A Venda do Louvor...
a mercantilização da Adoração!
O louvor é cada vez mais entoado em nome de gravadoras, em troca de cachês e sob condições que mais parecem caprichos de "estrelas mundanas". Mas a que se deve este fenômeno da mercantilização do louvor?
Hoje, dificilmente se sobe ao púlpito com o puro e simples objetivo de louvar. As próprias lideranças eclesiásticas, em alguns casos, já aboliram o termo “levita”. Na era da mercantilização do louvor, quem dominam são os cantores, pop stars que sempre colocam como pré-disposição a cobrança de cachês para se apresentarem, acabam por “solicitar” ao menos a divulgação do trabalho.
Hoje o Brasil possui dezenas de gravadoras “gospel”. São centenas de pessoas gravando Cds, produzindo clipes a cada ano em um mercado de artigos evangélicos que vem batendo recordes de público e cifras. Orgulho da classe até pouco marginalizada. Tristeza para a mesma que nem sempre consegue ver na quantidade material, sinônimo de qualidade santa.
Nas igrejas o espaço para o louvor também vem crescendo. Se comparado à década de 80 e até 90, por exemplo, hoje, muitas igrejas permitem uma participação musical até maior do que a dada a ministração à palavra de Deus. E isto é bom, desde que tais melodias tragam realmente mensagens salvíficas da cruz. O problema é que, por diversas vezes, a ênfase nas reuniões de adoração a Deus é dada não a estas mensagens, mas para o “louvor da irmã que gravou um CD”, as oportunidades maiores são “oferecidas ao irmão que finalizou um trabalho musical”. “Daí Honra a quem tem honra”, diz a palavra de Deus, mas esta mesma também diz que “Deus usa as coisas pequenas para confundir as grandes”. Não é objetivo aqui dizer com isto que a bênção de gravar um CD de hora para outra vire necessariamente motivo de veneração popular e que possa necessariamente até causar idolatria dentre os “ouvintes-adoradores”, mas que a oportunidade da efetivação de um trabalho musical significa a única e exclusiva prática da misericórdia divina para com a raça humana e que isto não dá direito a ninguém a ter destaque ou mais oportunidades durante um culto do que os irmãos que não disponham do “dom” ou não tenham recebido o convite para o início de uma “carreira musical”.
Por outro lado, há ainda os que extrapolam os púlpitos e passam a enfrentar palcos, multidões. Glória a Deus, porque o Senhor tem os preparado para ministrar as nações. O problema é que por trás de algumas mega-produções também existem as exigências dos milionários cachês, das condições caprichosas que melhor caem para estrelas mundanas. “Todo trabalhador é digno de seu salário” diz a mesma Bíblia que também reza “Daí de graça o que de graça recebestes”. “Dom ou profissão?”, “Ministério ou ocupação?”, “Galardão ou engordamento de contas bancárias”?. Interpretemos a luz da revelação do Espírito Santo de Deus. Mas a venda do “dom de louvar” pode ir ainda mais longe. Bandas, com quedas de vendagem no mercado gospel, acabam seguindo a fama mundana em troca do reconhecimento humano tanto procurado entre o público evangélico, quando a recompensa maior deve ser esperada do Deus para o qual o louvor deve ser unicamente oferecido. E em um ritmo frenético de “vai-e-vem”, “pé-no-mundo-pé-na-igreja”, tais “atrações, de horário nobre de emissoras televisivas musicais” retornam agora ao cenário cristão sob o “manto das bênçãos do mercado gospel americano que congrega grandes nomes da música cristã tanto na igreja quanto na secularidade demoníaca. “As trevas não tem comunhão com a luz” “Se o sal for insípido de nada mais servirá”, “O justo não se assentará na mesa dos escarnecedores”.
Cuidemos para que nossos ouvidos e corações não se tornem moradas para o “deus dúbio, da incerteza e dos louvores vãos”. Lutemos pela santidade no louvor!
Por: Rogério Paiva
Divulgação: www.jorgenilson.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário