois bem. Agora essa família mafiosa percebeu que o governo do PT, quer pela ação de Dilma, quer pela influência de Lula, quer pela pressão do próprio do PT (cuja correlação de forças internas pendeu definitivamente para a Social Democracia) não é o antigo e temido tigre. Nem mesmo um tigre de papel. É apenas um gato manso que de raro em raro mia desafinado, como é o caso da política externa.
Então para quer criar problema se os três ou sete anos de governo Dilma não oferecem surpresas nem expectativas de solavancos?
Além disso, o que esperar de uma Oposição que se esfacela e perdeu seu discurso? Uma Oposição cujo único ator viável é o Aécio Neves que é tucano só enquanto isso lhe for conveniente e que, no governo, não fará nada muito diferente do que Dilma está fazendo.
“Quando as coisa vão bem ou são suportáveis, melhor não inventara moda”, dizia o velho Roberto Marinho.E de mansinho, como era o seu jeitinho, ela fazia negócio com todo mundo, até com o Kaddaf. Eis aí um bom tema para uma CPI. E o Mundo continua dando voltas.
Fonte: Novas Ideias
Fonte: Novas Ideias
Divulgação:www.jorgenilson.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário